Na Rússia, Alemanha apresenta ao mundo a sua nova geração

FÁBIO ALEIXO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE KAZAN (RÚSSIA)

Campeã mundial e com a classificação bem encaminhada para a Copa do Mundo de 2018, a Alemanha usará a Copa das Confederações para fazer testes. Mas não visando somente ao Mundial de 2018, mas também ao de 2022, no Qatar.

Por isso, o técnico Joachim Löw fez questão de incluir no elenco sete jogadores que até o amistoso contra a Dinamarca em 6 de junho e o duelo contra San Marino pelas eliminatórias, no dia 10, não tinham no currículo nenhuma aparição no time nacional.

A média de idade é bem baixa. São apenas 23,9 anos.

No elenco há quatro jogadores que estiveram em 2016 nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e ficaram com a medalha de prata: Matthias Ginter (23 anos, também foi campeão mundial em 2014), Niklas Süle (21), Leon Goretzka (22) e Julian Brandt (21).

Há também outros atletas que se destacaram por seus clubes na última temporada europeia, como é o caso de Timo Werner, atacante de 21 anos. Atuando pelo Red Bull Leipzig, ele anotou 20 gols em 31 partidas pelo vice-campeão da Bundesliga.

"Nossa maior prioridade aqui é ter a certeza que nossos jogadores irão se desenvolver, mas também estamos motivados para vencer o torneio. A competição irá ajudar bastante este jovens atletas", afirmou o ex-atacante Oliver Bierhoff, diretor esportivo da federação alemã.

"Temos certeza de que, a longo prazo, a equipe terá sucesso se desenvolvermos os jogadores nesses torneios. Espero que possamos ter dois ou três deles para nos ajudar na Copa do Mundo do ano que vem", completou.

O primeiro teste desta seleção alternativa será hoje, às 12h (de Brasília), contra a Austrália, em Sochi. Depois, os alemães enfrentarão ainda Chile e Camarões.

Ao mesmo tempo em que consegue observar jogadores pensando no futuro, Löw dá descanso a atletas que serão fundamentais na briga pelo pentacampeonato mundial no ano que vem, casos de Manuel Neuer, Sami Khedira, Toni Kroos e Thomas Müller, apenas para citar alguns.

"Alguns jogadores que disputaram tantas partidas nos últimos tempos atingem os seus limites em um ponto. Entendo que os russos queiram ver as grandes estrelas. Mas elas estarão presents no próximo ano", afirmou o treinador.

O treinador citou como exemplos para justificar a sua decisão os casos de Bastian Schweinsteiger e Lukas Podolski, que eram novatos e foram chamados para ganhar experiência na Copa das Confederações de 2005 na própria Alemanha e depois acabaram se tornando fundamentais para o time, chegando ao título mundial no Brasil, em 2016.

"Não importa onde chegaremos com este time na Copa das Confederações. Mas faz sentido estarmos com esta equipe", disse.

Em meio a tantos novatos, caberá ao meia Julian Draxler o papel de líder do time, tanto que foi escolhido como capitão. Apesar de ter somente 23 anos, esteve no grupo campeão do mundo no Brasil, em 2014. Além disso, se estacou bastante nos últimos meses no Paris Saint Germain, clube no qual desembarcou vindo do Wolfsburg em um negócio de 35 milhões de euros (R$ 129 milhões). Outro campeão mundial no elenco é Shkodran Mustafie, de 25 anos.

Mas não é apenas para novatos que a competição poderá ter um valor importante. O atacante Sandro Wagner, de 29 anos, disputará seu primeiro grande torneio com a Alemanha. No esquenta contra San Marino pelas eliminatórias, o jogador do Hoffenheim anotou três gols.

Se fizer uma boa Copa das Confederações, tem a chance de garantir a vaga no Mundial em um ataque que vem sentindo a falta de um homem-gol.

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