FABIANO MAISONNAVE
DE MANAUS

Com pouco mais da metade da arquibancada ocupada, o treino da seleção brasileira, neste sábado (2), foi o segundo maior público do ano na Arena da Amazônia. O recorde, até agora, é de um jogo de futebol beneficente promovido por lutadores de MMA.

Durante a semana, uma multidão compareceu às bilheterias para trocar 1 kg de alimento por um dos 35 mil ingressos, esgotados. O público presente, no entanto, era bem menor –do lado de fora, dezenas de cambistas tentavam vender entradas por R$ 10 cada.

Durante o treino, os torcedores gritaram bastante os nomes de Philippe Coutinho e Neymar. No final, os dois derrubaram o mascote Canarinho, que sofreu durante horas sob o calor úmido e abafado de Manaus.

O lateral Alex Sandro, da Juventus, convocado para o lugar de Marcelo, suspenso, já treinou em Manaus. O zagueiro Jemerson, do Monaco, chamado após contusão de Miranda, deve chegar para o treino deste domingo (3).

Após a atividade, o Brasil embarca rumo a Barranquilla, onde enfrenta a Colômbia nesta terça-feira (5). A seleção de Tite já está classificada para a Copa de 2018. A Colômbia aparece em segundo lugar na tabela das eliminatórias sul-americanas.

ALDO E RONYS

Com o público abaixo do previsto, o recorde de público deste ano continua sendo a partida beneficente entre os Amigos do José Aldo e os Amigos do Ronys Torres. Os dois lutadores de MMA manauras reuniram 35.112 pessoas na Arena da Amazônia.

Neste ano, apenas dois outros eventos esportivos reuniram mais de 10 mil pessoas no estádio: um amistoso da seleção brasileira feminina contra a Bolívia (16.198) e a semifinal, também de futebol feminino, entre Iranduba e Santos (cerca de 25 mil).

Nenhum time do Amazonas disputa, neste momento, uma das quatro divisões nacionais de futebol masculino. As duas equipes locais que participaram da Série D foram eliminadas ainda na fase de grupos.

Houve alguns jogos do pouco popular campeonato Estadual. Uma das partidas, entre Nacional e São Raimundo, teve público pagante de 214 torcedores.

A Arena da Amazônia tem capacidade para 44,4 mil espectadores e custou R$ 660 milhões. A despesa anual do estádio, administrado pelo governo estadual, é de R$ 6,6 milhões.

Parte desse custo é coberta por eventos não-esportivos, como a recente cerimônia de formatura de uma universidade privada.

Defensor da arena, o colunista da Folha Paulo Vinícius Coelho disse que o problema é a incapacidade dos clubes do Amazonas para criar uma equipe competitiva.

"Manaus adora futebol, olha o estádio quase cheio. Nos anos 1970, o Nacional participou do Campeonato Brasileiro várias vezes. Em 1974, passou de fase por renda, era a regra da época. Ou seja, tinha público no estádio aqui."

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.