Seja pelo ocaso de uma geração que conquistou enorme respeito ou pelo desenvolvimento ainda lento de uma nova leva de atletas, o número de brasileiros inscritos na temporada 2017-18 da NBA caiu quase pela metade.
Após dois campeonatos com um recorde de nove participantes, o torneio que começa nesta terça-feira (17) tem cinco jogadores do país.
Com 11 representantes, Canadá é a nação com mais estrangeiros, seguido da França, que possui dez atletas.
Nenê (pivô do Houston Rockets), Cristiano Felício (pivô do Chicago Bulls), Raulzinho (armador do Utah Jazz) e a dupla Bruno Caboclo e Lucas Bebê (ala e pivô do Toronto Raptors, respectivamente) são os brasileiros contratados.
Desse grupo, só Nenê e Felício têm vínculos garantidos para a próxima temporada. Os demais vão virar os chamados "agentes livres" a partir de julho de 2018.
Um dos quatro que perderam espaço na liga, o armador Marcelinho Huertas, 34, tinha como prioridade seguir nos EUA, mas voltou à Espanha para jogar pelo Baskonia.
O veterano jogou duas campanhas pelos Lakers.
Com mais de uma década na NBA, o pivô Anderson Varejão, 34, e o ala Leandrinho, 34, aguardam propostas, assim como o pivô Tiago Splitter, 32, há sete anos na liga.
Para o trio, porém, essa situação não representa necessariamente o fim da linha.
Substituir jogadores com esse currículo não seria fácil. O progresso da nova geração brasileira não seguiu o ritmo esperado por seus clubes.
Para os scouts da NBA, vale como alerta também à seleção nacional.
Em Toronto, o ala Caboclo, 22, e o pivô Bebê, 25, devem ficar mais uma vez retidos no banco de reservas, em último ano de vínculo com a franquia.
Imaturidade, dentro e fora de quadra, e a forte concorrência de um time que sonha em ir à final travam o desenvolvimento da dupla.
Felício, 25, encontrou cenário bem diferente em Chicago. O mineiro rapidamente conquistou a confiança dos treinadores, não só por seu empenho, mas também pelo potencial atlético e técnico.
Que os Bulls não lembrem em nada os tempos de superpotência nos anos 90 também ajuda o pivô brasileiro.
Em Utah, Raulzinho, 25, pode ganhar a vaga de armador reserva de um time que mira os playoffs.
Já o ala-armador Georginho, 21, vai jogar pela filial do Houston Rockets na liga de desenvolvimento da NBA, o Rio Grande Valley Vipers.
Lá, será orientado pelo estafe que trabalha também para a equipe de cima.
Nos Rockets, só ficou justamente o pioneiro Nenê, que abriu portas da NBA ao país em 2002.
Aos 35, o pivô ainda é um protagonista brasileiro, com papel relevante em um dos novos "supertimes" da liga.
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