Suíço flamenguista e filho de brasileiro podem enfrentar seleção no Mundial

FÁBIO ALEIXO
DE SÃO PAULO

Adversárias do Brasil na primeira e segunda rodadas da Copa do Mundo da Rússia, Suíça (em 17 de junho, em Rostov-do-Don) e Costa Rica (no dia 22, em São Petersburgo) contam com sangue brasileiro em seus elencos.

Não são atletas nascidos no país, mas sim filhos de brasileiros com dupla nacionalidade que nunca tiveram a oportunidade de jogar profissionalmente no país, mas fazem sucesso atuando no futebol europeu.

Na Suíça, está o zagueiro Léo Lacroix, que atualmente defende o Saint-Etienne (FRA).

Na Costa Rica, o "brasuca" é Celso Borges, meio-campista do La Coruña (ESP), que caminha para o seu segundo Mundial.

Meio-campista viu o pai encarar o Brasil e agora buscará revanche

O DNA brasileiro e de Copa está no sangue de Celso Borges, 29, graças ao seu pai.

Alexandre Guimarães, natural de Maceió, se mudou para a Costa Rica quando tinga 12 anos. Pouco depois, se tornou cidadão do país.

Fez tamanho sucesso, que em 1990, foi chamado para representar a seleção costa-riquenha em sua primeira aparição em um Mundial.

Doze anos depois, dirigiu a equipe nacional na Copa da Coreia do Sul e do Japão.

Em ambas as oportunidades, teve o Brasil como adversário e acabou derrotado.

Agora, Celso terá a chance de tentar vingar o pai. Mas sabe que a tarefa será árdua.

"Depois que teve o sorteio, a primeira pessoa com quem falei foi meu pai. Ele estava muito emocionado, pois toda sua família ainda vive no Brasil", contou Celso, que nasceu na capital San José.

"Para mim e para todos os meus companheiros será incrível enfrentar uma seleção de tanta história. Vamos com muita vontade. Será um jogo muito duro, mas precisamos acreditar em nós. Temos capacidade para fazer uma boa partida", afirmou.

Celso pode falar com propriedade, afinal já leva muito tempo defendendo a seleção. O meio-campista do La Coruña, da Espanha, soma mais de 100 jogos pela equipe nacional e esteve presente na Copa do Mundo de 2014.

Só não jogará na Rússia caso aconteça um imprevisto.

Celso jogou entre 2006 e 2009 no Deportivo Saprissa e depois passou seis temporadas na Suécia até acertar a ida para a Espanha, em 2015.

Jamais foi sondado por nenhum clube brasileiro.

Crédito: Ezequiel Becerra/AFP Celso Borges discute com adversário durante jogo das eliminatórias
Celso Borges discute com adversário durante jogo das eliminatórias

"Fui para a Europa com 20 anos. O mercado brasileiro era e ainda é muito fechado para nós da Costa Rica. Acho que seria muito difícil eu jogar um dia no Brasil, mas nunca podemos fechar a porta para nada", afirmou.

A última vez que Celso esteve no Brasil foi em 2014. Desde então não retornou.

"Ia muito por causa dos meus avós. Mas eles morreram e agora já não tem tanto motivo. Visitava muito o Rio. Me sentia muito identificado Tenho orgulho das minhas raízes", disse Celso, que tem dificuldades para falar português -quando conversou com a reportagem, preferiu falar em espanhol.

Celso diz não ter um clube brasileiro de coração, mas gosta de seguir o campeonato nacional. Quando era menor, tinha como principal referência o atacante Ronaldo.

Em 2002, durante a Copa, teve a oportunidade de ver o ídolo enfrentando o time do seu pai. Ele, à época com apenas 14 anos, viajou à Coreia do Sul com a mãe e irmãos.

"Foi uma experiência muito bonita. Minha vontade era ver de perto o Ronaldo. Infelizmente não tive a oportunidade de encontrá-lo para pedir uma foto ou autógrafo depois do jogo", contou Celso, que não tem lembranças do duelo da Copa de 1990.

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Além deles, o México conta com os irmãos Giovanni e Jonathan Dos Santos, filho do brasileiro Zizinho.*

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