'Grêmio japonês' faz história com quatro brasileiros no elenco
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Jogadores do Kawasaki comemoram gol em 2016, quando time jogou com camisa igual à do Grêmio |
No mesmo ano em que o Grêmio se sagrou tricampeão da Libertadores e busca o bicampeonato mundial, no sábado (16) contra o Real Madrid, seu "irmão" japonês escreveu o mais glorioso capítulo de sua história.
Há duas semanas, mais precisamente no dia 2 de dezembro, o Kawasaki Frontale conquistou o título nacional pela primeira vez, após três vice-campeonatos em 2006, 2008 e 2009.
Terminou a J-League com os mesmos 72 pontos do tradcional Kashima Antlers, mas levou a melhor no saldo de gols, 39 contra 22 do rival.
O detalhe é que a equipe, que está na elite de maneira ininterrupta desde 2005, não liderou nenhuma das 34 rodadas. Na última partida, fez 5 a 0 em casa sobre o Omiya Ardija e contou com um empate em 0 a0 do Kashima com o Jubilo Iwata.
Até 1997, o time se chamava Fujitsu F.C. era formado por empregados da fábrica de mesmo nome do ramo de tecnologia e estava na terceira divisão japonesa. Era praticamente um clube amador.
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Kawasaki Frontale tinha símbolo idêntico ao do Grêmio |
Mas naquele ano, após subir para a segunda divisão resolveu mudar tudo. A Fujitsu seguiu como patrocinadora -o que faz até hoje. O nome, porém, foi alterado para Kawsaki Frontale, unindo o nome da cidade onde tem sua sede com a palavra que em italiano significa frente.
Ao mesmo tempo que mudava o nome, firmava uma parceria com o Grêmio, que dois anos antes havia estado no Japão para a disputa do Mundial de Clubes.
Com acordo, o Kawasaki passou a ter uma camisa tricolor em azul, preto e branco cuja fabricante era a Penalty, mesma fornecedora de material esportivo do Grêmio. O símbolo era uma réplica.
Além disso, o clube gaúcho mandou para o Japão o zagueiro Scheidt, o atacante Márcio e Zeca, auxiliar-técnico de Luiz Felipe Scolari.
"Foi uma experiência muito boa e diferente. Eu estava na transição do juvenil para o profissional e apesar de ter sido campeão da Libertadores em 1995 não estava sendo muito utilizado aqui. Lá cheguei como titular, já que antes eram todos amadores", contou Scheidt à Folha.
Em 1999, Tinga também defendeu a equipe asiática.
A parceria durou oficialmente até 2000 mas até hoje é grande a relação com o Grêmio e com brasileiros.
No ano passado, o clube atuou novamente com camisa idêntica ao do tricolor gaúcho. Neste ano, tinha quatro brasileiros no elenco.
Eram eles: Elsinho, Eduardo, Eduardo Neto e Rhayner.
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Elsinho é um dos quatro brasileiros que estiveram presentes em título japonês |
"Até hoje eles têm muito forte esta relação com o Brasil. Eles levam bandeiras aos estádios. Depois do título, os torcedores gritavam 'Dale Grêmio'. No museu tem também camisas do Grêmio", contou o meia-atacante Rhayner, que no Brasil teve passagens por Fluminense e Ponte Preta, entre outros.
Um fato curioso é que se o Mundial de Clubes deste ano fosse no Japão, como ocorreu em oito oportunidades neste formato, poderia haver um duelo entre Grêmio e Kawasaki. Isso porque o campeão do país-sede sempre tem uma vaga assegurada.
"É uma pena. Seria muito legal se isso acontecesse. Minha família é toda gremista", afirmou Rhayner, que está sem contrato, mas quer seguir defendendo o Kawasaki em 2018.
No próximo ano, a equipe disputará a Liga dos Campeões da Ásia, torneio que dá ao campeão a vaga no Mundial de Clubes.
"Este título significou muito para nós. Fazer parte desse momento é maravilhoso. Estou muito feliz em ter mudado a história do clube. Agora tenho certeza que o Kawasaki Frontale irá seguir conquistando títulos", afirmou o lateral Elsinho, que defende o time desde 2015.
"No início do clube, eles se inspiraram no Grêmio por longos anos, mas agora creio que o Kawasaki Frontale já criou sua própria identidade", completou.
Jiji Press/AFP | ||
Jogadores do Kawasaki Frontale celebram o título japonês de 2017 |
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