Com geração precoce e bilionária, Brasil domina topo de transações

ALBERTO NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

A concretização da venda do meia Philippe Coutinho no sábado (6), do Liverpool para o Barcelona por 160 milhões de euros (R$ 621 milhões) –a segunda mais cara da história–, consolida uma geração de jogadores brasileiros que hoje soma aproximadamente R$ 2,2 bilhões em transferências. Em comum, todos nasceram em 1992 e foram contemporâneos nas categorias de base da seleção.

Além do novo reforço do clube catalão, fazem parte desse grupo Neymar (PSG), Alisson (Roma), Casemiro (Real Madrid), Lucas (PSG), Fernando (Spartak Moscou) e Dudu (Palmeiras).

Eles jogaram juntos na base e chegaram ao time principal da seleção. Desses, quatro devem disputar a Copa do Mundo-2018.

Os ainda jovens jogadores –a maioria deles têm 25 anos, Dudu é o único que já completou 26– têm um histórico semelhante na carreira. Em média, saíram do Brasil para atuar na Europa com 20 anos e já realizaram duas transferências –todas milionárias– na carreira profissional.

Coutinho foi o mais precoce deles. Deixou o Vasco da Gama aos 18, rumo à Internazionale, da Itália.

"Coutinho é um jogador quase completo, que define, cria, marca e tem bom posicionamento tático. Isso contribuiu com essa cifra impensável para o nosso futebol", afirma à Folha Dorival Júnior, que treinou o jogador no Vasco, em 2009.

Hoje, aos 25 anos, a nova contratação do Barcelona também se destaca em número de transferências em definitivo. Além da recente, o meia-atacante foi vendido outras duas vezes (Vasco-Internazionale e Internazionale-Liverpool). As três negociações somam 177 milhões de euros (R$ 687,20 milhões).

Já o colega de seleção Neymar foi vendido do Barcelona para o PSG por 222 milhões de euros (R$ 862 milhões na cotação atual). Antes, fora vendido pelo Santos ao clube catalão por 86,2 milhões de euros (cerca de R$ 335 mi).

TURMA 92

Contemporâneos nas categorias de base, a geração de Neymar e Coutinho viveu seu ápice na seleção no Mundial sub-20, em 2011. Já astro no Santos na época e titular da equipe principal, Neymar foi poupado do torneio vencido pela equipe brasileira.

"Eles sempre foram fora de série tecnicamente e taticamente. Agora [...] estão amadurecidos fisicamente e também mentalmente", afirma Ney Franco, que era o treinador da equipe.

Como Neymar, Lucas foi campeão sul-americano sub-20 em 2011, mas ficou de fora do Mundial. Ele trocou o São Paulo pelo PSG aos 21, em transação de 40 mi de euros (hoje R$ 155,31 mi).

Volante daquele time, Fernando (Spartak Moscou) foi envolvido em três vendas, assim como Coutinho. Saiu do Grêmio para o Shakhtar (Ucrânia), de lá à Sampdoria (Itália) e, por fim, para seu clube atual. Os valores, porém, são menores do que do compatriota e totalizam 31,5 milhões de euros (R$ 122,28 mi na cotação atual).

Alisson, goleiro titular da seleção brasileira e da Roma, chegou à Itália por 8 mi de euros (R$ 31 milhões). Casemiro, do Real Madrid, sem contar os empréstimos, trocou de equipe uma única vez também. Ele saiu do São Paulo por 6 milhões de euros (cerca de R$ 23 mi).

O atacante Dudu, do Palmeiras, é o único dos citados dessa geração que não atua no futebol europeu. O atleta se transferiu do Cruzeiro ao Dínamo de Kiev, da Ucrânia, e depois foi emprestado ao Grêmio, antes de ser adquirido pelo clube paulista, em 2015. As duas vendas totalizam 8 milhões de euros (R$ 31 milhões).

COPA-2018 TESTA GERAÇÃO

Da geração de jogadores que colocaram o Brasil no topo das transações do futebol, Neymar (PSG), Coutinho (Barcelona), Alisson (Roma) e Casemiro (Real Madrid) são presenças certas no elenco que defenderá o Brasil na Copa do Mundo da Rússia, que será realizada entre 14 de junho e 15 de julho.

O atacante Neymar e o goleiro Alisson têm o status de intocáveis na formação ideal do técnico Tite. Já o meia-atacante Coutinho e o volante Casemiro têm as sombras de William (Chelsea) e Fernandinho (Manchester City), respectivamente, mas no momento estão à frente deles.

O palmeirense Dudu chegou a ser convocado por Tite em algumas oportunidades. A última vez, na vaga do lesionado Douglas Costa (hoje na Juventus), em março de 2017, pelas eliminatórias da Copa.

Mas o atacante não foi mais chamado desde então. Na convocação seguinte, foi preterido por Taison, do Shakhtar (Ucrânia), considerado por Tite mais artilheiro que ele.

O atacante Lucas Moura, pouco utilizado no PSG em 2017, e o volante Fernando, do Spartak Moscou, que estiveram na conquista da Copa das Confederações, em 2013, deixaram de ser lembrados na seleção.

Dos nascidos em 1992, apenas Neymar já disputou um Mundial, em 2014.

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