Xavi exalta 'roda de bobinho' e prevê Neymar como referência no futebol

Crédito: Ander Gillenea/AFP Barcelona's midfielder Xavi Hernandez (C) celebrates their victory at the end of the Spanish Copa del Rey (King's Cup) final football match Athletic Club Bilbao vs FC Barcelona at the Camp Nou stadium in Barcelona on May 30, 2015. Barcelona won 3-1. AFP PHOTO/ ANDER GILLENEA ORG XMIT: AG10734
Xavi comemora o título da Copa do Rei de 2015, sua última partida pelo Barcelona

DE SÃO PAULO

Um dos maiores meias da história do futebol, Xavi, 37, chama a atenção para um treino que é considerado apenas uma brincadeira de aquecimento em quase todos os clubes, mas ele considera um "exercício incrível" para aprimorar a técnica, passe e senso de posição: a roda de bobinho.

Para o jogador que ganhou quatro Ligas dos Campeões da Europa com o Barcelona (2006, 2009, 2011 e 2015), uma Copa do Mundo (2010) e duas Eurocopas (2008 e 2012) pela seleção espanhola, o desenvolvimento possível com a roda de bobinho é "infinito".

"As pessoas ainda pensam que o bobinho é uma brincadeira. Não! O bobinho é um exercício incrível: as duas pernas, olhar a segunda linha, dar um passe por dentro, atrair, atrair e quando o defensor vier pronto, dá o passe para o outro lado. Você não se cansa. É um exercício que permite um desenvolvimento infinito. Por exemplo: sete contra dois, cinco contra dois (que já é mais difícil encontrar a solução). Nove contra dois é mais lúdico. Ou pode fazer um bobinho grande com três no meio: dois que pressionam e um que faz a cobertura atrás, você precisa ver onde está o espaço, por onde passar a bola... Te obriga a olhar o que acontece ao seu redor, onde está o homem livre. No Barcelona entendemos o futebol como espaço-tempo. Quem o domina? Busquets, Messi, Iniesta: são mestres do espaço-tempo", ele disse em entrevista publicada pelo jornal espanhol "El Pais".

Xavi atualmente joga pelo Al-Saad, do Qatar, e auxilia a família real com projeto de desenvolvimento do futebol local. Também foi contratado para ser embaixador da Copa do Mundo de 2022, que será no país.

Para ele, é uma vergonha que Messi seja comparado com qualquer outro jogador, voltando a defender que o atacante argentino é o maior de todos os tempos. Mas ele crê que no futuro, com a queda de rendimento de Messi e Cristiano Ronaldo, o brasileiro Neymar terá alguns anos de reinado como melhor do mundo.

"Acredito que haverá uma época depois de Messi e Cristiano em que Neymar será a referência. Porque, além do mais, é brasileiro, e o Brasil tem todos os números para estar na final de uma Copa. Será uma era Neymar de três ou quatro anos. E depois virá Mbappé. Tem um potencial tremendo. É muito jovem. Só 19 anos. E é uma fera. Acredito que o talento se impõe ao físico. Neymar é como Messi: talento e físico. E acredito que Mbappé tenha mais físico que talento", completou.

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