Descrição de chapéu Tóquio 2020

'Sou do Rio, de Niterói, sabemos que a corrente favorece um lado', diz Martine sobre tática do ouro

Dupla brasileira da vela deu largada em direção oposta das demais e conquistou o bi nas Olimpíadas

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Enoshima

Quando a regata final da classe 49er FX começou nesta terça-feira (3) nas águas de Enoshima, a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, que conquistou o ouro, percorreu inicialmente uma rota na água totalmente oposta ao trajeto das adversárias.

A estratégia ousada e de última hora, segundo as brasileiras, foi a 'chave' para conquistarem o bicampeonato olímpico.

A pedido da Folha, Martine explicou a tática adotada na prova. Elas chegaram em terceiro na regata final, o suficiente para a primeira posição na competição nas Olimpíadas, que inclui 12 regatas iniciais.

“Eu dei uma olhada no píer, onde estavam torcendo, antes de a gente descer com o barco, e vi uma diferença de corrente bem grande. Eu sou do Rio, de Niterói, conheço bem a Baía de Guanabara, e sabemos que a diferença de corrente favorece um lado ou outro”, disse.

“A gente não tinha uma estratégia certa de um lado ou outro, ia depender de como as adversárias estariam, mas a gente queria largar livre para poder velejar”, acrescentou a brasileira, filha do também velejador Torben Grael, chefe da equipe de vela em Tóquio e cinco vezes medalhista olímpico.

“Conseguimos ir bem livre na direita e acho que ter ido rápido e livre foi a chave hoje porque estava com pouco vento. Se você fica no bolo, acaba não tendo muito o que fazer", explicou.

Martine, a timoneira do barco olímpico, destacou as dificuldades enfrentadas pela dupla nas 12 regatas que antecederam a decisiva. Elas chegaram à regata da medalha na segunda colocação, perto do ouro

Na prova final, a dupla conseguiu tirar a pequena vantagem obtida pelas holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz. As adversárias ficaram com o bronze. A prata foi para as alemãs Tina Lutz e Susan Beucke.

As bicampeãs olímpicas da vela Martine Grael e Kahena Kunze seguram a bandeira do Brasil
As bicampeãs olímpicas da vela Martine Grael (esq.) e Kahena Kunze - Huang Zongzhi/Xinhua

"A gente veleja muitas vezes, deve ter muitas horas de voo no braço, e aconteceram coisas que nunca aconteceram na nossa carreira”, disse Martine.

“Nenhuma de nós duas é supersticiosa, mas a gente prendeu fitinha, pediu para abençoar o barco”, brincou.

Pelas regras olímpicas, os barcos disputam num circuito um número determinado de regatas antes da prova decisiva. No caso da categoria 49er FX, foram 12.

O vencedor de cada uma ganha um ponto, o segundo colocado leva dois, e assim segue pelas 21 duplas (no caso dessa categoria) da disputa.

Se um barco não termina uma regata ou é desclassificado, recebe pontuação equivalente ao total de competidores e um ponto adicional. Por exemplo: se 20 barcos estão na competição, quem é penalizado dessa maneira leva 21 pontos.

A pior pontuação nas regatas é descartada, e a chamada “medal race” conta em dobro. Ganha quem tem menos pontos no fim de tudo.

Martine e Kahena chegaram à prova final dependendo só delas. E conseguiram, mais uma vez.

As velejadoras Kahena Kunze (à esq.) e Martine Grael exibem medalha de ouro após vitória na vela
As velejadoras Kahena Kunze (à esq.) e Martine Grael exibem medalha de ouro após vitória na vela - Leandro Colon/Folhapress
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