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Brasileiro vira espião e revela que seleção do Zimbábue é ofensiva
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FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
Uma equipe de tradição ofensiva, empurrada por 70 mil torcedores que devem lotar o Estádio Nacional de Harare, espera o Brasil dia 2 ou 3 de junho, no Zimbábue, em um amistoso. A data da partida ainda não foi definida pela CBF.
A previsão é de José Claudinei Georgini, 62, o Valinhos, provavelmente o único brasileiro familiarizado com o futebol zimbabuano. Entre janeiro e novembro de 2008, ele treinou a seleção local, tentando, sem sucesso, uma vaga na Copa de 2010.
"É um futebol ofensivo, que joga para a frente, no ataque. Contra o Brasil, certamente vão ter que se fechar mais um pouco. Mas não é uma seleção que joga na retranca", declarou Valinhos, hoje assistente do técnico Joel Santana no Botafogo.
O time não tem muito refino no toque de bola e prefere os lançamentos em profundidade, típicos da escola inglesa. "A Inglaterra colonizou o Zimbábue e deixou uma marca. Tem muito chute para a frente, algo que eu tentei mudar quando estava lá", disse.
A estrela do time é Benjani, atacante de 31 anos que é reserva do Manchester City. A dúvida é saber se a equipe que enfrentará o Brasil será formada só por jogadores locais ou se estrangeiros participarão do amistoso.
"Na minha época, já era uma equipe envelhecida. Há um problema sério de lá que é a formação de jogadores na base. Algo que ainda não foi resolvido", avalia Valinhos.
Segundo ele, levar o Brasil para jogar no Zimbábue é um sonho antigo da federação local e do governo do ditador Robert Mugabe, há 30 anos no poder. "Quando eu estava lá, diziam que iriam reformar o estádio nacional e que colocariam 70 mil torcedores para receber o Brasil. O africano é louco pela seleção brasileira", declarou o ex-técnico.
Valinhos afirma que nunca teve problemas de interferência política em seu trabalho, mas que Mugabe estava sempre de olho em tudo.
"A federação local é toda composta de cargos de confiança do governo. O Mugabe nos chamou para confraternizações quando o time começou a empolgar. E eu tinha que dizer para eles irem com calma, que a classificação para a Copa era difícil."
O maior problema, de acordo com o ex-treinador, é a falta de estrutura para treinamento. "Os clubes não têm dinheiro. Não há centros especializados. Os jogadores têm que treinar em campos de escolas públicas.
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