Paquistanês e indiano colocam política em quadra e no agasalho em Wimbledon

Um paquistanês e um indiano se juntaram novamente para jogar duplas em Wimbledon e aproveitaram o terceiro Grand Slam da temporada para levar uma questão política dentro de quadra.

Rohan Bopanna (Índia) e Aisam-Ul-Haq Qureshi (Paquistão) entraram usando um casaco com os dizeres em inglês: "Pare a guerra, jogue tênis", em livre tradução.

	Stefan Wermuth/Reuters
	O indiano Rohan Bopanna (esq.) e o paquistanês Aisam-Ul-Haq Qureshi durante jogo contra o alemão Philipp Marx e eslovaco Igor Zelenay

O fato de ambos usarem este agasalho em Londres não é por acaso. Seus dois países foram colônias britânicas até 1947. Na época da independência, os ingleses fizeram a divisão territorial conforme a religião das maiorias. Assim surgiu a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana.

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O controle sobre a região da Caxemira foi causa de duas das três guerras (1948-1949, 1965 e 1971) já travadas entre Índia e Paquistão desde 1947 -ano em que ambos os países se tornaram independentes do Reino Unido.

A rivalidade levou a uma corrida armamentista que culminou com a entrada de Índia e Paquistão, em 1998, no clube dos países detentores de armas nucleares. Ambos desenvolveram ao máximo sua infra-estrutura militar. Desde então, as hostilidades na Caxemira passaram a ser acompanhadas com mais atenção pela comunidade internacional.

Em quadra, Bopanna e Qureshi também mostram entrosamento. Nesta sexta-feira, venceram o alemão Philipp Marx e o eslovaco Igor Zelenay por 3 sets a 2, com parciais de 6/7 (6-8), 6/4, 6/4, 4/6 e 13/11 e foram às oitavas de final em Wimbledon. Na partida de estreia, já haviam derrotado o indiano Somdev Devvarman e o filipino Treat Conrad Huey por 3 sets a 1, com 3/6, 7/5, 6/3 e 7/6 (8-6).

Hoje, Bopanna ocupa a 52ª posição do ranking mundial de duplas, enquanto que Qureshi é o 43º. Os dois já fazem parceria em torneios desde 2007.