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Falta de equilíbrio emocional ajudou a derrubar seleção, dizem psicólogos
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GUILHERME YOSHIDA
LUIZ COSENZO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Considerada uma das favoritas para conquistar o título da Copa do Mundo-2010, a seleção brasileira não teve equilíbrio emocional no jogo que valeu a sua eliminação da competição que acontece na África do Sul, segundo os especialistas em psicologia do esporte ouvidos pela Folha.com.
O sonho do time brasileiro começou a virar pesadelo logo aos 10min do segundo tempo, quando os comandados do técnico Dunga sofreram o primeiro dos dois gols da vitória de virada da Holanda por 2 a 1.
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Para os psicólogos, o empate do adversário na partida foi determinante para que a seleção perdesse o seu rumo dentro do confronto, que teve na expulsão do volante Felipe Melo a marca do nervosismo verde-amarelo.
"A seleção brasileira foi a imagem, a semelhança do seu comandante durante a Copa. O desequilíbrio emocional que o treinador brasileiro demonstrou durante todo o Mundial certamente gerou sequelas nos atletas do elenco. Os jogadores sentiram falta de um trabalho psicológico e também notaram a ausência de um trabalho semelhante para o técnico", observou João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista de Psicologia do Esporte.
Martin Meissner/AP |
Dunga demonstrou nervosismo durante boa parte da Copa do Mundo |
"Uma falha durante a partida não representa uma falha que vai colocar todo o trabalho feito durante quatro anos em risco. Os jogadores deveriam reagir, mas sentiram muito o gol tomado", acrescentou.
A opinião de Cozac foi compartilhada pelo também psicólogo do esporte Marco Ferreira. "A seleção brasileira fez um primeiro tempo ótimo, mas quando tomou o gol sofreu um baque e não conseguiu se recuperar. O profissional da área trabalha o comportamento do atleta para quando este estiver atrás do placar ou em adversidade na partida não se abale", completou.
Os profissionais da área do esporte apontaram ainda que Dunga mostrou, desde o início da preparação do time para a competição, um desequilíbrio emocional que poderia ser notado, principalmente, nas entrevistas coletivas.
"O desequilíbrio se deu de forma marcante quando ele não conseguiu sair do papel de jogador de futebol para técnico da seleção brasileira. Ele manteve as mesmas características de um atleta profissional, o que não pode acontecer", disse Cozac, acrescentando que é inadmissível uma seleção brasileira viajar sem um psicólogo do esporte.
Eduardo Knapp/Folhapress |
Felipe Melo foi expulso quando o Brasil perdia por 2 a 1 e buscava a reação |
O especialista finalizou ao comentar a expulsão do volante Felipe Melo, que na sua opinião, não suportou psicologicamente a pressão que o jogo exercia sobre os atletas.
"Os jogadores menos preparados emocionalmente sucumbem em um momento de pressão. Ele demonstrou claramente que não tem condições psicológicas para vestir a camisa da equipe brasileira. O Felipe Melo precisa fazer um trabalho para conseguir controlar suas reações", completou.
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