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12/07/2010 - 07h00

Maioria dos estádios patina para iniciar as obras para 2014 e lembra atrasos do Pan

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EDUARDO OHATA
MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

Já se passaram dois anos e oito meses desde que o Brasil foi escolhido pela Fifa como sede da Copa de 2014, e há mais de um ano foram definidas as 12 cidades brasileiras que receberão as partidas do Mundial. Mas, restando quatro anos para o evento, apenas três estádios começaram efetivamente a sair do papel.

Entre as arenas bancadas por verba pública, somente o Verdão, de Cuiabá, a Arena Amazônia, de Manaus, e o Mineirão, de Belo Horizonte, iniciaram de fato as obras.

O prazo estabelecido originalmente pela Fifa para o início das obras foi o dia 31 de janeiro deste ano. Há um ano, quando a Folha consultou representantes das 12 cidades para saber quando os estádios começariam a ser preparados para o Mundial, todos prometeram que o cronograma seria cumprido.

Mas, em janeiro, nenhuma das sedes havia concluído o processo licitatório. A maioria nem sequer lançara os editais. E só nos últimos dois meses muitos dos contratos das obras dos nove estádios públicos ficaram prontos ou começaram a tomar forma.

O Maracanã, no Rio, e o Castelão, em Fortaleza, ainda não finalizaram as licitações. A Arena das Dunas, em Natal, nem lançou o edital.

36 MESES

É muito pouco provável que todos os estádios estejam prontos até o fim de 2012, conforme a Fifa deseja. Mas os arquitetos especializados consultados pela reportagem argumentam que ainda há tempo para erguer uma arena até 2014.

"Em um processo muito otimizado, é possível construir um estádio em 24 meses. Em geral, se você levar em conta a chuva e outras questões meteorológicas que podem atrapalhar a obra, de 30 a 36 meses é um prazo mais factível. E nós estamos a 48 meses da Copa, portanto, ainda estamos dentro do tempo", avalia José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia).

Ele alerta para o fato de que o país precisará ter ao menos quatro estádios prontos em 2013, para receber a Copa das Confederações.

Para Bernasconi, o Brasil já deve definir no próximo semestre os detalhes relativos às obras do Mundial.

"Não pode deixar o tempo passar para depois, na última hora, sair correndo, como aconteceu no Pan [do Rio, em 2007]. Se tiver atraso, sai o pronto-socorro do governo federal, manda dinheiro e faz um monte de coisas no atropelo", diz.

O fantasma do Pan volta a pairar sobre o Brasil: as instalações do evento realizado em julho de 2007 foram concluídas em cima da hora. O roteiro é conhecido: atrasos geraram uma explosão orçamentária e serviram de justificativa para a dispensa de licitação em vários contratos.

Agora, já houve tal dispensa no projeto executivo do estádio de Natal --ocorrida, segundo a assessoria de seu comitê organizador, por conta de "direitos autorais".
O argumento é o de que o projeto inicial, que contou com aval da Fifa, foi realizado pela mesma empresa incumbida da segunda fase do projeto. Se outra firma assumisse, todo o estágio inicial teria de ser descartado.

O Tribunal de Contas do Estado analisa a dispensa de licitação nos contratos, orçados em R$ 27,4 milhões, com as empresas Stadia Projetos Consultoria, que fará os projetos complementares do estádio, e com a Populous Arquitetura, responsável pelo projeto principal. Entre todas as sedes públicas, Natal é a mais atrasada.

 

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