Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/08/2010 - 07h40

Nova lei é ameaça a caldeirão baiano na final da Copa do Brasil

Publicidade

MATHEUS MAGENTA
DE SALVADOR

Com 100% de aproveitamento dentro de casa na Copa do Brasil, o Vitória aposta no apoio da torcida para transformar o estádio Barradão num caldeirão e tentar reverter hoje a vantagem de 2 a 0 do Santos, em Salvador.

Mas a estratégia da torcida baiana pode ficar incompleta devido à nova redação do Estatuto do Torcedor, que vigora desde a última quarta.

Com a mudança na lei, o torcedor fica proibido de "utilizar fogos de artifício ou quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos análogos" ou objetos que possibilitem a "prática de atos de violência".

A torcida do Vitória organizou para a partida de hoje um "Barradão em Chamas". Eles planejam utilizar mais de 10 mil piscas vermelhos (fogos de artifício pequenos e não explosivos), para dar a impressão de que o estádio está pegando fogo.

Só que mesmo essa estratégia está em risco. O Ministério Público da Bahia e o Corpo de Bombeiros vão analisar hoje o material e decidir se ele se aplica ou não às proibições impostas pelo Estatuto do Torcedor.

Isso porque ontem, após uma reunião, Ministério Público, Polícia Militar baiana e outras autoridades anunciaram que vão fazer cumprir o estatuto --o que causou reclamação dos torcedores.

Todos os 35 mil ingressos disponibilizados para a partida já foram vendidos, sendo 3.500 para a torcida santista.

Para Gabriel Oliveira, presidente da principal torcida organizada do Vitória (Os Imbatíveis), a tentativa de criar um caldeirão no estádio poderá ser prejudicada.

"As mudanças nos deixaram tristes porque ninguém vê o lado do torcedor que leva sua bandeira com mastro ou fogos não explosivos para fazer uma festa para incentivar o seu time", afirmou.

DESIGUALDADE

O presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, citou o uso de sinalizadores --vetados pelo estatuto-- pela torcida do Santos no primeiro jogo da final, na Vila Belmiro, e defendeu o uso dos piscas hoje.

"Nós nunca tivemos nenhum incidente com esse material na Bahia. Os piscas já fazem parte da festa que a torcida do Vitória faz, é preciso ter isso em vista", afirmou.

Para o promotor Júlio Travessa, que coordena uma comissão de combate à violência nos estádios, o fato de a torcida do Santos ter usado fogos de artifício não dá direito à torcida do Vitória de também usar o material.

"Houve o descumprimento da lei em Santos, mas um crime não justifica o outro. Na Bahia, nós temos a conduta de respeitar a lei", disse.

Em cinco jogos na Copa do Brasil dentro de casa, o time marcou 19 gols (média de 3,8 por jogo) e não sofreu nenhum. Para chegar até a final, o time baiano derrotou times como Vasco e Goiás.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página