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Proibição de atletas militares gera crise no Mundial de rúgbi
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DE SÃO PAULO
Uma crise se instalou na Oceania em razão da Copa do Mundo de Rúgbi que acontece na Nova Zelândia, de 9 de setembro a 23 de outubro.
Após o país sede anunciar que não liberaria a entrada de militares ligados ao golpe de estado ocorrido em Fiji, em 2006, o presidente do Comitê Olímpico do arquipélago vizinho disse, nesta quinta-feira, que, se não puderem enviar todos os jogadores da seleção, vão considerar a hipótese de boicote ao Mundial.
Fiji está no Grupo D do Mundial ao lado da atual campeã África do Sul, País de Gales, Samoa e Namíbia. Na última Copa do Mundo, em 2007, o país caiu nas quartas de final, ante a campeã África do Sul.
Rabih Moghrabi/France Presse | ||
Final do torneio de Dubai entre Inglaterra (de azul) e Fiji, em 2004 |
"Se não podemos enviar nossa melhor equipe, então devemos considerar a decisão de fazer um boicote à Copa do Mundo" disse Vidya Lakhan, cujo país tem seis soldados na seleção de rúgbi. "Quem quer que seja escolhido, deveria participar da Copa do Mundo, que é um evento da IRB, não da Nova Zelândia", completou.
A IBR (Internacional Rugby Board, entidade que rege a modalidade no mundo) já se manifestou sobre o caso e disse que tentará liberar a entrada de todos atletas de Fiji na Nova Zelândia.
"É um tema sensível. Este tipo de assunto se resolve mais facilmente em esfera privada, quando se pode sentar e ter conversas longe do público", disse o diretor-executivo da IRB, Mike Miller.
A União figiana de rúgbi, porém, não aprovou a manifestação do comitê olímpico do próprio país. "Eles nunca nos consultaram sobre o assunto. E não estão envolvidos na preparação para a Copa do Mundo. Estamos muito aborrecidos", disse o diretor-executivo da entidade máxima da modalidade em Fiji, Keni Dakuidreketi, que disse estar em contato com a IBR.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro neozelandês, John Key, reafirmou a posição quanto à proibição de vistos de entrada no país de pessoas próximas, funcionários ou militares do governo de Voreqe Bainimarama, que comandouo golpe em 2006.
O ministro do Exterior, Murray McCully, também disse que a Nova Zelândia não mudará sua política até que Fiji respeite os direitos humanos e faça reformas democráticas no país.
Com agências internacionais
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