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Taiti usa Copa das Confederações para se exibir e não ser motivo de piada

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São 7h e Mikäel Roche, 30, inicia seu expediente como professor de educação física no colégio Taaone, na região de Pirae, no Taiti, a maior ilha da Polinésia Francesa.

Entre aulas e atividades, ele apenas "mata" tempo, pois tem um foco em mente. Algo usual no restante do mundo mas que, em seu país, é quase um hobby: o futebol.

Enfim, às 14h, seu compromisso na escola se encerra e ele pode se dedicar à parte mais saborosa de sua dupla jornada. Entre 17h30 e 20h, Roche põe luvas e shorts. Ele é goleiro do AS Dragon, o clube mais tradicional da nação.

Mas o fato não lhe dá qualquer status. No Taiti, país de cerca de 170 mil habitantes, o futebol não é profissional.

"No máximo, uns clubes pagam um carrinho de compras em supermercado", disse à Folha o goleiro, que veio à Copa das Confederações.

O Taiti estreia na segunda-feira contra a Nigéria, às 16h, no Mineirão. Depois, encara Espanha e Uruguai.

A trajetória de Roche se confunde às dos outros 22 jogadores que formam o elenco da seleção da ilha na Copa das Confederações.

Entre os convocados há motoristas de caminhão, guias turísticos, trabalhadores braçais e funcionários públicos. Zagueiro e capitão da equipe, Nicolas Vallar, 29, fez até bico na própria federação.

"Trabalhei na organização da Copa do Mundo de Beach Soccer [que será realizada no Taiti em setembro]" disse.

Para ele, a participação na Copa das Confederações é a chance de voltar ao mercado.
"Se um clube do exterior me oferecer trabalho, talvez nem volte ao Taiti", declarou.

Hoje, o único jogador do país que atua em um time profissional é Marama Vahirua, do Panthrakikos-GRE.

Para não passar vexame, a federação propôs uma solução: "alugar" os jogadores. Ela negociou a dispensa deles com as empresas nas quais trabalham, arcando com salários. Sem objeção, o elenco treina desde abril.

O futebol é o esporte mais popular do Taiti. São 15 mil atletas registrados na federação de futebol, segundo o presidente, Thierry Ariiotima.

"Ninguém na federação é pago. Somos todos voluntários", afirmou o mandatário.

Com um orçamento anual de cerca de R$ 4,7 milhões, a federação opera em um escritório dentro de um estádio em Papeete, capital da Polinésia.

Ariiotima celebra a maré positiva do futebol na ilhota --a primeira divisão do Taitiano conta com 11 times.

O ápice da "evolução" ocorreu em 2012, quando a seleção ganhou a Copa das Nações da Oceania e garantiu vaga para a Copa das Confederações --pela conquista, cada jogador levou R$ 11 mil.

O time, porém, já não tem mais chance de se classificar para a Copa do Mundo.

O técnico pouco se importa. A Copa das Confederações já basta. "Temos de ser humildes e saber que teremos de defender. Marcar um gol será maravilhoso para nós", afirmou Eddy Etaeta à Folha.

Divulgação - 30.mai.2013/ftf.pf
Seleção do Taiti faz atividade em centro de treinamentos no Chile
Seleção do Taiti faz atividade em centro de treinamentos no Chile
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