Copa das Confederações marca a estreia do passaporte biológico antidoping no futebol
Uma picada de agulha para a retirada de sangue, potinhos para a coleta de urina. Esportistas de elite já estão acostumados ao ritual dos controles antidoping.
Por isso mesmo, os jogadores das oito seleções que disputaram a Copa das Confederações talvez não tenham a dimensão exata do significado do procedimento pelo qual passaram durante o torneio.
Todos eles tiveram amostras de sangue e urina coletadas, gerando um banco de dados muito valioso. A Fifa é a primeira entidade que rege esportes coletivos a implementar o passaporte biológico dos atletas.
O documento consiste em uma série de dados do sangue e da urina -como nível de hormônios, de esteroides e perfil hematológico- que são armazenados e serão comparados a testes antidopings realizados no futuro.
Se forem notadas alterações nesse perfil, o atleta pode até ser suspenso por uso de doping, mesmo sem que a substância proibida tenha sido detectada no organismo.
"O futebol é um dos esportes mais vistos do mundo e tem que dar o exemplo para os outros", afirmou Daniel Alves, lateral da seleção.
Após programas-piloto nos Mundiais de Clubes de 2011 e 2012, a Fifa decidiu implementar o passaporte em suas competições de seleções. A meta da entidade é colher amostras de todos os 32 times da Copa do Mundo de 2014. As amostras dos atletas da Copa das Confederações foram levadas para o laboratório de Lausane, na Suíça.
O passaporte biológico é uma arma relativamente recente na luta contra o uso de substâncias proibidas. Uma das preocupações da Fifa é sanar as dúvidas dos atletas e fazê-los confinar no novo procedimento. A Agência Mundial Antidoping aprovou seu uso em 2009. Algumas entidades, como a União Ciclística Internacional e as federações internacionais de tênis e atletismo já adotaram o método.
Antes de Londres-2012, por exemplo, três atletas russas perderem o direito de ir à Olimpíada e foram punidas por terem apresentado alterações em seus passaportes.
Foi determinado que os valores encontrados em seus testes antidoping só poderiam ter sido gerados com o uso de substâncias dopantes.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'