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O futebol nunca foi tão bom como é hoje, diz Platini

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Para o francês Michel Platini, 58, um dos maiores jogadores da Europa nos anos 1980, o futebol, ao unir agilidade e técnica, "nunca foi tão bom" como é hoje.

Atualmente presidente da Uefa, entidade que controla o futebol europeu, Platini pede que os manifestantes que saíram às ruas durante a Copa das Confederações em junho deste ano deem uma trégua no Mundial de 2014.

"É tão importante para os torcedores irem à Copa no Brasil quanto para os muçulmanos irem à Meca", afirma.

Com passagem pela Bahia na semana passada, por conta do sorteio para a Copa, o ex-jogador, que deve ser candidato de oposição à presidência da Fifa, falou à Folha.

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Vanderlei Almeida - 6.dez.2013/AFP
Michel Platini, presidente da Uefa, chega para o sorteio dos grupos da Copa do Mundo
Michel Platini, presidente da Uefa, chega para o sorteio dos grupos da Copa do Mundo

Folha - Antes da Copa do Mundo de 1998, eu o entrevistei para um livro meu, "O País da Bola". Na ocasião, nós falamos do estilo do futebol brasileiro. Passaram-se 15 anos. O que mudou nesse estilo?

Michel Platini - O futebol, de modo geral, se acelerou a partir de 1990 porque as regras mudaram. Hoje, existem bolas em torno do campo. Ninguém mais perde tempo para buscar a bola quando ela sai.

Por outro lado, o goleiro não está mais autorizado a pegar com a mão a bola passada por um jogador do time dele, é obrigado a devolvê-la a campo chutando-a. Com isso, o jogo ficou muito mais rápido, ele se tornou mais técnico.

Acha ainda possível falar de um modo de jogar futebol típico do Brasil?

O brasileiro tende a brincar, mas o estilo de jogar hoje depende sobretudo do técnico. Antigamente, dependia mais do jogador. O futebol hoje gira em torno do técnico e do dinheiro.

O jogador hoje não está mais ligado a um ou outro clube, ele circula entre os clubes. Além disso, o estilo do jogador também é determinado pelo clima do país.

Com 40ºC, no Brasil, o jogo é um. Com 5ºC, na Europa, é outro.

E há ainda a condição do campo. Num terreno úmido, não se joga como num terreno seco. No úmido, o jogador ousa mais e se machuca mais. Me machuquei mais jogando na França, onde o terreno é úmido do que na Itália, onde ele é seco.

O futebol se tornou mais duro no mundo inteiro...

Diria que se tornou mais rápido. Nunca foi tão bom.

Acredita que o futebol ainda seja portador de valores coletivos?

De valores coletivos, não, porque ele se cristalizou em torno da pessoa do jogador. Mas é portador de valores sociais porque, atrás da equipe, existe um país inteiro, e todos os países desejam ser bem representados.

O que você espera da Copa?

Se eu tiver que assistir aos jogos ladeado por seguranças, por militares, não virei ao Brasil. Prefiro assistir pela TV. O mundo inteiro deseja que a Copa seja uma grande festa do futebol brasileiro. Espero que não haja manifestações sociais, que haja uma trégua para o futebol.

É tão importante para os torcedores irem à Copa no Brasil quanto para os muçulmanos irem à Meca.

BETTY MILAN é escritora e psicanalista. Tem mais de 20 livros publicados, entre eles, "O País da Bola", que será reeditado pela Record para a Copa do Mundo.

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