Fim de obra para o Beira-Rio está previsto para o meio da Copa
A Prefeitura de Porto Alegre estabeleceu um prazo que extrapola o início da Copa do Mundo para a conclusão de uma obra prioritária para o estádio Beira-Rio, que receberá cinco partidas do Mundial.
O edital da licitação para a pavimentação e urbanização de áreas do entorno do complexo prevê o fim dos trabalhos em quatro meses.
Se as obras começassem hoje, a empresa responsável poderia concluir os trabalhos apenas no fim da primeira fase do Mundial, em 25 de junho. No entanto, ainda nem se sabe qual empreiteira tocará o projeto: a única candidata ofertou na semana passada preço superior ao teto sugerido pela prefeitura, de R$ 7,7 milhões. O processo, então, foi considerado "fracassado" e deve ser refeito.
Na semana passada, o secretário-geral da Fifa, Jêróme Valcke, visitou o estádio junto com a presidente Dilma Rousseff e fez críticas à demora. Disse que o complexo está "mais ou menos pronto" e que há "muito o que fazer" no entorno.
A reforma do estádio foi bancada pela empreiteira Andrade Gutierrez, que vai administrar o local por 20 anos. No entanto, o calçamento e a urbanização das áreas imediatamente ao redor serão custeadas pelo Internacional e pelo poder público.
Sob a justificativa de que parte dos terrenos no entorno é pública, o Ministério do Esporte encaminhou recursos no fim do ano passado para o projeto. A licitação, de responsabilidade da prefeitura, foi marcada só para fevereiro.
A área do entorno que cabe ao Inter reformar também está longe de ficar pronta. No evento-teste já organizado no Beira-Rio, no último dia 15, havia lama no acesso para torcedores. O clube fala em deixar tudo pronto até a festa de inauguração, marcada para 6 de abril.
Nesta quarta-feira (26), o Inter fará mais um jogo no local, contra o Brasil de Pelotas, pelo Campeonato Gaúcho. O público mais uma vez será limitado a 10 mil pessoas.
Procurada, a prefeitura informou que o novo edital de licitação deve ser publicado ainda nesta semana e que está fazendo uma avaliação dos preços. Afirmou que está "empenhada" em cumprir os prazos, agindo "com transparência" e seguindo os trâmites legais.
A Folha também tentou falar com um representante da Fifa, mas não conseguiu.
Além dos atrasos no entorno, a organização da Copa em Porto Alegre ainda convive com a incerteza sobre o pagamento das estruturas temporárias para o Mundial. O governo do Estado aceitou conceder isenções fiscais a empresas que bancarem essas instalações, mas o projeto ainda precisa ser aprovado na Assembleia.
Livraria da Folha
- "Faço uma Copa do Mundo a cada duas semanas", diz chefão da F-1
- 'Futebol-Arte' reúne imagens de 'peladas' nos 27 Estados do Brasil
- Jules Rimet sumiu três vezes, mas só brasileiros deram fim à taça
- Teixeira e Havelange enriqueceram saqueando o futebol, escreve Romário
- 'Zico não ganhou a Copa? Azar da Copa'