Calculados em R$ 60 milhões, gastos restantes do Itaquerão não têm dono
A aquisição das estruturas temporárias do Itaquerão, causa da maior preocupação da Fifa em relação à Copa do Mundo, não tem um financiador definido.
E sem uma entidade que assuma essa responsabilidade não há nenhum prazo final de entrega do estádio.
Em contrato firmado com a Fifa, o "Stadium Agreement", o Corinthians assumiu a responsabilidade de adquirir todas as instalações temporárias necessárias para o estádio abrigar a Copa.
Mas este gasto engordou, como mostrou reportagem da Folha ontem.
O clube incluiu na conta das estruturas temporárias materiais que deveriam ser entregues à Fifa em abril.
Entre os itens que deverão ser alugados agora, estão telões, acabamentos dos espaços comerciais e pisos das áreas VIPs do estádio.
A conta total, incluindo todos os materiais necessários, é de cerca de R$ 60 milhões.
No entanto, o Corinthians não se propôs até agora a bancar essas estruturas. Diz que trabalha com a empreiteira Odebrecht, Prefeitura de São Paulo, governo paulista, governo federal e Fifa para encontrar parceiros que viabilizem as contratações.
A vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, garante categoricamente que o município não vai aportar dinheiro na aquisição dos itens, pois já concedeu R$ 420 milhões em incentivos fiscais à obra do estádio corintiano.
O governo paulista também: já garantiu, por meio de parceria com a Ambev, a instalação das arquibancadas provisórias da arena –exigência da Fifa.
O Ministério do Esporte, por meio de nota, informou que "não vai arcar com os custos das estruturas complementares" do estádio. E a Fifa se isenta dessa atribuição.
Ou seja, ninguém quer pagar essa conta, necessária para a realização da Copa do Mundo em São Paulo.
MAIOR DESAFIO
"É São Paulo [o maior desafio da Fifa]. Há questões sobre o número de assentos. A Fifa quer saber exatamente quantos são. Há também as estruturas complementares. Ninguém quer pagar", disse o presidente da Uefa, Michel Platini, membro do comitê-executivo da Fifa.
A indefinição sobre quem vai cobrir os custos restantes faz com que a entidade não tenha até o momento uma data final da entrega da arena para a Copa do Mundo.
A partir da situação caótica do estádio, a ideia da Fifa é que ele fique pronto apenas no fim de maio.
editoria de arte/Folhapress | ||
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