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Relembre 80 frases da história da Copa

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A Folha listou 80 frases que marcaram a história do Mundial de 1930, no Uruguai, a 2010, na África do Sul. Confira abaixo.

1930

"Sua Excelência considera que o assunto não é de interesse do governo."

Octavio Mangabeira, ministro das Relações Exteriores, comunicando a decisão do presidente Washington Luiz em não dar apoio financeiro à delegação que viajaria para disputar a Copa de 1930, no Uruguai.

"O futebol de 30 não admitia passe para trás; a bola ia em direção ao gol. Não ficávamos dando voltas pelo campo, recebíamos a bola sempre de frente para o gol."

Ernesto Mascheroni, campeão mundial pelo Uruguai, em entrevista ao "Jornal da Tarde", em 29 de maio de 1978.

1934

"Vencer ou morrer"

Em mais uma de suas cartas aos jogadores, o ditador Benito Mussolini preferiu adotar um tom direto antes da decisão contra a Tchecoslováquia. Os italianos saíram perdendo, mas viraram e venceram o jogo por 2 a 1, na prorrogação.

"A partida mais difícil de todas foi contra a Espanha. O time que os espanhóis enviaram era formidável. Foram necessários homens de têmpera especial para batê-los, homens fortes e confiantes como só o fascismo pode criar."

Vittorio Pozzo, técnico campeão pela seleção italiana, corroborando o discurso de Mussolini.

1938

"Foi como um presente dos céus saber que Leônidas não jogaria. Verdadeiro artista, malabarista da bola, era o jogador que surpreendia a todos."

Alfredo Foni, zagueiro da seleção italiana, comemora ausência do adversário brasileiro na semifinal da Copa do Mundo.

1950

"No Brasil, a pena máxima para qualquer crime é de 30 anos. Estou sendo punido há 44."

Barbosa, goleiro do Brasil em 50, após não ter a entrada permitida na concentração brasileira, durante a preparação para a Copa de 94.

"O clima era ruim. Todos estavam ficando nervosos. Explodia-se por qualquer razão".

Friaça, atacante do Brasil em 50, falando sobre o clima entre os jogadores antes da final contra o Uruguai.

"Eles tinham direito de serem candidatos, mas em São Januário o mundo não deveria ser político. Ali, as atenções tinham que ser voltadas para a bola."

Zizinho, um dos destaques da seleção brasileira em 50, reclamando do excesso de compromissos políticos durante a Copa e se referindo às pretensões políticas do técnico Flávio Costa e do atacante Ademir.

"Aquilo virou um inferno. Perdemos a Copa duas vezes. Ali e no Maracanã".

Zizinho, ainda criticando a decisão do treinador Flávio Costa de transferir a concentração do Brasil da Barra da Tijuca para São Januário, mais próximos do clima de "já-ganhou" que imperava no Rio de Janeiro.

"Pisen y orinen em el diário (Pisem e urinem no jornal)."

Obdúlio Varella, capitão do Uruguai em 50, escreveu o recado nos banheiros utilizados pelos jogadores no hotel em que estavam hospedados e espalhou cópias do jornal carioca O Mundo, antes da final contra o Brasil. O periódico havia publicado a foto da seleção brasileira com a manchete: "Estes são os campeões do mundo".

"Eu me mijei. A urina escorria pelas minhas pernas, molhando o calção. Não me envergonho disso."

Julio Pérez, jogador da seleção do Uruguai, confessa uma incontinência urinária em meio ao Maracanã lotado, durante a execução do hino uruguaio, na final contra o Brasil.

"Somente três pessoas silenciaram o Maracanã: o papa, Frank Sinatra e eu. Isso foi o que aconteceu."

Alcides Ghiggia, autor do gol da vitória do Uruguai sobre o Brasil na final da Copa de 50, no Maracanã.

"Mierda. Tenemos que ganhar. Arriba!"

Obdulio Varela, capitão da seleção do Uruguai, a seus companheiros no vestiário do Maracanã antes da final contra o Brasil, após um dirigente ter afirmado aos jogadores que a meta era uma derrota por poucos gols, para que a equipe não perdesse a honra.

"Eu era o mais sofrido. Levaram-me para casa, mas, depois, prudentemente, fui hospedado num hotelzinho em Itacuruçá. Fiquei escondido dois dias."

Barbosa, goleiro do Brasil, sobre os dias seguintes à derrota para o Uruguai em 50.

"Eu tinha que decidir em uma fração de segundo, abrir ou fechar o ângulo. Era o caso: se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. Abri, imaginando que ele ia repetir o lance do primeiro gol. Ele foi esperto e chutou entre meu corpo e a trave."

Barbosa, descrevendo o segundo gol uruguaio, marcado por Ghiggia.

4 "Não viemos à Europa bancar os 'globetrotters'.

Zezé Moreira, técnico da seleção brasileira, apresenta as pretensões da equipe na chegada à Suíça.

"Aquele fato mostrou a bagunça do futebol brasileiro. As coisas só foram consertadas em 1958, quando o doutor Paulo Machado de Carvalho tomou a frente do futebol. Aí, o jogador foi valorizado, foi respeitado."

Nílton Santos, lateral esquerdo do Brasil nas Copas de 50, 54, 58 e 62, ao lembrar que os jogadores acreditavam que o Brasil estava eliminado da Copa de 54 após o empate de 1 a 1 com a Iugoslávia. Na verdade o resultado classificou as duas seleções para as quartas de final. Somente depois de tudo esclarecido os brasileiros compreenderam os gestos dos iugoslavos em campo, sinalizando que a manutenção do empate era um bom negócio.

"Fiz o gol de empate quase nos acréscimos, mas aquele bandeirinha galês Griffiths anulou por impedimento, mesmo com o árbitro dando o gol. Já estávamos no círculo central quando ele levantou a bandeira. Nunca vou perdoá-lo por isso."

Ferénc Puskas, maior jogador da história da Hungria, sobre o gol marcado por ele no final da Copa de 54 e anulado pelo auxiliar galês Mervyn Griffithis. Mesmo machucado, Puskas entrou em campo e marcou o primeiro gol da equipe. Mesmo assim não impediu a virada dos alemães, que venceram por 3 a 2.

8 "Volta, Nílton!"

Vicente Feola, técnico do Brasil em 58, pedindo para que o lateral-esquerdo Nílton Santos recuasse após ter ultrapassado a linha divisória do meio de campo na partida de estreia, contra a Áustria.

"Boa, Nílton!"

O mesmo Vicente Feola, depois que Nílton Santos desobedeceu a suas ordens, invadiu a área adversária com a bola dominada e chutou para marcar o segundo gol brasileiro na partida.

"Expliquei que eu conhecia bem o Mané e que ele só não podia perder a bola na defesa, porque isso nos deixaria de calça na mão. Responsabilizei-me pela escalação. Argumentei, também, em favor de Vavá e encorajei-os para o lançamento de Pelé. Bendita a hora em que me intrometi".

Didi, revelando ter sugerido ao técnico Vicente Feola as mudanças executadas na equipe antes da terceira partida, contra a União Soviética, que embalaram o Brasil para o título mundial de 58.

"Joel era um grande extremo. Mas Garrincha foi inigualável. Ele desmontou aquele esquema de ferro dos russos e desmoralizou a preparação científica de Moscou."

Bellini, capitão do Brasil, sobre a entrada de Garrincha no time a partir do jogo contra a União Soviética no lugar do ponta do Flamengo, titular nos dois primeiros jogos.

"Ele nos enganou o tempo todo com seu futebol de mentira. Naquele dia, considerei a hipótese de não voltar a Moscou".

Viktor Tsarev, meio campo da União Soviética na Copa de 58, sobre a atuação de Garrincha.

"De que planeta vem Garrincha?"

Manchete do jornal chileno El Mercurio após o Brasil vencer a equipe da casa na semifinal.

"Eu fazia o lançamento e tinha vontade de rir. O Mané ia passando e deixando os homens de bunda no chão. Em fila, disciplinadamente".

Didi, meia bicampeão pelo Brasil em 58 e 62, falando sobre a estreia de Garrincha na Copa do 58, na terceira partida, contra a União Soviética.

"Eles eram infernais. Ninguém os conteria. Se você marcasse o Pelé, Garrincha escapava e vice-versa. Se você marcasse os dois, o Vavá entraria e faria o gol. Esses jogadores eram endemoniados."

Just Fontaine, atacante francês e maior artilheiro de uma edição da Copa do Mundo, com 13 gols, em 58, analisa o ataque da seleção brasileira no Mundial da Suécia.

"Campeonatinho mixuruco, nem tem segundo turno."

Garrincha, depois de conquistar a Copa de 58.

"Gilmar é o melhor goleiro do mundo."

Lev Yashin, o "Aranha Negra", ex-goleiro da União Soviética e eleito um dos melhores goleiros da história.

"Treino é treino, jogo é jogo."

Didi, durante a Copa de 58, respondendo às acusações de não ser dedicado nos treinamentos.

"Azul é a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. A padroeira do Brasil está conosco."

Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação brasileira em 58, antes da final com a Suécia. As duas equipes jogavam com camisas amarelas e calções azuis e, por sorteio, o Brasil foi obrigado a trocar de uniforme. Jogos de camisas azuis foram comprados de última hora em Estocolmo e, para encorajar os jogadores, que não tinham gostado da novidade, Carvalho recorreu a Nossa Senhora.

"Para alcançar aquele recorde na Copa do Mundo, a minha grande vantagem foi ter operado o menisco em dezembro de 1957. Como voltei a jogar apenas em fevereiro, tive um período de repouso que me permitiu estar mais inteiro do que os outros em junho. Os ingleses foram campeões em 1966 porque jogavam em casa e paralisaram o campeonato nacional um mês e meio antes para se prepararem."

Just Fontaine, afirmando que o descanso foi a receita do seu sucesso na Copa de 58, quando foi o artilheiro com 13 gols, recorde na história das Copas em uma única edição.

1962

"Porque nada temos, faremos tudo."

Carlos Dittborn, presidente do Comitê Organizador da Copa de 62, sobre a preocupação com a capacidade de o Chile sediar o Mundial após o terremoto de maio de 1960, que devastou o país. A frase virou uma espécie de slogan não-oficial da competição. Nascido no Rio de Janeiro, Dittborn não pôde conferir de perto o sucesso do Mundial organizado por ele. Morreu um mês antes da primeira partida, vítima de uma pancreatite aguda.

"O estilo era cadenciado, lento. Bola de pé em pé para não gastar energia. Afinal, se somadas, as nossas idades passariam de mil anos."

Didi, lembrando que o grupo de jogadores do Brasil era quase o mesmo do título mundial de 58, com a diferença de todos estarem quatro anos mais velhos.

"Não cometi o pênalti propalado. Senti o choque com Collar, dentro da área. Temi que o juiz poderia se confundir. Para evitar problema, dei uma passada para fora da área. Ele mesmo ficou aliviado. Marcou a falta - que não existiu - mas não dentro da área."

Nílton Santos, comentando o famoso lance em que derruba o jogador espanhol dentro da área e dá um passo para fora logo em seguida, enganando o árbitro Sergio Bustamente. Naquele momento o Brasil perdia por 1 a 0 e estava sendo eliminado da Copa de 62, mas conseguiu a virada.

"Foi inteligência de Nilton Santos, que era um grande jogador. Isso são coisas do futebol. Não tenho queixa alguma. Ele fez o que tinha que fazer por sua equipe."

Cinquenta anos depois, Enrique Collar afirmou em entrevista não guardar mágoas do brasileiro.

1966

"Em 66, o Brasil tinha praticamente o mesmo time de 62. Quem era o presidente da Fifa? Sir Stanley Rous, inglês. Onde era a Copa? Inglaterra. Nos meus três jogos, com Portugal, Hungria e Bulgária, tinham três árbitros e seis bandeirinhas. Sete eram ingleses e dois alemães. Acha que foi para quê? Acabar com meu time. Acabaram. Pelé foi machucado."

João Havelange, em entrevista a Folha em 2008, levanta suspeitas sobre o título inglês na Copa de 66. Na época Havelange ocupava a presidência da CBD (Confederação Brasileira de Desportos). Pelé saiu machucado da partida contra Portugal.

"Visitei Bahramov anos depois, e ele sempre me jurou: 'Acredite em mim, a bola estava lá dentro!".

Gottfried Dienst, árbitro da final de 66 entre Inglaterra e Alemanha, se referindo ao auxiliar Tofiq Bahramov, do Azerbaijão, que validou o gol marcado por Geoff Hurst na prorrogação. O atacante dominou dentro da área, chutou e a bola bateu no travessão e no gramado. Alemães e ingleses discutem até os dias de hoje se a bola cruzou a linha do gol ou não.

"Se tivéssemos este sistema [a tecnologia que acusa se a bola cruzou a linha do gol] 50 anos atrás, ele teria mostrado claramente que a bola estava pelo menos um pé além da linha."

Geoff Hurst, autor de três gols na final de 66, sendo o segundo um dos mais polêmicos da história das Copas.

"Bobby Moore é o melhor zagueiro com quem já joguei contra, além de ser um cavalheiro."

Pelé, ao falar sobre o capitão da Inglaterra na Copa de 66. Moore foi um dos destaques da competição. Morreu de câncer no intestino, em 1993.

"Ele é o meu capitão, o meu líder, o meu braço direito."

Alf Ramsey, técnico campeão do mundo no comando da Inglaterra em 1966, ao descrever Bobby Moore.

1970

"Foi a vitória do futebol arte sobre o futebol força."

Zagallo, técnico do Brasil em 70, após a vitória por 4 a 1 em cima da Itália na final.

"Nem no Maracanã seriam superadas as demonstrações de verdadeiro afeto que o povo mexicano deu aos brasileiros."

Antonio Carillo Flores, chanceler do México, após a final de 70. Muitos dos jogadores brasileiros tiveram as roupas arrancadas pelos torcedores mexicanos depois da partida e ficaram de cueca no gramado.

"Nunca vão se lembrar de mim por ter vencido a Copa do Mundo, e sim por aquela defesa. As pessoas só querem falar sobre ela."

Gordon Banks, goleiro da Inglaterra e campeão em 66, sobre a defesa antológica de uma cabeçada de Pelé, feita no jogo contra o Brasil na Copa de 70.

"Foi como mergulhar no chão de uma estrada."

Gordon Banks, elogiando o "macio" gramado de Guadalajara e relembrando a história defesa na cabeçada de Pelé.

"Subimos juntos para cabecear, eu e Pelé. A lei da gravidade obrigou-me a descer ao solo. Perplexo, olhei para o alto. Ele permanecia, como um helicóptero, tentando a cabeçada. Conseguiu."

Giacinto Fachetti, zagueiro e capitão da Itália em 70, ao descrever o lance do primeiro gol do Brasil na final da Copa.

"Igual a Pelé não tem nem vai ter. Minha mãe me fez e fechou a fábrica."

Pelé, em 2005, respondendo às provocações de Romário.

1974

"Muita gente não sabe, mas não joguei a Copa de 1974 por desgosto em relação ao regime político do país. Era a época da ditadura."

Pelé, em 1998, ao justificar a ausência no Mundial da Alemanha.

"Havia uma grande diferença com a gente, íamos na direção contrária à força, fomos com a técnica. Técnica e inteligência."

Johan Cruyff, destaque da Holanda na Copa de 74, ao relembrar em 2011 o confronto com o Brasil. A vitória dos holandeses por 2 a 0 eliminou a equipe comandada por Zagallo.

"Nós vamos tomar Crush."

Zagallo, técnico brasileiro, fazendo piada antes do jogo com a seleção da Holanda, ao referir-se ao refrigerante da época, que era da cor laranja.

"O time deles é bom, mas a Holanda não me preocupa. Estou pensando na final com a Alemanha."

Zagallo, técnico do Brasil, antes da partida com a Holanda pela Copa de 74. Os holandeses venceram por 2 a 0 e eliminaram o Brasil.

"Na frente dependíamos do Gerd Muller. Como goleador, Gerd era único. Hoje já não existe um jogador assim. Os gols são feitos às vezes por Schürrle e outras vezes por Özil ou Kross de longe. Essa é uma vantagem em relação à nossa equipe de 1974."

Franz Beckenbauer, capitão da Alemanha Ocidental na conquista de 74, em declaração de 2013, comparando sua equipe com a seleção de Joachim Low.

8 "Fomos os campeões morais dessa Copa."

Cláudio Coutinho, treinador do Brasil em 78. Equipe saiu invicta da competição, mas ficou de fora da final por conta de uma diferença no saldo de gols para a Argentina.

"Somos direitos e humanos."

Slogan utilizado pelo governo do ditador Jorge Videla em 78, com o objetivo de se aproximar da população. Videla usou a Copa do Mundo e o triunfo argentino como instrumentos de propaganda da ditadura.

"Me lembro da minha primeira Copa do Mundo onde eu estava diretamente envolvido e posso dizer que fiquei feliz com a vitória da Argentina. Foi uma espécie de reconciliação entre o povo e o sistema, o sistema político, o militarismo que tinha na época."

Josepp Blatter, atual presidente da Fifa, admitindo recentemente ter ficado aliviado com a vitória argentina em casa.

"Naquele 6 a 0 vimos coisas raras."

Ramón Quiroga, goleiro argentino e naturalizado para defender a seleção do Peru, ao conceder entrevista em 1998. Ele afirmou ter visto militares argentinos no vestiário de sua equipe "antes da partida ou no intervalo" do jogo com os donos da casa. O placar elástico classificou a Argentina para a final e eliminou o Brasil pela diferença no saldo de gols. Quiroga nega ter tomado qualquer gol propositadamente até os dias de hoje.

1982

"Foi um acidente. Foi uma desgraça que atingiu o melhor time da Copa de 1982."

Zico, camisa 10 do Brasil de 82, lamentando a derrota por 3 a 2 para a Itália.

"O público entendeu que a derrota fora acidental. E foi. O destino foi covarde conosco."

Telê Santana, treinador do Brasil em 82, lembrando ter saído de campo aplaudido pelos espanhóis mesmo com a derrota para a Itália.

"Com Paolo Rossi no ataque, nossas chances de vencer a Copa ficam reduzidas."

Gabriele Oriali, meio-campo da Itália em 82, em declaração antes do embarque da equipe à Espanha. Rossi voltava de uma suspensão de dois anos da justiça desportiva por suspeita de envolvimento em um escândalo de manipulação de resultados. Mesmo assim, o técnico Enzo Bearzot bancou a escalação do atacante como titular. Apesar de sentir a falta de ritmo de jogo na primeira fase, terminou a Copa como artilheiro, com seis gols, sendo três deles na surpreendente vitória sobre o Brasil.

"Eu fiz o Brasil chorar."

Paolo Rossi usa a frase em sua autobiografia lançada na Itália, em 2002. Em entrevista a Folha em janeiro deste ano, o atacante afirmou que também choraria caso fosse torcedor do Brasil, e que a equipe de Telê Santana "pecou pela presunção" na derrota por 3 a 2, com três gols de Rossi.

"Voa canarinho, voa..."

Verso cantado pelos jogadores brasileiros durante toda a campanha da Copa de 82.

1986

"Foi a mão de Deus."

Maradona, naquela que talvez seja a frase mais famosa da história das Copas, após a vitória sobre a Inglaterra por 2 a 1 nas quartas de final da Copa de 86. O camisa 10 dividiu com o goleiro Shilton e tocou com a mão para fazer o primeiro gol da partida.

"Só ele poderia bater. Tinha um índice de aproveitamento fantástico, no Flamengo e na seleção. Nem precisei autorizar, estava tudo planejado. O cobrador principal era o Zico. O segundo, Sócrates. A decisão era dele."

Telê Santana, técnico brasileiro em 86, esclarece a escolha por Zico como o cobrador oficial de pênaltis da seleção. Voltando de lesão, ele entrou no segundo tempo no jogo contra a França, pelas quartas de final, e desperdiçou uma penalidade no tempo normal. O jogo terminou empatado por 1 a 1 e, nas cobranças de pênaltis, a França eliminou o Brasil.

"Quando peguei a bola, Sócrates olhou pra mim e disse: 'Tudo bem, pode bater'. Edinho interceptou-me e também sugeriu que eu cobrasse o pênalti. Não deveria recuar. Seria chamado de frouxo."

Zico, contando os momentos que antecederam à cobrança desperdiçada nas quartas de final, contra a França. O jogo terminou 1 a 1 e o Brasil foi eliminado nas penalidades.

1990

"Provavelmente seremos imbatíveis por anos."

Resposta de Franz Beckenbauer, treinador da Alemanha na Copa de 90, ao ser questionado em coletiva de imprensa após o título sobre o que aconteceria com a seleção do país, que a partir daquele momento também passaria a contar com os jogadores da Alemanha Oriental.

"É esse futebol feio que tem obtido vitórias."

Sebastião Lazaroni, técnico do Brasil em 90, critica o estilo de jogo da Argentina após a derrota por 1 a 0, que eliminou o Brasil da competição.

1994

"Essa é pra vocês, seus traíras!"

Dunga, na Copa de 94, entre muitos palavrões, ao receber a taça do vice-presidente americano Al Gore e exibi-la à imprensa. O capitão ficou estigmatizado após a eliminação no Mundial de 90 por representar um futebol de mais força e menos técnica, em um período que ficou conhecido como Era Dunga.

"Vocês todos foram contra. Se quiserem fotografar agora vão ter que ir lá na p... que o pariu."

Romário, falando com os fotógrafos que tentavam registrar a imagem do atacante com a medalha de campeão do mundo.

"Era minha responsabilidade bater um dos cinco. Não fugiria dela."

Roberto Baggio, após desperdiçar a cobrança que deu o tetracampeonato ao Brasil.

"Senna, aceleramos juntos. O tetra é nosso!"

Faixa exibida pelos jogadores do Brasil no estádio Rose Bowl, logo após a conquista do título. O piloto brasileiro havia morrido em um acidente em San Marino há pouco mais de dois meses.

"Se soubéssemos que o gol provocaria isso preferíamos ter perdido."
Thomas Dooley, meio-campista da seleção dos Estados Unidos, sobre o assassinato do zagueiro colombiano Pablo Escobar. O jogador marcou um gol contra na partida com os donos da casa e, dias depois, foi assassinado em Medellín por um torcedor enfurecido.

1998

"É uma das lembranças mais doces da minha vida. Mas eu acho que os brasileiros não me odeiam, porque todas as vezes que venho ao Brasil sou recebido com muito carinho."

Zinedine Zidane, autor de dois gols na final da Copa de 98 contra o Brasil, relembra a conquista francesa no sorteio dos grupos para a Copa de 2014.

"Se tivéssemos de fazer um ranking das três melhores seleções campeãs mundiais da história, falaríamos sem dúvida do Brasil de 1958 e de 1970, da Argentina de 1978 e de 1986 e até do Uruguai de 1930. Mas certamente não da França de 1998."

Just Fontaine, maior artilheiro em uma única edição das Copas, sobre o triunfo dos compatriotas.

"O Ronaldo vai morrer! Ele vai morrer!"

Edmundo, atacante que ocupava a reserva de Ronaldo, ao sair correndo pela concentração da seleção brasileira em busca de um médico, no dia da final contra a França. O jogador sofreu uma convulsão durante a tarde e, após passar por exames, chegou ao Stade de France pedindo para que técnico Zagallo o escalasse. O atacante foi confirmado de última hora como titular e teve a sua atuação mais apagada na Copa de 98.

"Você deixaria o melhor jogador do mundo de fora?"

Zagallo, justificando a escalação de Ronaldo na final contra a França.

2002

"100% Jardim Irene"

Frase escrita exibida por Cafu, capitão da seleção brasileira de 2002, em sua camisa, ao levantar o troféu do pentacampeonato. O lateral foi nascido e criado no bairro pobre da zona sul de São Paulo, onde mantém uma fundação.

"Nada me consola."

Oliver Kahn, goleiro da Alemanha, ficou por mais de cinco minutos sentado, encostado em uma das traves, após o término da final contra o Brasil, em que falhou no primeiro gol ao oferecer rebote de chute de Rivaldo nos pés de Ronaldo. Ele chegou a receber apoio do técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari e do árbitro da decisão, Pierluigi Collina. Não adiantou.

2006

"Dizem que eu estou gordo, dizem que o presidente (Lula) bebe pra caramba. Tanto é mentira que ele bebe pra caramba como é mentira que eu estou gordo."

Ronaldo, durante a preparação para a Copa de 2006, quando o principal assunto discutido pela imprensa era a forma física do atacante. Os comentários feitos pelo presidente Lula chegaram ao jogador, que decidiu responder.

"Ele disse palavras muita duras sobre minha mãe e minha irmã. Eu tentei não ouvir, mas ele continuou repetindo [os insultos]. Mas não foi certo [o que fiz]. Quero deixar isso claro porque o jogo foi assistido por dois bilhões de pessoas e por milhões de crianças. Quero pedir desculpas, mas não me arrependo do que fiz porque isso significaria que Materazzi estava certo ao dizer o que disse."

Zinedine Zidane, três dias depois da final da Copa de 2006, concede entrevista e explica porque deu uma cabeçada no zagueiro italiano Materazzi, durante a prorrogação. Foi a última partida da carreira do francês.

2010

"É horrível. Parece aquelas bolas que a gente compra no supermercado."

Júlio César, goleiro da seleção brasileira em 2010, detona a Jabulani, uma das principais atrações do Mundial da África do Sul.

"Dani Jarque siempre com nosostros (Dani Jarque sempre conosco)"

Andres Iniesta, meia da seleção espanhola, exibiu uma camisa com essa frase após marcar o gol que deu o título à Espanha na final contra a Holanda, em 2010. Dani Jarque, amigo de Iniesta, tinha 26 anos e era o capitão do time do Espanyol quando morreu vítima de um ataque cardíaco, em agosto de 2009.

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