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Operário morto planejava assistir a jogos no Itaquerão

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Assistir a jogos da Copa do Mundo e do Corinthians, time pelo qual era fanático, na arena que ajudava a erguer.

Era só sobre isso que o operário Fabio Hamilton da Cruz, 23, que morreu no sábado após sofrer acidente no Itaquerão, falava ultimamente.

Ele foi enterrado no Cemitério de Diadema com parte do corpo coberto por camiseta do time do Parque São Jorge e com a calça da equipe.

"Ele falou que por trabalhar na obra do estádio do Corinthians iria ganhar um ingresso [para a Copa]. E ele era corintiano fanático, ia ver todos os jogos do Corinthians", lembra Claudia Martins, 25, prima do operário.

"O Fabio não via a hora de terminar a obra para poder assistir às partidas do time naquele estádio novinho..."

Por isso mesmo, Cruz era o primeiro a ir chamar os colegas de obra, vizinhos, David Dionísio Silva e William Barbosa, também moradores da comunidade da Vila Elida, localizada em Diadema, para ir trabalhar nas obras da arena.

Aquele que era considerado por Cruz como seu maior tesouro nas últimas semanas é uma camiseta estilizada do Corinthians que operários que atuam na obra da estádio ganharam de presente.

"Essa camiseta só eu [e os colegas operários] tenho", repetia, peito estufado de orgulho, ao andar na vizinhança.

"O dia em que os jogadores do Corinthians foram no estádio, então, o Fabio ficou animadíssimo. Ficou mesmo maravilhado...", diz Claudia.

O último diálogo que manteve com o pai, Carlos Roberto Martins, torcedor do Santos, no dia anterior à sua morte, teve como tema as campanhas dos times no Estadual.

"O Fabio passou no meu trabalho e ficamos um zoando com o outro. Eu comemorei que meu time [Santos] ia para a final e o dele já estava fora", afirmou Carlos Roberto, fortemente emocionado.

"Aí ele respondeu, rindo, que o Palmeiras não ia se classificar. É essa a imagem que eu vou guardar dele..."

O pai conta que o filho era muito vaidoso, gostava de vestir roupas "de marca".

"Ficou um monte de roupa, camisa, sapato, tudo de marca aí na casa dele, e o Fabio foi embora. Foi assim também com meu outro filho [que morreu há sete meses]".

A ex-namorada de Cruz –romperam há cerca de um mês e meio–, Camile Rodrigues, conta que o sonho pessoal do operário era ser pai.

"Ele queria assumir meu filho [de apenas 30 dias] como sendo dele. Você acha que alguém com um objetivo desses na vida 'se jogaria' lá de cima [da obra]?", pergunta.

"Nos cinco meses em que ficamos juntos ele falava para todos que iria ser pai..."

"O único defeito era ele gostar muito de ir no samba."

Era justamente esse o programa que o operário reservara para o sábado à noite.

"A gente ia no Camaleão [casa de samba localiza no bairro onde morava] na sexta à noite. Mas o Fábio pediu para irmos no sábado à noite, que ele iria junto [estaria de folga domingo]", lamenta outra prima, Marina Aparecida Dionísio, prima de Cruz.

"E olha o que aconteceu..."

Arquivo pessoal
Fabio Hamilton da Cruz,operário que morreu nas obras do estádio corintiano
Fabio Hamilton da Cruz,operário que morreu nas obras do estádio corintiano
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