O meia Rômulo, 26, do Hellas Verona, nasceu em Pelotas (RS), mas já fala como um italiano. Não apenas por estar há quase três anos jogando no país, mas agora por poder vestir a camisa da seleção local.

O jogador, que possui cidadania italiana, foi convocado pela primeira vez pelo técnico Cesare Prandelli para um teste físico entre os dias 14 e 15 de abril, no centro de treinamento da Itália, em Coverciano.

Foram chamados outros 41 atletas que jogam no país. Entre eles nomes bastante conhecidos como os atacantes Antonio Cassano, do Parma, e Giuseppe Rossi, da Fiorentina.

"Eu fiquei muito feliz e estou muito honrado. Fico agora numa expectativa muito grande de estar na lista final do Mundial", disse Rômulo em entrevista à Folha.

O meia nunca teve uma chance na seleção brasileira. Nem mesmo nas categorias de base. Por isso, hoje nem pensa em defender o país em que nasceu.

"Nunca houve contato ou sondagem [para servir o Brasil], e eu nem estou pensando nisso. Se fui convocado e aceitei, jamais trocaria [a seleção italiana], porque eu estaria traindo a confiança que a Itália me deu", afirmou o jogador.

Rômulo começou a sua carreira no Caxias, com 13 anos. Depois, teve passagens por times como Santo André, Cruzeiro e Atlético-PR. Em 2011, se transferiu para a Fiorentina. Ficou duas temporadas no clube de Firenze, até se transferir para o Verona, em junho de 2013.

"Posso dizer que foi uma escolha perfeita", disse o jogador ao falar sobre a negociação com o time de Verona, que ocupa a 11ª colocação no Campeonato Italiano, uma posição até surpreendente para um time que tinha como único objetivo, antes do início da competição, não cair para a segunda divisão.

E para convencer de que pode estar na lista final da Copa do Mundo, Rômulo ressalta que o seu diferencial está na sua versatilidade.

"Posso jogar em mais de uma posição. No Italiano, eu jogo tanto como meio-campista, como atacante externo ou como lateral defensivo. Posso fazer duas ou três funções", afirmou o jogador, que já fez cinco gols em 31 partidas no nacional desta temporada.

O teste em Coverciano será a primeira e única oportunidade para o brasileiro tentar convencer Prandelli de que pode estar no elenco que vai disputar o Mundial.