Dilma diz que Copa terá 'segurança pesada' das Forças Armadas e PF
A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira (16) o legado da Copa do Mundo no Brasil. Em discurso durante o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, afirmou que obras como as dos aeroportos e melhorias na rede de telecomunicações não são apenas para o evento esportivo, mas para uso da população. Segundo ela, "tudo o que a gente arrumar na casa fica depois para nós".
O governo tem enfrentado desgaste por conta dos gastos com obras para a Copa. Por conta disso, retomou campanha de esclarecimento para mostrar benefícios que o Mundial poderá proporcionar. De outro lado, tem atuado para emplacar tom mais emocional na defesa da Copa no Brasil. A fala de Dilma nesta quarta-feira foi a mais enfática nesse sentido até o momento.
Também por conta do evento, a presidente defendeu o "aperfeiçoamento da segurança" e disse que o governo federal não irá "pactuar com qualquer tipo de violência".
"Nós colocaremos segurança pesada na Copa. As nossas Forças Armadas (...) farão toda a retaguarda e também a contenção. Nós usaremos a nossa Polícia Federal, a nossa Polícia Rodoviária Federal, e temos parceria com todos os governadores", disse.
Não há a menor hipótese de o governo federal pactuar com qualquer tipo de violência. Não deixaremos em hipótese alguma a Copa ser contaminada. É um evento importante para o país", continuou.
Segundo ela, o evento é de "responsabilidade do governo federal", mas disse que "gostaria muito que todos os brasileiros ajudassem".
DESGASTE
O governo tem enfrentado desgaste por conta dos gastos com obras para a Copa. Por conta disso, iniciou campanha de esclarecimento para mostrar benefícios que o Mundial poderá proporcionar. De outro lado, tem atuado para emplacar tom mais emocional na defesa da Copa no Brasil.
Pesquisa Datafolha mostrou na semana passada mais de a metade da população brasileira acredita que a Copa do Mundo trará mais prejuízos do que benefícios ao país.
Para 55% dos entrevistados, a competição vai resultar em problemas para a população em geral, contra 36% que estão otimistas com melhorias que a Copa deixará para o Brasil (9% não souberam responder a pergunta).
"Nós, nesses grandes eventos, estamos aprendendo. Aprendemos com a Rio+20, com a Copa das Confederações. Temos certeza que a Copa é outra questão. É o futebol voltando para casa, é algo que todos os brasileiros, todos, sem exceção, mesmo os que falam contra a Copa, eles acabarão numa torcida apaixonada pelo nosso time", disse a presidente.
"Mas nós, que compomos o pano de fundo, nós temos de dar conta de uma Copa que tem que ser segura, tem que ser confortável para as pessoas que veem, e tem de ser carinhosa na recepção", continuou.
Segundo Dilma, mesmo a concessão dos aeroportos com objetivo de ficar pronta para o Mundial serão usados para a construção de outros 270 aeroportos regionais, a serem entregues depois do evento.
"Nós usamos o dinheiro da outorga para fazer 270 aeroportos neste país. Por que fizemos isso? Porque um país desta dimensão tem que tem mais de 270, que o país precisa, mas estamos fazendo 270 aeroportos", disse.
Evaristo Sá/AFP |
A presidente Dilma Rousseff durante evento no Palácio do Planalto |
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