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É melhor não falar do Maracanazo, afirma 'maestro' do Uruguai

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Óscar Washington Tabárez, 67, conhecido no Uruguai como o "maestro" (professor) Tabárez, foi de fato professor, primário, por 15 anos.

À frente da Celeste, o técnico chega ao Brasil em 9 de junho com um time "mais experiente" e com condecorações como a inesperada quarta posição na Copa da África do Sul. Ganhou ainda a Copa América-2011, na Argentina.

Tabárez carrega a convicção de que trabalhar em silêncio e sem distrações é a melhor estratégia –tal como nos tempos de sala de aula.

Um dos principais elementos de "desconcentração" é a conquista uruguaia no Mundial de 1950, o Maracanazo. Tabárez quer que fique restrito ao âmbito histórico, sem influenciar no estado de espírito da sua equipe, nem para o bem nem para o mal.

Foi o que disse à Folha, em entrevista no complexo esportivo da seleção, nos arredores de Montevidéu.

"Talvez os jogadores, por serem mais jovens, tenham visão mais realista. Não tanto do ponto de vista do mito. O Maracanazo teve efeito negativo: para as gerações posteriores, chegou a mensagem, subliminarmente, de que campeões eram aqueles e não os de hoje. Como se nada que se fizesse teria o mesmo sentido do Maracanã. Quanto menos falarmos disso, melhor", afirmou.

POTÊNCIA?

Ele considera exagerado chamar a chave do Uruguai no Mundial de "grupo de morte". O time vai enfrentar, na primeira fase, Costa Rica, Inglaterra e Itália.

"Não somos uma potência futebolística atualmente. Qualquer rival para nós é difícil. Encaramos como uma motivação. Se passarmos essa etapa, vamos sair muito fortalecidos", completou.

Ele fez paralelos com a campanha de 2010, quando poucos esperavam que a Celeste chegasse à semifinal.

Sua seleção –que terá base parecida com a de quatro anos atrás– chegará dois dias antes a cada cidade onde vai jogar e concentrará suas atividades em Sete Lagoas (MG), onde treinarão e se hospedarão em hotel "com as comodidades necessárias. Não queremos luxo".

Tabárez não se deixa impressionar pela possibilidade de protestos nas principais capitais brasileiras. Ou o calor. "Essas circunstâncias (extrafutebolísticas) serão iguais para todos os times", disse.

"Os protestos são parte da realidade social do país organizador. O Brasil é uma das principais economias do mundo neste momento. Estão na etapa da distribuição dessa riqueza, e isso leva muito tempo. E tampouco é uma condição exclusiva da realidade brasileira, existe em toda a América. Na Copa das Confederações [em 2013], não tivemos nenhum problema com as manifestações."

O TEIMOSO SUÁREZ

Luis Suárez, atacante do Liverpool e maior estrela da Celeste atualmente, cresceu "por seus próprios méritos", na opinião de Tabárez.

"Muitas vezes, quando conversava com os treinadores e gente do futebol, Luis ainda estava na seleção sub- 20 e não era considerado essencial. Errava gols, perdia muitas bolas, chegou a ser vaiado", contou o técnico.
"Mas eu notava algo nele: o que tentava fazer. Sempre enfrentava o rival e propunha um desafio, tinha a intenção de colocar a bola atrás do adversário para encarar o gol, algo que consegue cada vez mais e com menos erros, além de uma personalidade quase de teimosia e que o leva a conseguir fazer as coisas."

O maestro considera que o artilheiro, aos 27 anos, "está em um momento em que pode apresentar seu rendimento máximo. Ganhou em responsabilidade e sempre está à altura das circunstâncias".
E, para ele, o Uruguai sairá campeão desta vez? Tabárez evita se comprometer e responde filosoficamente:

"Apesar de haver tendências, no futebol o impossível não existe. Em uma Copa, a fronteira entre continuar e sair é muito pequena. Para mim é muito saudável ir com esse nível de incerteza".

RAIO-X

NASCIMENTO
3 de março de 1947 (67 anos), em Montevidéu

PRINCIPAIS TÍTULOS
Libertadores (1987) pelo Peñarol; Argentino (1992) pelo Boca Juniors; Copa América (2011) pelo Uruguai.

COPAS DO MUNDO
Oitavas de final (1990) e 4º colocado (2010) pelo Uruguai

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