Em mais uma rodada de visitas aos estádios da Copa que ainda estão em obras, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou nesta terça-feira (22) que as arenas que mais enfrentaram problemas no Brasil foram as privadas.

"Fica uma lição para a Rússia [sede da Copa em 2018]", disse Valcke, em entrevista em Curitiba. "No Brasil, os três estádios que mais enfrentaram problemas [na execução das obras] são privados."

Valcke se referia aos estádios de Curitiba, São Paulo e Porto Alegre. Todos pertencem a clubes –os dois primeiros ainda estão em obras e deverão ficar prontos a poucas semanas da Copa. No caso do Beira-Rio, na capital gaúcha, as obras do entorno da arena estão atrasadas.

O secretário-geral apontou que a estrutura de financiamento das arenas particulares é diferente da dos estádios públicos, em que o fluxo de desembolsos foi mais contínuo e evitou atrasos.

Em Curitiba, por exemplo, demoras na liberação dos financiamentos públicos e falta de caixa próprio retardaram o avanço da Arena da Baixada, que pertence ao Atlético-PR. A cidade chegou a ficar ameaçada de não participar da Copa caso as obras não avançassem.

O Itaquerão, que pertence ao Corinthians, em São Paulo, ficará pronto "no último minuto", segundo Valcke.

"Na Rússia, ainda bem, só temos um estádio privado", afirmou ele.

ARENA DA BAIXADA

Sobre o estádio de Curitiba, o secretário-geral afirmou que houve avanços, mas "ainda há algum trabalho a ser feito".

A Arena da Baixada era a obra mais atrasada para a Copa no início do ano, com 90% de conclusão. A Fifa teve que dar um ultimato ao Atlético-PR em janeiro para que a reforma acelerasse, sob a ameaça de excluir Curitiba do evento. Novos financiamentos foram liberados pelo governo do Paraná e a obra avançou.

De agora em diante, os esforços finais serão centrados na colocação de 15 mil assentos faltantes (de um total de 42 mil), na maturação do gramado e na realização de um jogo-teste, no dia 14 de maio.

Para isso, a arena terá que ficar pronta até o dia 13 de maio.

A Fifa considera, porém, a possibilidade de que algumas estruturas "que não são imprescindíveis para os jogos" sejam finalizadas após este prazo, como as partes inferiores e as estruturas anexas ao estádio.