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Para Inglês Ver: O Tottenham da América do Norte

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Basta um olhar curto (de preferência a um olhar longo e persistente) para levar um provocador a concluir que os times mexicanos encontram dificuldade para causar impacto em qualquer esporte no qual não estejam autorizados a usar máscaras multicoloridas que retratam demônios ou monstros deformados [como ostentam os competidores na lucha libre].

Na realidade, seria possível argumentar que o México é a seleção de menor sucesso no futebol mundial. Seria possível argumentar a mesma coisa sobre o Uruguai, mas isso sim seria só provocação e a mídia eletrônica não é lugar para esse tipo de indignidade. Por isso, fiquemos com o México.

Afinal, o país tem uma população de bem mais de 100 milhões de apaixonados pelo futebol, mas jamais conseguiu ir muito adiante em uma Copa do Mundo, embora tenha sediado duas delas. Mas tudo isso pode estar a ponto de mudar: a hora da glória se aproxima para o México!

Essa, ao menos, é a hipótese de um filme de 106 minutos lançado este mês pelo diretor mexicano Olallo Rubio, que foi elogiado em 2012 por seu instigante documentário sobre a influência da controvertida banda de rap e rock Molotov sobre a sociedade mexicana, e agora decidiu que é mais que hora de explorar a importância sociológica do futebol em seu país, e se isso significa faturar pesado enquanto a febre da Copa do Mundo se espalha, bem, ele aceita o sacrifício.

O filme se chama "Ilusión Nacional" e sua alegação central, que parece poder ter sido extraída de um dos livros de autoajuda de David Moyes [técnico recém-demitido do Manchester United], é a de que "em todo fracasso existe uma vitória, para cada dia de dor existe um dia de glória".

O filme sugere que o México está no caminho um dia seguido pelo Brasil e Argentina, que tiveram de chegar ao fundo do poço antes de realizarem seu potencial.

A ascensão do Brasil ao poder começou depois do choque do Maracanã em 1950, e a da Argentina só veio depois da ignomínia de 1958, quando eles chegaram para a Copa do Mundo crentes de que venceriam com facilidade mas foram massacrados pela Tchecoslováquia por seis a um.

O ponto mais baixo para o México veio em 1988, na ridícula trapaça dos cachirules, que levou a seleção mexicana a ser excluída da Copa do Mundo de 1990 por inscrever quatro jogadores acima da cidade em um torneio sub-20. Desde esse momento triste, El Tri, como a seleção nacional mexicana é conhecida, vem se saindo bem. O que você quer dizer ao afirmar que nem percebeu?

Você não estava prestando atenção quando o México ergueu a Copa do Ano Novo Lunar, em 1999, obtendo o prestigioso troféu depois de vencer heroicamente nos pênaltis uma equipe de Hong Kong, nas semifinais?

Vá lá, você merece perdão por ter esquecido essa conquista. Mas como é que você deixou escapar o triunfo do país na Copa do Mundo sub-17 de 2005, que foi nada menos que sensacional, especialmente porque havia a suspeita de que os jogadores mexicanos do torneio tivessem mesmo menos de 17 anos?

E dois anos atrás, claro, o México derrubou o Brasil e conquistou o ouro no futebol olímpico. Assim, a tendência parece clara: tendo resolvido seus problemas, El Tri está preparado para deixar para trás décadas de irrelevância e apresentar um sério desafio aos campeões mundiais coroados, na Copa deste ano.

É uma ótima teoria, é mesmo, e se as dificuldades mexicanas na classificação para a Copa do Mundo no Brasil a fazem parecer idiota, isso se deve ao fato de que você não tem a capacidade de adivinhar o destino.

Da mesma forma, você não deve ler demais no fato de que o treinador Miguel Herrera está enfrentando dificuldades para decidir quem convocar, porque todos os seus atacantes parecem afiados como uma colher de plástico, exceto Carlos Vela, que está se recusando a jogar por El Tri porque se sente desrespeitado, já que foi excluído da seleção por conta de diversões hedonistas em sua última convocação.

Ignore, também, o fato de que Herrera está sofrendo para decidir se convoca ou não o melhor goleiro do país, Jesús Corona, excluído de torneios passados por uma série de confusões infelizes, tais como a de dar uma cabeçada no técnico de um time adversário e se envolver em um quebra-pau selvagem com outros fregueses de uma casa noturna da moda.

Jesús se arrependeu e parecia ter reconquistado a confiança do técnico da seleção até duas semanas atrás, quando uma recaída na raiva o levou a ser expulso em uma semifinal da Copa do México. Isso são apenas detalhes.

Do lado positivo, Giovani dos Santos, no passado conhecido como "o Ronaldinho mexicano", voltou a campo pelo Málaga no final de semana passado depois de um mês com problemas de tendão e de anos de esquecimento causados pela Tottenhamite [ele defendeu de 2008 a 2012 o Tottenham, clube inglês tradicional que há anos não conquista um título importante].

Anthony Phelps/Reuters
Jogadores da seleção mexicana comemoram um gol pela eliminatória da Copa do Mundo
Jogadores da seleção mexicana comemoram um gol pela eliminatória da Copa do Mundo

FRASE DA SEMANA
"Depois da conversa de ontem com o ministro, fica claro que precisamos buscar técnicos que custem muito menos do que Queiroz está pedindo. Fomos instruídos sem meias medidas a baixar nossas despesas"
O cacique da federação iraniana de futebol, Ali Kafashian, revelou que a pedida salarial de 1,78 milhão de libras [cerca de R$ 6,6 milhões] apresentada por Carlos Queiroz significa que seu contrato não será renovado após a Copa

NOTAS E NOVIDADES
Apegado à tradição, Camarões com certeza chegará à Copa completamente desorganizado. Os leões indomáveis uma vez mais caíram vítimas de intrigas políticas, e o treinador Volker Fink está arrancando a juba depois que "observadores de treinamento" foram apontados pelo "comitê de normalização futebolística" do país a fim de monitorar suas sessões de treino.

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A esperança da Costa Rica de fazer com a Inglaterra o que fez com a Escócia em 1998 cresceu agora que Cristian Gamboa anunciou que não precisará de cirurgia em seu joelho destroçado. Como o zagueiro Brian Oviedo, ele espera estar em forma para a Copa.

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O treinador belga Marc Wilmots anunciou que Adnan Januzaj, ala do Manchester United, quer ser colega de time de Marouane Fellaini também nos torneios internacionais.

Peter Powell/Efe
O meia-atacante Adnan Januzaj, 19, revelação do Manchester United
O meia-atacante Adnan Januzaj, 19, revelação do Manchester United

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Líderes sindicais alemães pediram que os empregadores do país permitam que os trabalhadores comecem sua jornada mais tarde nos dias de jogos da seleção na Copa do Mundo. "Seria uma decisão nobre dos empregadores e demonstraria alguma flexibilidade", torceu Robert Feiger, diretor do IG BAU, sindicato dos trabalhadores da construção, mecânica e madeireiras.

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E a Agência de Notícias de Gana, estatal, alega ter visto uma lista dos 30 pré-convocados que o treinador da seleção, Kwesi Appiah, submeterá à federação do país para aprovação antes de encaminhá-la à Fifa. Jeff Schlupp (Leicester City) e Emmanuel Frimpong (sabe Deus de que time) são as mais surpreendentes inclusões.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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