Depois de quatro anos de obras, a cidade de Santos inaugura neste domingo (15) o Museu Pelé, às 9h, no bairro do Valongo, no centro.

Pelé, 73, é quem vai conduzir a solenidade, acompanhado de Clodoaldo, Dorval, Edu, Lima, Mengálvio e Pepe, seus companheiros no Santos.

O Rei já esteve no local na sexta e até ajudou a descarregar alguns objetos, como a réplica da Jules Rimet -taça recebida por ser o único tricampeão de uma Copa.

Um dia antes da abertura, a Folha também fez um tour para conhecer os tesouros do ganhador de três Copas e bicampeão mundial pelo Santos, que incluem de objetos pessoais a fotos e vídeos.

Pelé possui 2.545 peças, adquiridas na carreira de mais 20 anos como jogador e ampliada após a aposentadoria.

Entre as raridades há uma foto dele sem camisa apertando a mão do senador dos EUA, Robert Kennedy, após o amistoso Brasil x URSS (2x2), no Maracanã, em 1965.

Outra mostra o Rei com a camisa 13 da seleção em 1970, excluído do time titular pelo técnico Zagallo, em jogo contra a Bulgária (0x0), no Morumbi, a dois meses da Copa.

Também há vídeos pouco conhecidos, como o que mostra Pelé contra o Corinthians, no último amistoso da seleção antes da estreia na Copa de 1958. Com 17 anos, o atacante sofreu dura falta de Ari Clemente, deixou o campo e quase não jogou o Mundial.

Mas o museu não é só um espaço sobre futebol. Acomoda também itens da infância do ex-jogador -como fotos com amigos em Bauru (SP).

São três blocos, cada um com ênfase em um aspecto. O editor de conteúdo é o jornalista Odir Cunha, responsável pela pesquisa e textos.

Um dos blocos vai abrigar a exposição temporária "Quatro Copas e um Rei", que narra a participação do ex-jogador nos Mundiais de 1958 a 1970 -com histórias curiosas como o encontro frustrado com os Beatles, em 1966.

"O museu é um registro definitivo da minha carreira e da promoção que fiz de Santos e do Brasil", disse Pelé, por meio de sua assessoria.

O museu fica no Casarão do Valongo. O local foi construído em 1872 e foi restaurado a partir de 2010, com orçamento de R$ 50 milhões, captados via renúncia fiscal.

Estarão no museu o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o vice-presidente do país, Michel Temer (PMDB), uma vez que a presidente Dilma Roussef (PT) cancelou a ida na tarde de ontem.

"O museu será um divisor de águas para Santos. Vai colocar a cidade em outro patamar. Já somos uma cidade turística, mas com o museu nossa expectativa é virar uma cidade internacional", disse o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).