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O argentino: "O risco de mudar o sistema"

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Talvez sejam eternos os lauréis que soubemos conseguir, como reza o hino argentino, mas existe uma necessidade básica, quando a bandeira do já ganhou começa a ser desfraldada de Ushuaia a La Quiaca, os dois extremos do país. Coroados de glória temos vivido, desde que Daniel Passarella ergueu a copa dourada, nos tempos obscuros da ditadura militar. E tocamos os céus com a mão de Deus, no caso a de Diego Armando Maradona.

O tornozelo inchado do astro nacional, e as lágrimas pela derrota na final da Copa da Itália, em 1990, marcaram um rompimento na seleção. Foi o epílogo de um processo que deu frutos durante uma dezena de anos, e isso apesar da filosofia de Carlos Salvador Bilardo, que priorizava o resultado em lugar da essência que havia caracterizado o futebol argentino. Então Lionel Messi começou a caminhar com seus pés angelicais e ninguém, nem mesmo sua mãe, imaginaria tal futuro. Nós, argentinos, tampouco suspeitávamos que a esta altura do século estaríamos tão sedentos de vitórias.

Passaram-se 24 anos desde a última vez que a Argentina esteve entre os quatro melhores do futebol. E toda uma geração de jogadores, aquela que começou a despontar depois da Copa dos Estados Unidos em 1994 e conquistou sucessos nas categorias inferiores sob o comando de José Pekerman, hoje treinador da Colômbia, caiu sem vitória entre as copas da França, em 1998, e da Alemanha, em 2006. Entre eles Juan Sebastián Verón e Juan Pablo Sorin, para mencionar dois exemplos. Na África do Sul, Diego assumiu o comando, mas não soube fazer render o Maradona de sua equipe. Chegou Sérgio Batista, o "Checho", campeão com Bilardo, mas de espírito lúdico como César Menotti. Não resistiu à Copa América e foi vítima da imposição de Carlos Tevez, um atacante excepcional mas que incomoda Messi.

Em seguida, Julio Grondona elegeu Alejandro Sabella, treinador formado no Estudiantes de La Plata, pupilo de Bilardo. Foi assistente de Passarella na Copa da França. Sua primeira decisão foi se acertar com o astro do Barcelona. E o fez na Espanha, antes de uma visita à Índia e Bangladesh. Sabella, quaisquer que fossem suas preferências táticas, organizou a equipe em torno de La Pulga, a quem entregou a faixa de capitão. O treinador deu espírito ofensivo à equipe argentina. Reuniu os quatro fantásticos, Messi, Higuaín, Agüero y Di María, e, com o Brasil fora do caminho, venceu com folga as eliminatórias depois de uma duríssima partida contra a Colômbia em Barranquilla, recompondo a imagem abalada por uma derrota histórica para a Venezuela.

Agora que a bola começa a rolar na Copa e a estreia da Argentina se aproxima, Sabella decidiu abandonar o modelo. Optou por um esquema 5-3-2, de preferência ao 4-3-3 com que vinha jogando. Com essa fórmula, o técnico, que na juventude, foi um meia magistral, jogou a final do Mundial de Clubes e esteve a ponto de colocar de joelhos nada menos que o Barcelona, até que apareceu o mágico Leo. Um ano depois, Sabella venceu com o Estudiantes o Apertura de 2010.

Para enfrentar a Bósnia e Herzegovina, na tarde de hoje no Maracanã, o estrategista argentino decidiu resgatar esse esquema, que é muito mais conservador e renuncia ao poder ofensivo. Pensando no rival, porque ele já venceu a equipe europeia em um amistoso nos Estados Unidos em novembro. Apelou à conveniência, de preferência aos nomes pretensiosos de que dispõe para o ataque. Se vencer, ninguém poderá criticá-lo. Se não, será preciso perguntar se mudar o sistema quando tudo parecia estar funcionando bem não é um risco grande demais.

Editoria de Arte/Folhapress

Tradução: Paulo Migliacci

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