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O iraniano: "Irã estreia na Copa depois de problemas na preparação"

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O Irã inicia sua quarta Copa do Mundo sofrendo com os maus resultados nos amistosos preparatórios e com outras dificuldades. O treinador português Carlos Queiroz teve alguns problemas com a Federação Iraniana de Futebol quanto aos uniformes e as instalações de treino da equipe.

Alguns times haviam prometido ceder jogadores convocados à seleção depois do final do campeonato iraniano, mas não cumpriram suas promessas, obrigando Queiroz a partir para o treinamento na África do Sul levando apenas 11 jogadores, a maioria reservas.

Ainda que Queiroz goste de jogadores como Javad Nekounan e Masoud Shojaei, que jogaram na liga espanhola alguns anos atrás, e Ashkan Dejagah (Fulham), Reza Gochan Nejad (Charlton Athletic) e Ando Teymourian (que jogou na segunda divisão inglesa), e outros, o Irã sofre com a falta de uma coisa: jogadores criativos.

Essa é a primeira vez que a seleção do Irã está desprovida de jogadores que tenham bom toque de bola e repleta de jogadores que vão correr e brigar. Apesar disso, os iranianos se orgulham de contar com muitos jogadores habilidosos, o que torna o país o Brasil da Ásia, no futebol. O treinador português não chamou talentos como Khalatbari, Sardar Azmoon e o craque Ali Karimi, e também deixou de fora um jogador de criação chamado Mojtaba Jabbari.

Durante o treinamento na África do Sul, o ex-assistente técnico do Manchester United e ex-técnico do Real Madrid não mostrava esperança e não acreditava que o Irã pudesse chegar à segunda fase, mas agora está cheio de energia e otimismo.

"Estamos aqui para competir com os melhores times do mundo; a mídia e os torcedores nos ignoram e subestimam como se não fizéssemos parte da Copa do Mundo, mas faremos nosso melhor para deixar o país orgulhoso, e basta uma oportunidade para que vençamos o jogo", diz Queiroz.

"Conheço muito bem os times africanos. A Nigéria é um dos melhores times, com jogadores de qualidade, mas trabalhamos muito e fizemos muita coisa nesse período. Estamos prontos para nos sacrificar. Não estamos aqui só para assistir às outras seleções. Mas, sim, como uma das 32 equipes participantes. Nossa filosofia: nem subestimamos os adversários e nem exageramos sobre eles. Tentamos jogar nosso melhor futebol", completou.

Hoje (16/6), Irã e Nigéria se enfrentam às 16h em Curitiba. A Nigéria conta com muitos jogadores que atuam no exterior, como Obi Mikel (Chelsea), Victor Moses (Chelsea), Ahmed Musa (CSKA Moscou), Emmanuel Emenike (Fenerbahce) —o artilheiro da Copa Africana de Nações em 2013, na África do Sul— e alguns outros. Mas lhe faltam jogadores experientes, apesar da convocação do veterano zagueiro Joseph Yobo (Fenerbahce).

A Nigéria foi a campeã africana no torneio de seu continente na África do Sul em 2013, mas o Irã tem armas ocultas, que os adversários não conhecem, uma das quais é Queiroz. O treinador injetou uma nova cultura e uma nova visão no futebol iraniano. É claro que os críticos estão sempre prontos a atacar e já estão afiando as canetas e ensaiando o que dirão caso a seleção saia derrotada na partida de hoje.

O Irã não joga bonito e conta com número excessivo de jogadores que atuam no exterior e mal sabem o idioma de seu país, e essa é uma boa desculpa para críticas, ao contrário do que acontece com o treinador nigeriano, Stephen Keshi, que em muitos casos optou por chamar jogadores que atuam em seu país em detrimento de astros mais conhecidos.

O ADVERSÁRIO

Foi Camarões que pela primeira vez ergueu a voz para anunciar que a África tinha lugar no mapa da Copa do Mundo. Depois foi a vez do Senegal, que sob o comando de Bruno Metsu, morto em 2013, chegou às quartas de final na Copa do Japão e Coreia do Sul em 2002. A derrota da França pelos senegaleses na partida de abertura daquela competição foi o maior choque da década no mundo do futebol.

Agora é a Nigéria que deseja representar o futebol africano. Até o mês passado, as autoridades da Nigéria acreditavam fortemente que seu país seria a primeira nação africana a erguer o troféu. Em uma conversa que tive com o embaixador nigeriano em Teerã, no começo de maio, ele enfatizou que a Nigéria levaria o troféu para casa, mas agora, muito mais perto da Copa do Mundo, crescem as dúvidas.

Existem algumas questões importantes na Nigéria: eles conseguirão jogar como time? Conseguirão avançar em seu grupo? Duas outras preocupações importantes surgiram antes da Copa do Mundo: os Super Eagles nigerianos não conseguiram vencer nenhum de seus amistosos preparatórios, tendo empatado com a Escócia e com a Grécia e perdido por dois a um para os Estados Unidos. Mas o treinador nigeriano Stephen Keshi insiste em dizer que não está decepcionado.

"Estamos no Brasil para um grande resultado", disse Keshi. "Os amistosos devem servir como ensaio; são diferentes de partidas oficiais", afirmou.

A segunda preocupação nigeriana se refere à premiação. Os jogadores exigem parcela muito maior dos US$ 8 milhões que a Fifa paga a cada federação participante da Copa, e até ameaçaram não entrar em campo contra o Irã.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Kamran Ahmadpour é jornalista. Foi editor do semanal "Football Asia" e editor do diário "90".

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