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Tecnologia da Fifa que detecta gol não é infalível

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A tecnologia utilizada pela Fifa para detectar se a bola cruzou ou não a linha de gol pode ser um grande avanço para um esporte que se acostumou a seguidos erros de arbitragem. Mas a máquina também não é infalível.

A margem de erro exigida pela Fifa é de 1,5 centímetro –e esse número era o dobro disso dois anos atrás. O diâmetro de uma bola de futebol gira em torno de 22 centímetros.

Existem três empresas no mundo com tecnologia aprovada pela Fifa para uso em competições oficiais de futebol. A alemã GoalControl foi a escolhida para o uso nesta Copa, a primeira que conta com essa ferramenta.

"A GoalControl tem uma margem de erro média menor do que a requisitada", afirma Priscilla Duncan, gerente de comunicações da Fifa, sem explicar qual sua precisão exatamente. A empresa diz que consegue determinar a posição da bola com até 5 milímetros de imprecisão.

Segundo a Fifa, a tecnologia foi aprovada para uso no Mundial após ser submetida a 2.400 testes nos 12 estádios da Copa. Ela utiliza sete câmeras para cada gol, que informam ao árbitro, por um aviso no relógio, se a bola ultrapassou inteiramente a linha ou não. Até um segundo depois do lance, o juiz tem que receber um aviso simples, dizendo se foi ou não gol.

O árbitro continua tendo a palavra final, embora seja difícil imaginar que ele vá ter coragem de contestar a conclusão da máquina.

Não existe tecnologia infalível para dirimir dúvidas do esporte, explica o professor Harry Collins, pesquisador de inteligência artificial na Universidade de Cardiff, no País de Gales. "Mas existem tecnologias com margem de erro muito pequena."

Collins fez estudos na área ao lado de seu colega Robert Evans, concentrando-se no que acreditam ser a referência disso no esporte.

"As melhores práticas nessa área sem dúvida são as do críquete", explica Evans. "A incerteza em relação à simulação é explicitamente dita e existe uma categoria de ´decisão do juiz´ para esses casos nos quais a estimativa do computador está dentro da margem de erro conhecida."

Mesmo sem ter estudado academicamente o futebol, eles estendem críticas conceituais à entidade, e não à tecnologia em si. "É a maneira como o sistema é mostrado, com incerteza apresentada como certeza, que nos incomoda", diz Evans.

Os pesquisadores elogiam o fato de a Fifa não tentar apresentar as imagens como sendo uma reprodução real do jogo –o campo, por exemplo, fica azul, o que evidencia isso. Mas criticam o fato de que não é dada a distância da bola para a linha; o sistema apenas informa se considera que houve ou que não houve gol.

É um problema de natureza parecida ao do tênis, outro esporte que vem adotando a tecnologia para dirimir dúvidas. Quando um jogador pede o chamado "desafio", o computador estima uma trajetória para a bola, também sujeita a erros –mas isso não é dito.

Ao apresentar a tecnologia, no Maracanã, na semana passada, o dono da GoalControl, Dirk Broichhausen, afirmou: "Não vamos falar de questões técnicas. Ela vai funcionar perfeitamente. Ponto final."

Em uma entrevista neste à agência Associated Press, ele defendeu sua ferramenta com o argumento de que ela não requer mudanças no estádio. "O investimento na tecnologia é suficiente.". Segundo ele, são necessários US$ 260 mil (R$ 581 mil) para instalá-la em cada estádio, mais US$ 3.900 (R$ 8.700) para operá-la em cada jogo.

A decisão da Fifa, tomada depois de receber críticas por anos a fio, tem sido elogiada por quem está nesta Copa.

"Me parece justo que se use, pode decidir um título mundial", afirmou o meia espanhol Juan Mata. "Isso beneficia o futebol", concordou seu colega Pedro.

"A tecnologia é uma coisa boa", afirmou Didier Deschamps, o técnico da França, primeira seleção beneficada pela GoalControl neste Mundial, na partida com Honduras.

O lance, o segundo gol da vitória francesa por 3 a 0, no domingo, gerou tantas conversas de bar quanto antes da adoção do olho eletrônico.

A confusão de deu porque o placar exibiu primeiro a mensagem de "não gol" relacionada ao momento em que o chute de Benzema acertou a trave. O "gol" foi anunciado na sequência, na simulação da sequência do lance, quando o goleiro Valladares empurrou a bola para dentro.

As reclamações do técnico da Honduras e a falta de entendimento do público fizeram a Fifa decidir a forma como irá mostrar ao público as decisões do auxílio tecnológico.

A entidade não anunciou quais serão as mudanças. É provável, no entanto, que em jogadas como a de domingo, com dois momentos bem distintos, seja informado ao público apenas a decisão final, o gol, no caso francês.

Uma das determinações da Fifa foi que a tecnologia fosse utilizada apenas para determinar se a bola passou ou não da linha de gol. Não há, por ora, replays para esclarecer pênaltis duvidosos ou situações de impedimento.

O presidente da entidade, Joseph Blatter, porém, já admite estender o uso da tecnologia para outros tipos de lances.

Editoria de arte/Folhapress
TIRA-TEIMAMargem de erro máxima do sistema de detecção de gol em tamanho real
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