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Para Inglês Ver: Eu tive um sonho

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Foi mais ou menos aos 25 minutos do primeiro tempo do sonolento Irã x Nigéria, na noite de segunda-feira (16), que o escriba desta coluna sentiu aquilo pela primeira vez. A primeira e temida onda de cansaço.

Uma sensação cálida e soporífica, como a de ter comido curry demais, e a sonolência causada pela falta de ação perto dos gols, começaram a fazer efeito.

Os olhos começaram a se fechar. As luzes se apagaram. Um sonho glorioso surgiu. Os cruzamentos tortos, carrinhos fora de sincronia e primeiros passes errados desapareceram, e em lugar disso esta coluna conjurou uma miragem em câmera lenta de Shola Ameobi saindo do banco da Nigéria, passando a bola por baixo das pernas de Ashkan Dejagah e disparando com força para o fundo da rede. Gol! Gooool! Goooollllll!

É claro que isso é o que os sonhos têm de ótimo. Você pode imaginar qualquer bobagem e não há o que os outros possam fazer para impedir. A parte complicada é colocá-los em prática -a menos que você seja dos Estados Unidos, claro.

Afinal, o sonho americano é a pedra fundamental da sociedade do país. Aquela coisa de Martin Luther King, enriquecer saindo do zero, terra da oportunidade, Jürgen Klinsmann dando um jeito de persuadir o cara a não jogar pelo país em que nasceu.

John Anthony Brooks, nascido em Berlim, é um sonhador, e não só porque conquistou vaga na seleção dos USA! USA! USA!!! na Copa do Mundo.

Omar Martinez/Mexsport/Fotoarena/Folhapress
John Anthony Brooks comemora segundo gol dos norte-americanos durante partida entre Gana e EUA, válida pela primeira rodada do grupo G da Copa do Mundo. O jogo acontece na Arena das Dunas, na noite desta segunda-feira (16), em Natal, Rio Grande do Norte.
Brooks festeja segundo gol dos EUA contra Gana, pela primeira rodada do grupo G da Copa

E se este colunista não tivesse caído no sono mais cedo e ficado acordado para assistir à partida final do dia de ontem, teria visto o sonho de Brooks se realizar. Literalmente.

O zagueiro central de 21 anos jamais havia disputado uma partida pela seleção dos USA! USA! USA!!!, e saiu do banco para marcar o gol da vitória contra Gana, aos 41 minutos do segundo tempo. E ele havia sonhado que isso aconteceria, dois dias antes.

"Sim é inacreditável", disse Brooks depois da partida. "Contei que tinha sonhado, disse a alguns colegas que tinha sonhado que marcaria um gol aos 35 minutos do segundo tempo e venceríamos o jogo. Quando aconteceu foi aos 41 minutos e ganhamos o jogo. Foi bom".

Embora Brooks talvez devesse aprender alguns novos superlativos para descrever a confirmação de uma profecia altamente improvável, a história dele é notável, especialmente porque no sonho ele marcava o gol como resultado de um escanteio.

"Viver o sonho" jamais significou mais em uma partida entre os USA! USA! USA!!! e Gana pelo Grupo G da Copa do Mundo.

Com alguma sorte, Rússia e Coreia do Sul, na noite desta terça-feira, uma vez mais enviará este colunista ao mais profundo sono.

A esperança é que mais sonhos do tipo Shola aconteçam, com uma trilha sonora do Livin's Joy. Qualquer coisa para nos afastar da realidade de escrever e-mails de manhã cedinho no fuso horário da caipirinha.

FRASE DO DIA
"Posso dizer que tweets podem incomodar, às vezes, se não forem escritos de forma inteligente. Para prevenir esses incômodos, preferi pedir que meus jogadores se abstivessem por um mês"
O técnico Fabio Capello, da Rússia, explica por que proibiu sua equipe de usar o Twitter: porque eles não são inteligentes o bastante para fazê-lo direito.

NOTAS E NOVIDADES
Depois do massacre por 4 a 0 diante da Alemanha, o treinador português Paulo Bento expressou sua frustração com o juiz Milorad Mazic, quando na verdade deveria direcionar sua raiva ao vilão de pantomima Pepe, pela cabeçada (fraquinha, mas ainda assim...) desferida contra Thomas Müller. "Houve duas ocasiões em que o juiz foi parcial, primeiro no pênalti [marcado contra nós] e depois com a expulsão", se lamuriou Bento. "Foi uma expulsão forçada. Não sei se aconteceu por causa da reputação de Pepe".

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Georgi Licovski/Efe
Luis Suárez (esq.) brinca com o companheiro Cristian Rodríguez no treino do Uruguai
Luis Suárez (esq.) brinca com o companheiro Cristian Rodríguez no treino do Uruguai

Luis Suárez se declarou "100% em forma" para iniciar a crítica partida do Uruguai contra a Inglaterra. "Eu queria ajudar [contra a Costa Rica], mas talvez tenha sido melhor que eu não tenha entrado, porque o destino poderia ter jogado contra mim e atrasado minha recuperação", ele declarou.

*

O atacante colombiano Carlos Bacca sofreu um entorta-pernas e não joga mais na fase de grupos.

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O treinador iraniano Carlos Queiroz está mais do que satisfeito diante da comemoração de seus jogadores pelo desanimado empate contra a Nigéria. "É claro que as pessoas preferem ver quatro ou cinco gols, e compreendo, mas para nós é melhor ir para casa com um ponto", ele celebrou. "Não temos jogadores do Liverpool, Chelsea e Lazio em nossa equipe".

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Felipão Scolari está se recusando a descartar a presença de Hulk, vítima de uma caquinha de coxa, na vitória de hoje contra o México, depois de submeter o atacante a testes de ressonância magnética.

*

E Celso Borges, da Costa Rica, acredita que o colega de time Joel Campbell se estabelecerá no mais alto nível do futebol depois da Copa do Mundo [e existe nível mais alto que a Copa? - ass. editor desta coluna]. "Ele é um verdadeiro talento", puxassacou Borges. "Irá até onde quiser nesse jogo, e eu não me surpreenderia se alguns dos maiores times do mundo terminarem brigando para contratá-lo".

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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