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O suíço: "Valon Behrami, o exemplo"

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Todo mundo na Suíça está falando sobre a jogada acontecida aos 48 minutos do segundo tempo, domingo (15/6) em Brasília. Começando por um carrinho impressionante e sendo concluído em gol, o belo lance deu a vitória à suíça na estreia da Copa, 2 a 1 sobre o Equador.

Bem, Haris Seferovic foi o autor do gol, mas ele pertence também a Valon Behrami, que mostrou impressionante espírito de luta. Como isso foi possível, nos últimos segundos do jogo? Onde ele foi buscar tamanha energia?

Aqueles segundos servem para mostrar de modo excelente a história de Behrami. Oficialmente ele não é o capitão, mas é um dos líderes do time, e acima de tudo ele comanda os jogadores nascidos nos países do leste europeu. A palavra de Behrami importa para eles.

No começo de sua jornada como jogador da seleção suíça, Behrami não era bem conhecido em algumas partes do país. Os pais dele vieram de Kosovo e se radicaram em Stabio, perto da fronteira com a Itália. Ele foi um atleta talentoso em provas de pistas, e venceu um campeonato de corrida com obstáculos quando garoto. Mas também se interessava por futebol. Por isso se dedicou aos dois esportes: atletismo e futebol.

Quando Behrami decidiu se concentrar no futebol, progrediu de modo espantoso —até se tornar candidato a uma convocação para a seleção. Tinha 22 anos quando passou por uma experiência que jamais esquecerá pelo resto da vida. No primeiro de dois jogos decisivos para a classificação à Copa do Mundo de 2006 na Alemanha, ele marcou um gol; a Suíça venceu por dois a zero, e Behrami sentiu que havia passado a viver em um mundo diferente.

Mas em seus primeiros anos no time o trabalho dele não era muito reconhecido. Para os críticos, ele era um extravagante notável apenas pelas tatuagens, roupas coloridas e óculos escuros. Naquela época, Behrami se sentia incompreendido, e ainda não tinha a importância que tem hoje na seleção. E depois do cartão vermelho que recebeu contra o Chile em uma partida da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul, ele se perguntou: "O que preciso fazer para que as coisas não saiam errado de novo na seleção nacional?".

Behrami fez uma ótima carreira no exterior, na Itália e na Inglaterra, e agora tem um contrato com o Napoli —e pode se transferir à Inter de Milão.

Behrami continuou em seu caminho, teimosamente, e com os anos percebeu uma coisa sobre a qual falou nos últimos dias. "Antes, eu não percebia que devo agradecimentos à Suíça", ele disse em Porto Seguro. "Agora jogo pela seleção para retribuir, e digo aos jovens jogadores que são suíços nascidos no exterior, como eu, que devem respeitar aquilo que a Suíça fez por nós".

Behrami, que tinha o apelido de "cavallo pazzo" [cavalo louco] quando jogava pela Lazio, porque gostava de curtir a vida quando jovem, é um dos jogadores mais importantes do meio de campo suíço. E nos planos de Ottmar Hitzfeld. O técnico conversou muito com Behrami e o jogador diz que sempre será grato a Hitzfeld. Ele é como um guerreiro, ou melhor: ele é um guerreiro.

"Sim, sou", diz o jogador. Behrami nunca desiste. Aprendeu como menino a lutar, a fazer tudo por uma vida melhor, para ser aceito em um país estrangeiro.

A cena que ele protagonizou diante do Equador é um símbolo para os torcedores suíços. Se ele tivesse se atrasado, nem que por um instante, o juiz poderia ter marcado um pênalti.

Behrami pensou sobre isso, horas depois. Mas assumiu o risco —e sua decisão foi a solução perfeita. "Pense sobre nossa situação depois de uma derrota, o que não estava muito distante", ele diz.

"Estaríamos mortos. Mas agora estamos todos felizes, temos muita energia para o próximo jogo". E: "Aqueles 30 segundos foram inacreditáveis. Emoções como aquela não têm preço".

A França é o próximo adversário, na sexta (20/6) em Salvador, e Behrami está muito confiante de que a seleção suíça conseguirá dar o próximo passo. Ele quer liderar, quer ser um exemplo. Está ansioso por ficar mais algumas semanas no Brasil. E a Suíça não ficaria triste com isso.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Editoria de Arte/Folhapress
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