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O italiano: "O brasileiro da Itália na Copa do Brasil"

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O surpreendente três a um conquistado pela Costa Rica contra o campeão sul-americano Uruguai, na primeira rodada do Grupo D da Copa do Mundo de 2014, atraiu a atenção do treinador italiano Cesare Prandelli.

Por isso, a Itália mudará radicalmente diante dos "ticos", na sexta (20/6). Foram anunciadas quatro mudanças, entre os 11 tilulares. O que não é pouco, se considerarmos que o primeiro adversário da Itália na Copa, a Inglaterra, está em 10º lugar no ranking da Fifa enquanto os costa-riquenhos são os 28ª.

Isso demonstra o respeito que Prandelli sente pela atrevida seleção comandada pelo competente colombiano Jorge Luis Pinto. Com relação à partida contra a Inglaterra, sairão o goleiro Sirigu, os zagueiros Paletta e Barzagli e o meio-campista Verratti. Com a entrada de Buffon (que está se recuperando da lesão sofrida), Bonnucci, Abate e Thiago Motta. Taticamente, a Itália adotará um prudente e compacto sistema 4-1-4-1. Chiellini voltará a jogar na posição que mais o agrada, como zagueiro central pela esquerda ao lado de Bonucci, seu companheiro de zaga na Juventus. O versátil Darmian passará da lateral direita para a esquerda e Abate jogará como lateral-direito, sua posição de origem.

No meio de campo, entra Thiago Motta, o brasileiro naturalizado italiano, jogando na terra em que nasceu. Motta tem realmente origem italiana, e não é como Diego Costa, que nada tem a ver com a Espanha e que fez uma partida inglória contra o Chile. Se ele tivesse recusado a convocação da Roja, talvez hoje estivesse concentrado na Granja Comary com Neymar e seus companheiros de seleção...

Falávamos de Thiago Motta. Nascido em São Bernardo do Campo, paulista como Deco, ele é bisneto do senhor Fortunato Fogagnolo, imigrante italiano que no início do século 19 partiu de Polesella (uma cidadezinha de apenas quatro mil habitantes na província de Rovigo, no Vêneto) para tentar fazer fortuna no Brasil, fugindo da pelagra e da miséria.

Talvez haja quem o critique por "trair" o seu Brasil natal, mas o jogador soa sincero.

"Acredite ou não, me sinto italiano. Um italiano nascido no Brasil, por acaso. Mas italiano. O sangue não mente. É verdade que disputei uma ou duas partidas pela seleção brasileira sub-23, quando estava no Barcelona, mas nunca sonhei jogar na seleção principal. A verdade é que cheguei à Europa muito jovem, e nunca senti a ansiedade de muitos colegas para defender o Brasil, mesmo quando se falava de uma convocação minha. Respeito os jogadores que têm esse desejo. Já eu sinto um grande orgulho, vejo como um privilégio, poder vestir a camisa da Azurra, por conta das minhas origens. Recapitulando: ter nascido aqui [no Brasil] me faz feliz, mas pude escolher e escolhi. Tenho vivido sensações difíceis de explicar. Vai demorar para que eu compreenda o que vivi nesses dias, mas por enquanto estou pensando só em jogar, e em avançar o máximo possível na Copa".

Além do lado emocional, Thiago Motta também conta com as credenciais técnicas para estar onde está. É certo que, quando convocado pela primeira vez para a seleção italiana (estreou em fevereiro de 2011 contra a Alemanha), ainda não havia escrito páginas inesquecíveis no futebol. Mas todos os treinadores que teve em sua carreira sempre confiaram nele: Rexach e Van Gaal no Barcelona, Mourinho e Benitez na Inter de Milão, Gasperini no Genoa, Ancelotti no Paris Saint-Germain. Por fim, conquistou a confiança de Prandelli na Itália. E isso não é pouco, de forma alguma.

Curiosamente, contra a Costa Rica o italiano do Brasil tomará o posto de Verratti, seu companheiro de Paris Saint-Germain, oriundo da região dos Abruzzi. "Marco é um amigo e um grande talento. É algo que se vê nos treinamentos dia após dia. Ótimo jogador. Mas precisa recuperar as energias, debilitadas por uma febre", diz o brasileiro, mostrando que um pouquinho de diplomacia nas declarações não faz mal.

A verdade é que De Rossi, um dos veteranos da seleção italiana e líder do elenco em companhia de Pirlo e Buffon, elogiou o brasileiro publicamente pelo ótimo segundo tempo contra a Inglaterra —Motta entrou para substituir Verrati aos 12 minutos da segunda etapa. Uma mensagem que o treinador certamente recebeu.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Editoria de Arte/Folhapress
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