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Para Inglês Ver: Música para uma geração definhada

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O desempenho da Inglaterra nas duas últimas Copas do Mundo oferece o contraste perfeito. Em 2010, a seleção chegou carregando esperanças irracionais, mas ao primeiro sinal de um ataque adversário decente começou a ceder gols ridículos em jogadas iniciadas com chutões para a frente do goleiro adversário.

Em 2014, a seleção chegou sem carregar esperanças irracionais, mas ao primeiro sinal de um ataque adversário decente começou a ceder gols ridículos em jogadas iniciadas com chutões para a frente do goleiro adversário.

Só existe um meio de garantir que uma Copa do Mundo jamais volte a sair dos trilhos para a Inglaterra por conta de chutões para a frente do goleiro adversário, e esse meio é que a seleção seja derrubada ainda nas Eliminatórias.

Todo o tempo, todo o dinheiro, toda a manha, experiência, impressionantes coleções de arte, técnicas de sedução de garotas da meteorologia e capacidades motivacionais combinadas de Kevin Keegan, Fabio Capello e Mr. Roy [Hodgson], e eis que terminamos por descobrir que Graham Taylor [ex-diretor de futebol da seleção inglesa] é que estava certo, para começar.

Li Ga/Xinhua
O uruguaio Suárez manda beijo para a torcida após marcar contra a Inglaterra
O uruguaio Suárez manda beijo para a torcida após marcar contra a Inglaterra

Não só isso como ele teve a visão tática de encorajar a Inglaterra a marcar gols em jogadas iniciadas por chutões de seu goleiro -ou de qualquer outro jogador-, o que, embora tenha sido um insucesso tático gritante e na verdade um espetáculo deprimente, agora, em retrospecto, parece brilhantemente inovador.

É justo com Mr. Roy que ressaltemos que ele sempre alertou que sua equipe poderia enfrentar dificuldades no Brasil.

Há apenas dez dias, ele estava ocupado insistindo em que embora a seleção contasse com diversos jovens de talento, na Hora H era provável que eles fossem péssimos.

"Devo recomendar alguma cautela", ele pigarreou. "O futuro parece muito brilhante, e haverá momentos interessantes adiante... Mas primeiro precisamos ver alguns bons desempenhos da seleção inglesa antes de sairmos afirmando que podemos ganhar de todo mundo".

No entanto, embora estivesse tentando administrar as expectativas do planeta, Mr. Roy perdeu o controle das suas. Elas cresceram apesar de empates em amistosos contra equipes excluídas da Copa e de uma derrota aparentemente desanimadora para a Itália, até que por fim estivessem correndo como um trem em disparada se arremessando contra a pobre Penélope Charmosa amarrada nos trilhos.

E logo depois da patética derrota por 2 a 1 contra o Uruguai na tarde de ontem, ele deixou cair a máscara: "Chegamos com tantas esperanças", disse o treinador. "E não fomos capazes de realizá-las".

Roy passou dois anos tentando exterminar as esperanças do país, mas na verdade ele estava cultivando esperanças ocultas em seu jardim pessoal.

E a Inglaterra lida com grandes esperanças de maneira ainda mais desconfortável do que lida com bolas chutadas bem alto por aquele cara altão e de luvas lá do outro lado do campo.

O problema da esperança é que, como uma espécie invasiva daninha e de rápido crescimento, mesmo que você pense que a arrancou e destruiu completamente, é só questão de tempo para que ela ressurja e seja preciso enfrentá-la outra vez.

Será que não é hora de cimentar o jardim? Alguma coisa será capaz de matar de vez a erva daninha do otimismo irracional?

Talvez a Fifa já tenha nos oferecido um caminho, se pensarmos bem. Afinal, um dos lugares em que nem mesmo a mais violenta das ervas cresce é um deserto. Inglaterra, favorita para a Copa do Mundo de 2022!

FRASE DO DIA
"Antes do jogo gente demais na Inglaterra ria de minha atitude nos últimos anos. É um momento muito bom para mim. Quero ver o que eles estão pensando agora"
Luis Suárez, um sujeito que nunca agrava uma situação já difícil, rebate seus críticos depois de marcar dois gols na vitória uruguaia contra a Inglaterra.

NOTAS E NOVIDADES
Não tema, Inglaterra: o atacante italiano Mario Balotelli está pronto para o resgate. Por um preço, claro. "Se derrotarmos a Costa Rica, quero um beijo, obviamente no rosto, da rainha do Reino Unido", ele postou no Twitter.

*

Daniel Marenco/Folhapress
O goleiro Iker Casillas sofre o segundo gol chileno no Maracanã, na quarta
O goleiro Iker Casillas sofre o segundo gol chileno no Maracanã, na quarta

Os efeitos colaterais da eliminação espanhola da Copa do Mundo são tão sísmicos que conseguiram até passar pelo campo de força que cerca a Coreia do Norte. "Não existe regra que diga que uma seleção forte nunca perde, claro, mas ainda assim me surpreendi por a melhor seleção da Europa e do planeta ter sofrido uma derrota tão devastadora", choramingou a versão norte-coreana de Greg Dyke [famoso jornalista britânico], Yu Myong Uk. "O estilo tiki-taka de futebol desenvolvido pela equipe espanhola perdeu sua vitalidade depois de apenas alguns anos".

*

O treinador do Japão, Alberto Zaccheroni, acha que faltaram ideias ao seu time no empate em 0 a 0 contra a Grécia que esta coluna lamenta muito ter ficado acordado para assistir. "Jogamos devagar demais", ele criticou, sem assumir qualquer parcela de culpa. "O Japão precisa ser corajoso para jogar em nível internacional impondo seu estilo aos oponentes e jogando rápido".

*

Per Mertesacker diz que jamais sonhou chegar nem perto de 100 partidas pela seleção alemã, marca que ele atingirá no sábado contra Gana. "Ao contrário das previsões feitas cinco ou seis anos atrás, ainda estou aqui", ele rugiu.

*

E na seção "belo dia para esconder más notícias no fim da coluna", o Hull City removeu seu nome da insígnia redesenhada do clube. "Devido à natureza tardia de nossa decisão sobre o pedido de mudar o nome do clube, não foi possível consultar a torcida sobre a nova insígnia", celebrou um comunicado do time.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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