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O argentino: "Sabella sabe que a Argentina precisa mudar"

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Já havíamos alertado para o perigo de usar um esquema tático excessivamente cauteloso, o 5-3-2 que a Argentina empregou para enfrentar a Bósnia e Herzegovina. E também nos perguntávamos, nesta mesma coluna, se não seria arriscado demais mudar quando tudo estava correndo bem.

O triunfo não isenta Alejandro Sabella de críticas. Sua experiência tática durou 45 minutos, e depois ele teve de voltar à origem. No segundo tempo, reconstruiu a equipe com o 4-3-3 que agrada a Lionel Messi, o esquema tático com que a seleção argentina arrasou nas eliminatórias sul-americanas.

Por conta dessa decisão do treinador, que reconheceu seu erro em uma entrevista coletiva depois da partida, surgiu uma polêmica que tomou a mídia argentina nos dias que precedem a partida contra o Irã. Messi se pronunciou inesperadamente, em estilo mais digno de um volante tosco do que de um refinado atacante, e 24 horas depois da vitória contra os europeus, disparou.

"Somos a Argentina, não temos de nos preocupar contra que rival jogamos, é preciso sair e atacar".

A declaração feriu o orgulho de Sabella, ainda que o treinador não tenha expressado em público a sua insatisfação. A declaração o deixou exposto, e é difícil digerir que o melhor futebolista do planeta, o capitão e símbolo de sua equipe, expresse um pensamento que se contrapõe à ideia básica do treinador.

Por que a Argentina joga no ataque, por conta de seu enorme poderio ofensivo. Se a decisão coubesse só a "Pachorra" [o apelido do técnico], a seleção teria maior equilíbrio. Mas também é certo que o treinador não "come vidro" [não é burro], como dizem os argentinos.

Assim, para enfrentar os asiáticos em uma partida que sua equipe deve vencer com larga vantagem, Sabella ouviu Messi, o verdadeiro dono da equipe. E ainda que a última palavra caiba sempre ao treinador, ele atendeu ao pedido do craque do Barcelona. Tirou um defensor (Hugo Campagnaro) e prescindiu de um volante (Maxi Rodríguez) para escalar Fernando Gago, o homem do primeiro passe, o homem que limpa as jogadas para Messi, e manteve na equipe Gonzalo Higuaín, que chegou lesionado mas entrou muito bem no segundo tempo contra a Bósnia.

Messi não é um menininho cheio de caprichos que só deseja jogar com os amigos como se estivesse no quintal de sua casa em Rosário, mas está claro que se sente confortável com os chamados "quatro fantásticos" —ele mesmo, Agüero, Higuáin e Di María.

E é preciso reconhecer que o 5-3-2 o forçou a recuar demais para buscar a bola, e que ele perde surpresa e explosão nos metros finais, onde faz a diferença, quando tem de jogar assim. Isso ficou muito claro na partida de estreia.

A cara de entediado de Messi em campo e sua atuação bem abaixo do nível super-estelar fizeram soar os alarmes. Ainda assim, tudo mudou quando o time da Argentina mudou. Mas a equipe continua sob o microscópio, até que demonstre o bom futebol que promete com base na qualidade de seu elenco.

A exigência é grande porque a seleção tem um Maradona moderno. E Sabella terá que ajustar as peças para que a presença de Messi não se torne um verdadeiro bumerangue.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Editoria de Arte/Folhapress
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