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O alemão: "Um espírito positivo"

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Na quinta-feira (19/6), pontualmente às 18h45, os alemães deixaram o Campo Bahia, em Santo André (BA). Seu destino: Fortaleza, a segunda etapa no longo trajeto até a final no Maracanã, no Rio de Janeiro. Neste sábado (21/6), a partir das 16h, eles enfrentarão Gana. E, como já havia ocorrido nos 4 a 0 sobre Portugal, levam na mala o melhor espírito de equipe dos últimos anos.

"Nosso espírito de equipe é realmente excelente", afirmou o treinador Joachim Löw antes mesmo da chegada ao Brasil. "É uma alegria especial constatar isso." Diferentemente do que ocorreu após a Eurocopa na Polônia e na Ucrânia, há dois anos, quando houve indicativos de uma série de pequenas desarmonias, o clima desta vez é "realmente bom", diz Löw. "Os interesses dos clubes foram substituídos pelo interesse nacional."

De fato é notável que não tenha sido apenas após a estreia vitoriosa na Copa que os jogadores tenham destacado o espírito de equipe visivelmente aguçado do grupo no Brasil. Ao jornal "Frakfurter Rundschau", Per Mertesacker falou sobre o clima extraordinário no Campo Bahia, que cumpre um papel importante no processo de formação da equipe.

"Ele é relativamente pequeno, e todos estão lado a lado, a uma caminhada de cerca de 50 metros de distância um do outro. A atmosfera é boa e o movimento entre as casas, animado." E foi um desejo dos próprios jogadores que os quartos reunissem representantes de diferentes clubes. Com isso, Kevin Grosskreutz, do Borussia Dortmund, divide um bangalô com Julian Draxler, do Schalke, enquanto Toni Kroos, do Bayern de Munique, está com Roman Weidenfeller, do Borussia Dortmund.

Obviamente, todas as partidas da Copa são assistidas em conjunto, assim como os playoffs da NBA. E Philipp Lahm, Thomas Müller, Mats Hummels e Manuel Neuer também organizam rodadas de "Schafkopf" ("cabeça de ovelha", um jogo de cartas difundido especialmente na Baviera).

"A gente nota um espírito positivo", diz Mertesacker. "Mas ele certamente vai ser colocado à prova. Só saberemos o quão bom ele de fato é quando forem tomadas decisões capazes de desagradar a um ou outro jogador."

No jogo contra Portugal, os reservas pegavam garrafas de água para os titulares, e todos tremiam e torciam juntos. Mas o que acontecerá se nomes consagrados como Miroslav Klose não conseguirem se livrar do status de arremessadores de garrafas-d'água? E se de repente um novato como Shkodran Mustafi se tornar decisivo para a defesa de Löw, mas antigos destaques como Bastian Schweinsteiger não deixarem o banco nem mesmo com um placar de 4 a 0?

Foi justamente Schweinsteiger o primeiro a revelar a falta de espírito de equipe na seleção que disputou a Eurocopa há dois anos. Em entrevista ao "Süddeutsche Zeitung" logo após a competição, ele disse que, no Bayern de Munique, o banco de reservas inteiro pulava de alegria quando a equipe marcava um gol. "Essa é provavelmente uma pequena diferença em relação à seleção na Eurocopa", afirmou.

Foi apenas uma frase, mas com forte potencial explosivo. E não foi algo impensado. Quando a entrevista foi submetida para aprovação antes da publicação, o jogador fez questão de que as palavras críticas não fossem cortadas. Schweinsteiger queria dizer essa frase, ele queria que a Alemanha futebolística a ouvisse. E a Alemanha lhe deu razão.

"Quando um profissional experiente, que é vice-capitão e uma figura de liderança, diz algo assim, todo jogador deve prestar atenção", afirmou o capitão da seleção Philipp Lahm. "Todos devem se perguntar: Ôpa, o que ele quer dizer com isso? Será que ele tem razão?"

Provavelmente Schweinsteiger tinha, sim, razão. E, provavelmente, é esse o motivo pelo qual também o coordenador da seleção, Oliver Bierhoff, faz de tudo para criar um novo espírito de equipe para a Copa do Mundo. A hospedagem em quartos de cinco ou seis pessoas foi ideia sua, assim como a atividade com o aventureiro Mike Horn para reforçar a unidade do time na primeira semana da competição.

Em um iate, os jogadores trabalharam juntos para acertar a posição das velas e determinar o curso correto da embarcação.

Em um vídeo gravado no barco à vela pode-se ver Bastian Schweinsteiger. O jogador do Bayern de Munique ri, faz bagunça com Lukas Podolski e ajuda os colegas. Isso no iate. Mas também na Arena Fonte Nova, em Salvador, onde, em quase todos os quatro gols, ele foi um dos primeiros a parabenizar a equipe. "São pequenos detalhes que acabam sendo decisivos", diz Mertesacker, ele próprio um nobre integrante do banco de reservas na Eurocopa 2012.

"No fim, isso também é importante: como está o banco de reservas? Ele se alegra com os gols? Apoia os outros jogadores antes da partida e no intervalo?", pergunta o comprido zagueiro, que no vídeo assume o leme da embarcação.

Neste momento que antecede o enfrentamento com Gana em Fortaleza, não há divergências sobre o caminho conjunto a ser percorrido pela equipe na Copa. Se Mats Hummels, que se machucou no último jogo, tiver mesmo que ficar de fora da partida, outro terá que substitui-lo. Por exemplo o novato Shkodran Mustafi. E, se for de fato possível que todos os egoísmos sejam deixados de lado e que os reservas continuem se sentindo integrados à equipe mesmo após seis jogos no banco, então de fato algo grande pode acontecer nesta Copa do Mundo.

E se não for possível? Aí não.

Tradução de DENISE MENCHEN

Editoria de Arte/Folhapress
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