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O português: "Fim de um ciclo"

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Cristiano Ronaldo passou ao lado do jogo com a Alemanha, e foi o que se viu. A equipe foi goleada, deixou uma má imagem e registrou o pior resultado da história de Portugal numa Copa do Mundo.

A seleção mostrou que está muito dependente daquilo que faz ou deixa de fazer Cristiano. Claro que qualquer equipe sentiria a falta do melhor jogador do mundo, chame-se ele Ronaldo, Messi ou Neymar, mas Portugal deixou-se cair num erro de esperar que seja o atacante do Real Madrid a resolver todos os problemas.

A equipe parece até que perdeu o sentido coletivo que mostrou na fase final da Eurocopa de 2012, quando chegou às semifinais, perdendo apenas para a Espanha.

Agora, transmite a ideia de um pobre a quem deram ouro e, durante anos, ficou com ele nas mãos sem saber o que fazer. Quando o ouro desapareceu, continuou a ser pobre. É essa a sensação que Portugal dá neste momento.

A derrota com a Alemanha e os números verificados deixam a equipe em maus lençóis para conseguir a classificação para as oitavas de final do Mundial do Brasil, mas este resultado com os alemães deixaram pelo menos Portugal a refletir e a ser obrigado a pensar no futuro.

Independentemente do que ainda aconteça nesta Copa, a seleção portuguesa tem de perceber que esta equipe chegou ao fim de um ciclo. Alguns jogadores já estão com uma certa idade e fisicamente estão mal. Isso não se notou apenas no jogo com a Alemanha, foi evidente ao longo da temporada que muitos deles fizeram nos mais diversos campeonatos europeus.

Não admira que agora a equipe esteja a ressentir-se e que apareçam muitas lesões musculares. Isso é evidente. Depois de uma temporada longa e desgastante, a fase final de uma Copa exige muito dos jogadores, ainda por cima com condições climáticas bem diferentes daquelas que estão habituados na Europa.

Devido a esse cansaço, alguns aconselham Paulo Bento a fazer uma revolução na equipe, a exemplo do que fez Luiz Felipe Scolari entre o primeiro e o segundo jogo da Eurocopa-2004.

O problema é que há muitas diferenças entre estas duas equipes. Na época, Felipão tinha à disposição uma base que era treinada por José Mourinho, que trabalhava junta e que tinha ganho a Taça Uefa de 2003 e a Liga dos Campeões de 2004. O risco quase não existia. Mais: aquela base do FC Porto era quase reclamada pelo povo português.

Paulo Bento não tem nada disso e o banco não tem a qualidade que tinha a equipe de 2004. Trocar poderia ser um suicídio. Há que seguir com estes e, no final do Mundial, refletir e perceber que este ciclo chegou ao fim.

Manuel Casaca, 44, é jornalista do diário português "O Jogo" há 20 anos e, atualmente, é editor. Desde 2004 acompanha a seleção portuguesa. Cobriu três Eurocopas (2004, 2008 e 2012) e as Copas do Mundo da Alemanha (2006) e da África do Sul (2010). No Brasil, cobre seu terceiro Mundial

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