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Invasão latina frustra planos de prostitutas no Rio

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Copacabana sempre foi conhecida como um dos principais locais para o turismo sexual no Rio.

A última vez que o bairro viu público como o da Copa do Mundo, em que suas ruas ficaram tomadas por estrangeiros, foi durante a católica JMJ (Jornada Mundial da Juventude), em julho passado e que, por motivos óbvios, não aqueceu o mercado do sexo carioca.

Com a Copa, cresceu entre as prostitutas que fazem ponto na área a expectativa de faturamento alto. Ledo engano.

Elas não contavam que a invasão de torcedores latino americanos e o alto preço cobrado pelos motéis nas redondezas atrapalhariam seus planos.

A reportagem percorreu por três noites os principais pontos de prostituição do bairro. A queixa das prostitutas é que os turistas chilenos, argentinos, uruguaios e colombianos, visível maioria no bairro, relutam em pagar de R$ 130 a R$ 300 por uma hora de sexo.

A esse valor, que já são caros para os "hermanos" –o peso argentino valia na última sexta 0,2745 de real– incidem "taxas" como o aluguel de um quarto no prostíbulo (R$ 100 em média) ou em um motel (R$ 150 por seis horas).

As "primas", como são chamadas pelos latinos, até chegaram a aumentar o preço do programa antes da Copa, na esperança de que a "invasão" fosse de europeus ou americanos, mas voltaram ao valor antigo.

Mesmo com esse cenário, o que se viu nos últimos dias no bairro foram clubes lotados. Na última segunda-feira (16), um grupo de 30 homens se amontoavam na porta do Barbarella, tradicional reduto da prostituição do bairro. Pagariam R$ 70 por pessoa com direito a dois drinks.

O mesmo acontecia em outros locais, como Cicciolina, Casablanca e Kalabria.

Natural de Manaus, Lia, 27, morena de sobrancelhas fortes tipo índia e vestido tubinho estampado, era uma das que se queixava dos latinos. "Eles só querem apertar, dançar e ir embora. Não têm 'plata' nem para me pagar um drink, quanto mais para o que o cobro pelo programa", lamentava ela, que cobra R$ 250 a hora. Conta que faz tudo, menos sexo anal.

O bar Balcony, próximo à praça do Lido, está fechado desde antes da Copa por conta de denúncias de prostituição infantil, mas mesmo assim as prostitutas fazem ponto ao lado do local. Um grupo de chilenos que, como já adiantara Lia, não estavam muito interessados em gastar dinheiro, entoava o já tradicional "Chi-chi-chi-le-le-le, viva Chile".

A forma de trabalho das prostitutas brasileiras agradou a três turistas de Los Angeles, EUA. Eles dançavam com quase todas no clube Kalabria, próximo à praça, na terça. As meninas pararam de dar atenção aos rapazes quando se tocaram que eles não estavam dispostos a pagar pelo programa.

"Elas são mais abertas, conversam, são mais carinhosas. Nos EUA e na Europa elas se comportam como profissionais e proporcionam um sexo sem graça", disse um deles que não quis se identificar.

Como no futebol, a esperança de parte das prostitutas é conseguir casar com um europeu e viajar apenas de ida para o primeiro mundo.

Quando conhecem um europeu, são bem simpáticas e tentam passar o dia seguinte com o homem, passeando por pontos turísticos e frequentando churrascarias. É o que explicou a moradora da Baixada Carla, 33, que usava um vestido de renda preto.

"É nesse tipo de programa que temos a chance de fazer o cara se apaixonar pela gente".

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