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O bósnio: "O que importa é o que acontecerá depois da Copa"

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O conto de fadas acabou. Depois de perder para a Nigéria —não sem ajuda dos árbitros, porém—, a partida desta quarta (25/6) contra o Irã nada significará para a Bósnia-Herzegóvina.

A Copa do Mundo da seleção bósnia acabou, e o que conta é o que acontecerá depois que os jogadores voltarem para casa, e não o resultado em campo hoje contra os iranianos.

Como é comum nos Bálcãs, o país passou do estado de euforia ao de completo desespero. Embora a mídia e a federação tenham tentado retratar a classificação para a Copa como sucesso suficiente, era evidente que o pessoal do país esperava que a seleção chegasse às oitavas. Quando isso não aconteceu, a primeira reação foi a de luto nacional —as pessoas sentadas nas ruas, em silêncio, muitas com lágrimas nos olhos, e era impossível encontrar consolo.

Naquela noite, o juiz Peter O'Leary, e certa falta de sorte, eram vistos como principal razão para que a Bósnia não conseguisse a vitória na partida. A decisão do juiz de anular um gol completamente legítimo de Edin Dzeko será um dos mais amargos momentos na história do futebol do país. Informações vindas da Nova Zelândia, o país de O'Leary e de seus assistentes, apontam que torcedores bósnios fizeram ameaças de morte à equipe de arbitragem.

No entanto, com a passagem dos dias, o país foi despertando de seu torpor e começou a encarar a realidade. A decisão de O'Leary pode ter lhes custado um gol, e a má sorte no finalzinho, quando Dzeko acertou o travessão, também, mas o desempenho geral da equipe e a ingenuidade tática do técnico Safet Susic foram o verdadeiro motivo para que a Bósnia saísse cedo da Copa do Mundo.

Como escrevi em minha coluna anterior, esta Copa do Mundo, especialmente o jogo contra a Nigéria, era um ponto de inflexão para Susic e sua carreira. O emblemático e famoso ex-jogador deu um passo adiante ao chegar à Copa do Mundo com sua seleção, mas o desempenho no torneio representa seu verdadeiro exame. Era seu momento de gala, o teste de sua vida, uma prova que decidiria uma só questão: ele é bom o bastante para se tornar um grande técnico?

E parece que contra a Nigéria Susic tomou todas as decisões erradas e ofereceu uma resposta brutal a essa dúvida. Ainda que sua equipe fosse uma das mais lentas do torneio, ele deixou o único lateral esquerdo do elenco, Sead Kolasinac, no banco, e abriu um espaço que os velozes nigerianos não demoraram a explorar. Da mesma forma que na partida contra a Argentina, Susic não conseguiu reconhecer o ritmo do jogo nem os seus erros, o que deixou os jogadores sozinhos na batalha.

A Bósnia-Herzegóvina voltará para casa mais cedo, e a partida de hoje contra o Irã não dará novas respostas à seleção. A Nigéria mostrou que os bósnios precisam de mais disciplina, mais organização e de uma mudança de abordagem, se desejam se tornar uma das grandes forças do futebol.

Depois que voltarem para o seu país, os bósnios terão adiante deles o período mais importante em sua história —decidirão mudar as coisas sistematicamente e melhorá-las, tentando se tornar uma constante no mundo do futebol, ou mudarão as coisas apenas de forma cosmética e colocarão em risco o seu futuro?

A decisão cabe só a eles.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Editoria de Arte/Folhapress
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