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O nigeriano: "Nigéria revigora-se para vencer um tradicional adversário: a Argentina"

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Das quatro Copas do Mundo em que a Nigéria havia participado até então, em três delas esteve no mesmo grupo que a gigante sul-americana Argentina. Com 2014, completam-se cinco participações e quatro encontros.

Este é um feito que muitos países não podem alcançar, em termos de coincidência pelo menos.

A primeira vez que ambos se enfrentaram foi em 1994, quando a Nigéria estreou na Copa do Mundo. Era 25 de junho, em Boston, e Diego Maradona conduziu a Argentina, superando os campeões africanos por 2 a 1 em uma partida do Grupo D, que também contava com Grécia e Bulgária. Aliás, a Nigéria liderou esse grupo graças à diferença de gols.

Em 2 de junho de 2002, na Copa da Coréia e do Japão, em Ibaraki, o segundo encontro. A Argentina triunfou por 1 a 0, depois de um primeiro tempo sem gols.

Em 2010, na África do Sul, Argentina e Nigéria se encontrariam em 12 de junho, em Joanesburgo. Derrota nigeriana por 1 a 0, numa partida em que os africanos inesperadamente seguraram os argentinos graças à performance enérgica do goleiro Vincent Enyeama.

Nesta quarta-feira do dia 25 de junho, em Porto Alegre, o destino uniu os dois inimigos íntimos novamente. Desta vez em uma partida fundamental e decisiva que influenciará a classificação, especialmente dos campeões africanos.

Os nigerianos vão para este jogo com quatro pontos, enquanto a Argentina já está classificada com duas vitórias. A Nigéria é ameaçada pelo Irã, que tem potencial para vencer a Bósnia-Herzegóvina e também alcançar quatro pontos.

Se a Nigéria empatar ou perder da Argentina, terá que se preocupar em ter saldo maior que os iranianos.

A Nigéria pode triunfar sobre a Argentina? Eles podem empatar com os gigantes do futebol? A história não favorece os africanos. Nos três últimos encontros, a Argentina ganhou todos os jogos. Mesmo na categoria Junior, a Nigéria ainda não superou os gigantes sul-americanos.

Ao dizer isso, não vamos esquecer o fato de que a história está aí para ser criada e esta Copa do Mundo tem colaborado muito para a destruição de todos os paradigmas, para que novos recordes sejam quebrados e novas façanhas sejam conseguidas. Alguns exemplos bastarão. Quando foi feito o sorteio da Copa do Mundo e os jornalistas nomearam o Grupo D como o "grupo da morte", eles viram três ex-campeões: a Itália, o Uruguai e a Inglaterra. Eles não viram a Costa Rica, que hoje é líder de seu grupo, pronta para vencer seus três ilustres oponentes.

A Holanda pode ser conhecida por ser uma autêntica nação futebolística, mas no que se refere à Espanha, os defensores do título e seu "tiki-taka", não havia dúvida de para onde o pêndulo da vitória iria pesar. Apesar disso, infelizmente, o mundo do futebol ficou em choque ao ver os craques Van Persie e Arjen Robben golearem os campeões mundiais por 5 a 1. Se isso não fosse surpresa suficiente, como explicar o fato de que a Espanha perdeu também enfaticamente de 2 a 0 para o Chile? Sim, o Chile.

No grupo F, esperava-se que o Irã fosse apenas mais um. Acreditava-se que a Argentina avançaria como líder do grupo, seguida por Nigéria ou Bósnia, mas depois de um desempenho incrível contra a Nigéria e a Argentina, os especialistas hoje estão vendo a possibilidade do Irã bater a Bósnia e se aproximar da Nigéria na segunda fase.

Esta é a situação em que se encontram os campeões africanos. Eles têm que vir com tudo para se salvar, conseguindo ao menos um empate contra a Argentina e assim chegar aos cinco pontos, que os iranianos não podem alcançar.

A Nigéria inicia esse jogo muito revigorada, inspirada e empolgada, após uma partida muito disputada, em que saiu vitoriosa contra a Bósnia. Quando empatou com o Irã, as críticas nos dominaram. Os nigerianos estavam tão decepcionados que alguns chegaram a criar a hashtag "bring back our boys", em referência ao lamentável episódio das meninas nigerianas raptadas pelos rebeldes islâmicos do Boko Haram.

O argumento era simples. Se o time não conseguiu superar o Irã, que esperança teria contra a Bósnia e a Argentina? Os meninos e seu treinador responderam positivamente e tiraram a Bósnia da competição, com um desempenho cinco estrelas, determinados a vencer ou morrer.

Dessa forma, o treinador Stephen Keshi —que conseguiu ser o primeiro técnico nigeriano a vencer um jogo em Copa do Mundo— disse que ficou provado, após o jogo entre Argentina e Irã, que o Irã era bom e não necessariamente que a Nigéria tinha ido mal quando eles se enfrentaram.

Esse desempenho tem de ser repetido contra o time argentino que também ainda não se encontrou na competição. Em duas partidas, os sul-americanos contaram com apenas dois gols inspiradores de Lionel Messi para avançar.

Não foi de grande ajuda à causa argentina a notícia de que a relação entre o treinador Alejandro Sabella e a estrela Messi azedou, o que fez com que o grupo abandonasse os sistemas e táticas que lhe trariam vantagem. Espera-se, portanto, que os nigerianos usem o que pode parecer um mau momento da história argentina para atacar.

Os nigerianos cometerão o erro de se focarem, prestarem muita atenção em Lionel Messi, acreditando que se ele não jogar, a Argentina está desfalcada? Longe disso. O treinador da Nigéria diz que não será dada atenção especial ao talismã argentino. "Eles possuem muitas legítimas estrelas de Copa de Mundo, que ainda estão por deixar sua marca aqui, que são perigosos e que não podem ser esquecidos por um segundo...", disse Keshi.

Ele se refere à Zabaletta, Demichellis, Gago, Di Maria, Rodriguez, Mascherano, Alvarez, Higuain, Aguero... a lista é interminável.

Na partida contra a Bósnia, o famoso técnico nigeriano optou pela juventude, pela determinação daqueles jogadores com corações de leões, determinados a fazer a diferença. Estes são os garotos em que ele apostará contra a Argentina, se quiser se agarrar ao clichê que diz que em time que está ganhando não se mexe.

Nesse grupo, inclui-se Michael Babatunde, o jogador de 21 anos que atua no FC Volyn Lutsk, na Ucrânia. Antes de vestir a camisa da seleção pela sétima vez no último sábado (21/6), Babatunde não havia provado a ação em seu mais alto nível. Escolhê-lo no lugar do mais exposto e experiente Victor Moses foi uma surpresa, uma aposta que valeu a pena.

Ele tocou os corações de muitos nigerianos com uma exibição brilhante que sacudiu os europeus do leste, e por isso é muito provável que seja chamado a repetir o feito contra a Argentina.

Osaze Odemnwigie também deve ser observado, o homem do último jogo, artilheiro do último gol, um jogador que acredita, que tem muito a provar e que pretende sair em alta.

Ele terá a contribuição da potência chamada Emmanuel Emenike, um atacante nigeriano com espírito de luta e determinação, que nunca desiste, que ajudou a contundir a linha de defesa da Bósnia até que ela sucumbisse.

A história nos convida a reescrever seus capítulos. A história conta que havia 16 anos a Nigéria não vencia uma partida, essa proeza foi alcançada. A história conta que a Nigéria ainda tem que passar para a segunda fase, o que não acontece desde a Copa da França, em 1998. Essa façanha tem que ser obtida. A história conta que a Nigéria ainda tem que vencer a Argentina em um jogo de Copa do Mundo, que essa barreira deve ser derrubada para permitir o avanço da Nigéria para uma fase que irá separar os meninos dos homens.

Perdoem os nigerianos, caso eles se lembrem de que, em 2011, ganharam dos argentinos por 4 a 1, em um amistoso em Abuja. Mais importante, como eles podem se esquecer que na final de um evento Olímpico, em Atlanta, a Argentina foi derrotada por 3 a 2, entregando o ouro a Nigéria? Pensamentos positivos que podem ser traduzidos de forma concreta.

Quando chegar a hora, no final desta primeira rodada da Copa, das 16 equipes que tiverem que arrumar suas malas, a Nigéria quer ser uma das que ficarão.

Tradução JULIANA CALDERARI

Editoria de Arte/Folhapress
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