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O equatoriano: "O caminho é íngreme"

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O tom das declarações dos jogadores e da comissão técnica do Equador é o mesmo. "A esperança está intacta. A França é um adversário muito difícil, mas nosso objetivo é vencer". E hoje entrarão em campo no Maracanã com fé em que possam realizá-lo.

Com o que conta o Equador para derrotar a França e chegar às oitavas, desde que a Suíça não goleie Honduras e o supere no saldo de gols?

Para encontrar argumentos sólidos, é preciso vasculhar profundamente a seleção equatoriana, e a missão talvez seja impossível.

As duas partidas, disputadas contra Suíça e Honduras, mostraram muito pouco em termos de eficácia ofensiva e força defensiva. Os gols sofridos retratam enormes vacilos da zaga, especialmente no centro, onde Guagua e Erazo não oferecem segurança alguma. O goleiro Domínguez conseguiu conter o pífio ímpeto ofensivo de Honduras na última partida, mas cometeu um erro fatal diante da Suíça. O lateral direito Paredes marca mal, acompanha o ataque mas demora demais a retornar. Pela lateral esquerda, Ayoví teve de retornar a uma posição da qual não gosta e na qual há anos não joga. Na defesa, seu rendimento não é dos melhores, mas a competência no apoio, da qual saíram passes para dois gols de Enner Valencia, o salva.

Na cabeça de área, o treinador Reinaldo Rueda não encontra solução para a ausência do lesionado Castillo. Gruezo ainda está verde para tamanha responsabilidade. Noboa já não é o mesmo que na eliminatória; Méndez, dispensado pelo Independiente Santa Fe da Colômbia, mostra o cansaço de uma longa carreira; e Minda foi apenas regular diante de Honduras.

O panorama se agrava porque os dois jogadores que deveriam funcionar na criação e na abertura de oportunidades de gol para Felipe Caicedo e Enner Valencia passam por um mau momento.

Antonio Valencia foi apontado como um dos possíveis destaques da Copa, antes do torneio, mas seu rendimento vem sendo muito opaco. Passou quase despercebido. Se o locutor não citar seu nome, ninguém imaginará que está jogando. E seu nome não vem sendo muito citado. "O que acontece é que os adversários o conhecem e sabem como freá-lo e bloqueá-lo", disse Rueda. O que significa colocar uma pedra em cima da carreira do jogador do Manchester United, porque se ele não souber superar a marcação rival, será inútil para qualquer equipe.

Montero, que saiu de uma lesão que o deixou afastado por 35 dias, é só um nome na escalação. E sem abertura pelas pontas, sem a passagem dos alas e sem passes para a área, há pouco que Enner Valencia e Caicedo possam fazer. Até hoje, o atacante do Al Jazira não recebeu um só passe que o deixasse em condição de gol. E é certo que ele mesmo não conseguiu criar oportunidades de gol, porque joga em uma liga que enterra na areia seus melhores jogadores.

Já Enner Valencia vem sendo sensacional. Marcou três gols por uma equipe em que conta só com a companhia de Walter Ayoví, com seus escanteios sobre a área adversária. O que não existe é um organizador de jogo que consiga aproveitar sua velocidade, habilidade para se desmarcar e oportunismo. Quatro dos clubes mais importantes da Europa fizeram ofertas de entre US$ 25 milhões e US$ 35 milhões pelos serviços do jovem jogador, vendido pelo Emelec ao Pachuca, do México, um ano atrás por US$ 5 milhões.

Contra a poderosa França, que vem sendo muito sólida mesmo sem Franck Ribéry, as perspectivas de vitória se complicam muito. O Equador terá de apresentar um desempenho fora do comum, e se recompor das falhas demonstradas durante 180 minutos, para que a fé demonstrada pelos jogadores se converta em certeza.

O Soccer Power Index (SPI), que quase não errou quanto aos resultados do Mundial, aponta 56% de vitória para a França, 19% para o Equador e 25% de chance de empate. De acordo com esse sistema de previsão, o Equador tem 0,4% de chance de ser o primeiro de seu grupo e 37% de ser o segundo. A França tem 99,6% de chance de ser o primeiro e 0,4% de ser o segundo.

A Suíça, a seleção em que todos os equatorianos estão pensando na disputa por uma vaga nas oitavas de final, de acordo com o SPI tem 60,8% de conquistar o segundo lugar no grupo e apenas 0,1% de ser a primeira colocada.

Os números não favorecem o Equador. Tanto que uma casa de apostas muito famosa da Inglaterra pagará cinco por um em caso de vitória equatoriana e apenas 1,73 por um para uma vitória da França.

As estatísticas e prognósticos muitas vezes servem para passar o tempo, como diversão, enquanto esperamos a hora do jogo. Mas elas também podem espelhar uma realidade indisfarçável. E para o jogo de hoje diante da França, não existe número que nos dê possibilidade de vitória. Só resta a fé inabalável de um plantel modesto diante de um rival muito credenciado.

P. Tradução de PAULO MIGLIACCI

Editoria de Arte/Folhapress
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