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O mexicano: "O muro das quartas"

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Nos últimos 20 anos, a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo se tornou habitual para seleção mexicana. A equipe comandada por Miguel Herrera nunca esteve ausente dessa fase desde os Estados Unidos, em 1994, uma honra que só compartilha com os poderosos Brasil e Alemanha. O problema surge exatamente nessa fase.

Seja por uma disputa de pênaltis mal-sucedida, por cansaço acumulado na prorrogação, por erros dos jogadores ou de um árbitro, ou por gol contra, a tricolor simplesmente não consegue avançar para as quartas de final.

As únicas vezes em que o fez foi jogando em casa, em 1970 e 1986, e por isso o jogo contra a Holanda no domingo (29/6) representa a oportunidade ideal para pôr fim aos medos acumulados durante décadas.

A seleção mexicana chegou ao Brasil com muitas dúvidas. Pouca gente no país acreditava que ela se classificaria, em um grupo no qual também estavam o Brasil e a Croácia, o que significa que a simples sobrevivência é uma vitória moral para o "Piolho" e seus comandados, ainda que agora os torcedores tenham recuperado a fé e acreditem poder superar a atual vice-campeã do mundo.

Além do ímpeto e da vontade de luta que a seleção sempre demonstrou, o futebol demonstrado pela seleção de seu país no Brasil encantou os mexicanos. O México dominou a partida contra Camarões, conseguiu gerar perigo e desesperar o "Scratch du Oro" e encerrou a fase com um grande segundo tempo diante a Croácia, suficiente para vencer e para que o país igualasse seu melhor desempenho em uma fase de grupos, com duas vitórias e um empate.

É a quarta vez que a seleção mexicana o faz, e a segunda fora do México. Sua melhor fase de grupos anterior havia acontecido na Copa da Coreia do Sul e Japão em 2002.

As estatísticas e o desempenho em campo permitiram que todo o país sonhasse, e os mexicanos não se intimidam por terem de encarar uma equipe que já anotou dez gols nesta Copa do Mundo. Creem verdadeiramente que chegou a hora de dar esse salto, aguardado há tanto tempo.

Miguel Herrera garantiu que não jogará na defesa contra a Holanda, e que atacará como fez nas três partidas anteriores. Pela primeira vez em sua história nas Copas (15 participações), a seleção mexicana começou suas três primeiras partidas com a mesma escalação. O treinador a repetiria nas oitavas, mas não poderá fazê-lo por conta da suspensão de José Juan Vázquez.

O veterano Carlos Salcido, que está disputando sua terceira Copa, ganhou o ouro na Olimpíada de Londres em 2012 e tem 122 partidas pela tricolor, será o substituto. Com 34 anos, ele já não tem a velocidade que o "Gallito" oferece ao time, mas lhe sobram experiência e liderança, e ele será um líder em campo, na companhia de Rafael Márquez, Andrés Guardado e Oribe Peralta.

Muitos mexicanos imaginavam que, a esta altura da Copa, a seleção já estaria de volta para casa. Muito pouca gente imaginava que voltaria a disputar uma oitava de final, devido ao seu desempenho horrível nas eliminatórias, e só os jogadores, a comissão técnica e os dirigentes garantiam que estaríamos no Brasil até o dia 13 de julho.

Ainda falta muito para que isso se realize, e o obstáculo que vem agora é grande, mas ninguém está com medo. Os jogadores estão convencidos de que têm os atributos para derrotar todos os fantasmas acumulados em 20 anos de frustrações e, aí sim, lutar por esse troféu que sempre pareceu inalcançável para uma equipe que quase nunca perde nas arquibancadas e quase nunca vence no gramado.

Chegou a hora da verdade para Herrera e os 23 homens que ele convocou. Caso vençam, não terão só avançado às quartas de final. Terão derrubado o muro que mais causa medo ao futebol mexicano.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Editoria de Arte/Folhapress
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