Vitórias da Costa Rica aumentam violência doméstica, e jogadores fazem campanha
Se as vitórias da Costa Rica na Copa surpreenderam o mundo, a reação de uma pequena parcela da população causa ainda mais estupor. Os seguidos triunfos da campanha histórica fizeram explodir o número de casos de violência contra mulheres no país. O nível chegou a tal ponto que jogadores e federação de futebol foram chamados a fazer uma campanha contra as agressões domésticas.
De acordo com o governo costa-riquenho, a polícia tem registrado cerca de 300 casos de agressões domésticas por dia de jogo –foram quatro até o momento. As autoridades relacionam os casos ao consumo de álcool e momentos de tensão durante as partidas.
"A insatisfação com um resultado ou o fato de o árbitro não marcar um pênalti detonaram um aumento da quantidade de agressões. Queremos fazer um chamado para vivermos a festa nacional com animação e não converter isso numa desgraça", disse na quarta-feira (3) a ministra da Condição da Mulher, Alejandra Mora, em coletiva de imprensa em San José, capital do país.
"Sabemos que há uma relação entre o consumo de álcool e os episódios de agressão. São dados preocupantes, e para não manchar as conquistas do país, é preciso comemorar em paz, sem violência", afirmou Celso Gamboa, ministro de Segurança Pública.
O aumento na violência fez os jogadores se mobilizarem pelas redes sociais. Os atacantes Bryan Ruiz, Joel Campbell e o meia Celso Borges publicaram em seus perfis no Twitter um pedido para redução dos casos de agressões.
"Não à violência. Vamos celebrar com responsabilidade", escreveu Ruiz.
"As partidas são sinônimo de alegria e festa, não de violência. Una-se à seleção e diga não à violência", escreveu o perfil oficial da Federação de Futebol da Costa Rica, numa foto que reuniu todo o elenco.
A Costa Rica enfrenta a Holanda no próximo sábado (5), às 17h, em Salvador, pelas quartas de finais da Copa.
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