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Clóvis Rossi: O "novo Brasil" fala alemão

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Há uma frase do ensaísta inglês Wal­ter Ba­gehot, que, adaptada ao futebol, explica o que aconteceu nesta terça-feira (8) no Mineirão. Dizia Bagehot: "Nenhuma po­lí­ti­ca é ca­paz de ex­trair de uma na­ção mais do que essa na­ção te­m em seu in­te­rior".

Pois é: os arautos do infernal surto de "patrioteirismo" que assola a pátria a cada Copa diziam que os atletas brasileiros jogariam por eles próprios e também pelo companheiro abatido na partida anterior. Não jogaram nem por eles próprios quanto mais por Neymar.

Ou, como diria Bagehot, nenhuma escalação pode extrair de uma seleção mais do que tem em seu interior. E o que a atual seleção brasileira tem em seu interior é pouco, como, de resto, já havia demonstrado nos cinco jogos anteriores, com exceção do primeiro tempo contra a Colômbia, que foi de razoável para bom.

No papel, a escalação de Bernard até parecia correta: é o único jogador que tem características parecidas com as de Neymar, a tal da "alegria nas pernas" de que Luiz Felipe Scolari se gabou uma e outra vez.

Pena que a alegria, desta vez, vestiu rubro-negro e não era o Flamengo. Falava alemão. Ressuscitou o tiki-taka tão celebrado pela Espanha vitoriosa do período 2008/2012, mas que parecia ter sido desterrado para sempre após a humilhante eliminação dos espanhóis.

A troca de passes com que a Alemanha humilhou o Brasil é muito parecida com a da Espanha/Barcelona dos bons tempos, mas com uma diferença que se revelou essencial: a Espanha/Barça é mais lenta, gira a bola interminavelmente de um lado para o outro até achar uma brecha.

A Alemanha da semifinal troca passes mais veloz e mais verticalmente, no que foi ajudada pela calamitosa marcação de uma seleção como a brasileira que tinha na defesa seu ponto alto.

É inútil fazer análises táticas, de esquemas, até de atuações individuais quando de um lado está um time padrão Fifa (ou do Brasil de antigamente) e o outro está uma seleção padrão Brasileirão.

Virou covardia.

Agora, virão certamente os dedos acusadores, na direção de Felipão, de Fred, como já ocorreu com as vaias no Mineirão, até da presidente Dilma Rousseff.

Bobagem. O fato é que o Brasil jogou a Copa com o que tinha. Faltou algum jogador na convocação de Felipão? Não. O time titular poderia ser diferente? Talvez, mas o problema central da equipe - a falta de meio-de-campo - não poderia ser corrigido, pela simples e boa razão de que não há jogadores que possam cumprir bem a missão de armar o jogo.

Repito o que escrevi após um dos primeiros jogos do Brasil: para uma seleção que já teve Zito e Didi, Gerson/Clodoaldo/Rivellino, Sócrates e Falcão, depender de Luiz Gustavo, Fernandinho, Ramires, Paulinho, Willian é tocar o terror.

Tocou contra a Alemanha de uma maneira quase inacreditável.

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