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Seleção que levou a maior goleada das Copas diz que a do Brasil foi pior

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"Eu entendo o que vocês sentem neste momento. Mas com todo respeito, a derrota do Brasil foi pior que a nossa. Bem pior".

Mario "Macora" Castillo era zagueiro na seleção que sofreu a maior goleada da história das Copas. Em 1982, na Espanha, El Salvador levou 10 a 1 da Hungria. Em entrevistas à Folha, jogadores e técnicos daquela equipe salvadorenha reconheceram poderem entender o que os convocados por Luiz Felipe Scolari passaram após a derrota por 7 a 1 contra a Alemanha, nesta terça (8), no Mineirão.

"É horrível. A sensação é que você traiu a sua pátria e os seus torcedores. Eu não gosto de lembrar. Mas assistindo ao jogo do Brasil, me lembrei de tudo", concorda o lateral Jaime "Chelona" Rodríguez.

Os jogadores de El Salvador embarcaram para a Espanha como heróis nacionais. Voltaram como párias. Levou tempo para que a ferida com os fãs cicatrizasse. Mais ou menos como deve acontecer com os brasileiros agora. Eles entendem que a comparação seja válida, mas insistem que o vexame de 2014 foi pior do que o de 1982.

"Pela qualidade do futebol que se espera do Brasil, foi pior. Eles carregavam uma responsabilidade muito grande nos ombros, como acontecia conosco naquela época. Mas alguém esperava uma goleada assim em uma semifinal de Copa do Mundo e com os brasileiros atuando em casa? Não acredito", questiona o técnico Maurício Rodríguez.

El Salvador no começo da década de 80 era um país convulsionado pela guerra civil. A seleção havia participado apenas de uma Copa do Mundo anteriormente, em 1970.

Dois convocados tiveram de ser cortados porque dirigentes ficaram com as passagens aéreas destinadas a eles. As camisas de treinos eram surradas. Para ajudar, a Adidas doou bolas, chuteiras e outro materiais de segunda mão. Não exatamente o mesmo problema enfrentado pela seleção de Scolari.

"Às vezes você está vivendo um momento que entra para a história, mas está do lado errado. Quanto a isso, entendo o que vocês, brasileiros estão sofrendo agora", completa Castillo.

Ele riu quando questionado quando tempo leva para a lembrança de tal goleada se apagar?

"Apagar? Não tem como esquecer. Eu lembro quase todos os dias. Nenhum dos atletas que estiveram em campo vai esquecer jamais."

Não parecia que El Salvador levaria tamanha sova. No intervalo, o placar era 3 a 0 para os húngaros. Mas o time entrou em colapso no segundo tempo. Levou seis gols e fez um.

Nos outros jogos do grupo C naquele ano, a seleção perdeu, mas sem nem fazer cócegas no massacre sofrido no Nuevo Estádio, de Elche. Foi batida por 4 a 1 pela Argentina. Segurou o 1 a 0 diante dos belgas. Apenas 45 minutos de pane foram suficientes para colocá-los nos livros de recordes da Copa do Mundo.

E, ao contrário do Brasil neste ano, ninguém em sã consciência achava que El Salvador poderia ganhar a Copa. Nem mesmo passar da primeira fase.

"O que aconteceu com a seleção brasileira foi um acidente. Algo que acontece uma vez a cada 100 anos. Mando minha solidariedade aos jogadores e a Scolari. O que aconteceu com eles pode acontecer com outras equipes no futuro. Nós sabemos o que eles estão passando", lamenta o técnico Rodríguez.

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