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Maitê Proença diz que se apaixonou pelo futebol e que mulheres não sabem torcer

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A atual Copa do Mundo representa ponto de mutação para a atriz Maitê Proença, 56. Ela, que nunca foi afeiçoada ao futebol –a Copa da África do Sul, por exemplo, passou em branco–, ficou como sete horas diante da televisão em dia de jogo.

"Achava meio insano ver onze homens correndo atrás de uma bola, gritando e xingando a mãe. Mas agora eu vejo graça: porque o futebol te ensina. Ele se assemelha à vida. É o jogo da injustiça, do acaso, do improviso. Não é meritocrático", filosofa, entre uma pilha de livros em que se destacam autores clássicos como Gore Vidal, Chaucer ou Grotowski, em seu belo apartamento na avenida Atlântica, na orla de Copacabana.

"O futebol é ensaio sobre emoções, ódio, inconformismo, aceitação e tolerância. Até por piedade, fico oscilando para quem torcer durante o jogo. Isso que é bonito."

Para ela, há no futebol um senso de justiça entre os homens que escapa às mulheres: "Jogo de homem é mais limpo que de mulher, e o futebol é um exemplo disso. O homem inventou o duelo enquanto a mulher vai matando a outra aos poucos, sem que a outra perceba".

Maitê detesta assistir jogo com outras mulheres. "São terríveis, ridículas e histéricas. Falam tudo errado e longamente. E também gritam na hora errada, antes da conclusão da jogada."

Também não poupou críticas à seleção após a goleada contra a Alemanha.

"Parecia uma Mercedes e um Chevette sem manutenção, caindo aos pedaços, numa autoestrada. Os alemães estudaram seriamente o jogo, como em um xadrez. A gente não tinha sentido de equipe, nenhuma tática ou jogada bem ensaiada."

PROGRAMA

A atriz participa do programa "Extra Ordinários", do SporTV, uma mesa redonda do tipo "sem noção" reunindo o titã Paulo Miklos, o historiador Eduardo Bueno e o escritor e colunista da Folha Xico Sá. "Estamos siderados na Maitê. O programa não seria o que é sem ela, que trouxe luminosidade e deboche", afirma Eduardo Bueno.

Embora o programa não seja consenso entre boleiros mais ortodoxos, que o consideram superficial, Extra Ordinários teve sua audiência aumentada em 70% desde a estreia, de acordo com a direção da emissora. E o plano é mantê-lo no ar semanalmente após o torneio.

No programa, Maitê é a margarida do vasinho, segundo a própria. "Cheia de humildade e doçura. Não sou gostosa, mas sou mais bonita que eles."

Botafoguense e ponte-pretana, Maitê conta que já jogou futebol nos tempos de menina, como atacante, em um campinho de várzea. Das regras do jogo ela entende pouco. "No ar, prefiro perguntar o que não sei."

Recentemente, ao ser interpelada de forma pejorativa como "loira" no programa, afirmou que estava pensando em ficar mais loira ainda.

"A burrice feminina tem seus encantos. A espertíssima Sabrina Sato, que de burra não tem nada, percebeu isso antes de nós todas e está onde está."

As intervenções da atriz são um dos pontos altos da mesa. Ela já disse que Messi deveria tomar mais sol.

LESÕES

Maitê conta que tem "uns vinte ossos quebrados". Ela adora cavalos, e numa cavalgada acabou se acidentando. Fraturou a terceira vértebra lombar, como o craque brasileiro Neymar: "dói demais".

A atriz gostou de ver a troca de camisas entre o zagueiro David Luiz e o colombiano James Rodriguez, após a vitória brasileira nas quartas: "Adoro esse momento, quando eles saem meio despidos".

Elogia a organização da Copa. Mas a diversidade da população brasileira não está representada nos estádios e isso a incomoda. "Tiraram a geral, que imprimia o tom das partidas. Acho que tem que derrubar todos os estádios de novo e reconstruí-los."

Tem adorado as prorrogações: "quando o jogador está exausto, ele precisa acessar algum aspecto que não está no pensamento lógico dele".

Sobre machismo no futebol, ela se diverte: "É muito engraçado que os homens fiquem tão cafajestes, que homens intelectuais percam todo seu racional e voltem para uma coisa mais atávica que inclui o machismo. Acho ótimo que os ânimos fiquem tão exaltados a ponto de esquecerem e se divertirem com esse esquecimento".

"Os homens pensam intimamente barbaridades a respeito da mulher. Até os mais polidos, todos pensam o mesmo, que a gente serve para poucas coisas. Homem gosta de homem, evidentemente, vocês se divertem muito mais entre si do que quando entra uma mulher. Porque a mulher atrapalha, ela é castradora, todo mundo fica comportado quando ela chega".

"A mulher tinha que ter flexibilidade porque leva as coisas a sério demais. Já o homem vai na superficialidade porque dói menos", conclui.

"O homem xinga no jogo e depois dá o tapinha nas costas. É genial. Se um oitavo do que é dito em campo fosse dito entre mulheres, elas virariam inimigas de morte".

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