O maior vexame da história da seleção brasileira virou combustível para os argentinos provocarem brasileiros no jogo contra a Holanda, na quarta-feira (9), no Itaquerão.

Os torcedores usaram todas as formas possíveis para lembrar a goleada de 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil na outra semifinal, na terça.

Na chegada ao Itaquerão, um grupo de argentinos pediu e fez "um minuto de silêncio" pelos brasileiros em razão da goleada alemã.

"Qué te pasa, brazuca? Todavía seguís esperando. Qué te pasa, brazuca? La favela está toda llorando", cantaram os argentinos ao deixarem o terminal Corinthians-Itaquera, rumo ao Itaquerão.

Argentina

Durante a caminhada também arrumaram uma forma de irritar os brasileiros. Mostravam sete dedos e diziam "no lloren, no lorren más".

Dentro do estádio, além da já famosa "Brasil, decime que se siente...", em que citam a vitória nas oitavas de final na Copa-1990 e dizem que Maradona é melhor que Pelé, também inovaram. "Siete se comió, siete se comió" (sete, comeu sete) foi um dos cantos.

Os brasileiros tentaram reagir. Aos gritos de "Pentacampeão" responderam os sete dedos dos argentinos. "Mil gols, mil gols, mil gols, só Pelé, só Pelé, Maradona cheirador", foi outra forma.

Até mesmo ofensas foram usadas. Durante alguns momentos um grupo de brasileiros gritou "Argentino, viado" na arena. Outro grupo apelou para gritos de "Maricon".

A rivalidade chegou a preocupar os agentes de segurança da Fifa. No setor oeste, com brasileiros e argentinos discutindo, os Stewards se agruparam no local para evitar que ocorressem brigas.

O duelo Argentina e Holanda mudou até a cara do Itaquerão. Na maioria das partidas jogadas no local, o número de torcedores com camisa do Brasil era grande. Dessa vez foi até pequeno.

Ainda assim muitos brasileiros tentaram apoiar a Holanda durante o jogo. Mas a presença argentina no estádio foi amplamente superior.

Ao final, os brasileiros deixaram o estádio para os argentinos comemorarem a ida à final após 24 anos. O Itaquerão ficou "albiceleste".