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Aposentado roubado no Rio dorme em rodoviária e aeroporto há 17 dias

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Empolgado com a Copa do Mundo, o aposentado Roberto Carlos Ramos, 66, resolveu viajar de Porto Alegre ao Rio para conhecer melhor a cidade e acompanhar o Mundial.

Ele chegou no dia 26 de junho à rodoviária Novo Rio, e foi à Alcântara, São Gonçalo, onde morava um amigo que ele não via há dez anos, quando esteve na cidade pela última vez.

Como o conhecido não residia mais naquele endereço, Ramos ficou sem destino certo na cidade. "Eu não liguei para ele antes de vir. Achei que ainda estava lá", disse. Para não ficar ao relento, retornou à Novo Rio onde ficou por quatro dias.

Aposentado por invalidez desde 1997, ele ganha um salário mínimo. Como precisou comprar um remédio, separou R$ 100 e deixou a diferença na mala, no chão da rodoviária. Acabou sendo roubado. Desde então, tem sobrevivido com o troco do dinheiro da farmácia, almoçando em restaurantes populares, que cobram R$ 1.

"Eles viram eu mexer no dinheiro e quando saí, pegaram apenas as notas, deixando a mala", afirmou, atribuindo o roubo a sul-americanos que também estavam no terminal sem destino certo.

Osni Alves/Folhapress
Aposentado Roberto Carlos Ramos no aeroporto internacional do Galeão, na zona norte do Rio
Aposentado Roberto Carlos Ramos no aeroporto internacional do Galeão, na zona norte do Rio

Ramos procurou a assistência social instalada na rodoviária e a própria viação, pedindo para antecipar seu retorno ao Rio Grande do Sul, mas sendo informado de que não seria possível. A passagem de volta está marcada para dia 15 de julho.

Depois que quatro dias dormindo sentado no chão da rodoviária, um policial que se solidarizou com Ramos o levou ao lounge instalado no aeroporto internacional do Galeão, na Ilha do governador, zona norte do Rio.

"Ele me disse que tinha um espaço muito bom montado para receber os turistas da Copa, e que ali eu ficaria mais confortável", contou, a respeito do policial, em menção à Fun Zone instalada no terminal C com televisores, sala de jogos, cadeiras e colchões onde cerca de 100 turistas pernoitam a cada dia, segundo funcionários do local.

"Valeu muito a pena, pois aqui é mais confortável, mais seguro e dá para deitar e descansar", completou.

Carismático, Ramos logo fez muitas amizades no local, recebendo lanches e sucos de funcionários do Galeão e outros turistas. A situação apertada não o abalou, e diariamente ele sai para conhecer conhecer o Rio.

"Semana passada fui no Cristo Redentor", relatou, acrescentando que devido à idade, não paga ônibus, e assim se desloca, inclusive para ir ao restaurante popular, que fica na Avenida Brasil, altura de Bonsucesso.

Também na semana passada esteve em Niterói, onde fez outra amizade. "Hoje ele virá me buscar para irmos à Urca", disse, referindo-se ao recém conhecido que, ao conhecê-lo, deu algum dinheiro para o lanche e se disponibilizou a levá-lo no Pão de Açúcar neste domingo (13).

De fé evangélica, Ramos afirma não ver aspecto negativo em sua peripécia no Rio de Janeiro, embora tenha saído diferente do planejado, e se diz muito viajado.

"Conheço todo o Rio Grande do Sul e Uruguai, pois viajo para cantar em igrejas", contou, acrescentando que sua vertente religiosa o faz enxergar somente o que há de melhor nas pessoas e nas situações.

Por isso, segundo ele, estes 17 dias tem sido muito proveitosos, principalmente porque "a solidariedade das pessoas é uma extensão da bondade de Deus", declarou.

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