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Lição do pai quase fez Sabella vencer Copa e o manteve sereno após derrota

Fabrice Coffrini/AFP
Sabella entre Messi (à direita) e Zabaleta, após derrota diante da Alemanha na final da Copa
Sabella entre Messi (à direita) e Zabaleta, após derrota diante da Alemanha na final da Copa
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Após a derrota na final da Copa do Mundo neste domingo (13), Alejandro Sabella não estava irritado. A voz era de abatimento, mas não a tristeza que se esperava de um técnico que havia chegado tão perto do título mundial.

Até riu com classe, sem dar qualquer importância, da pergunta de um programa humorístico brasileiro que lhe perguntou "como se siente", parodiando o hit musical da torcida argentina no torneio.

Sabella quase derrotou os alemães, donos de time superior tecnicamente ao argentino, por causa de um simples conselho recebido pelo seu pai, Luis Jorge Sabella, quando ainda era criança: não entregar jamais a bola para o adversário.

Parece mais simples do que é realmente. A Argentina só levou um gol a partir das oitavas de final a partir deste ensinamento: o de Mario Götze, na prorrogação da decisão no Maracanã. A estratégia do treinador quase foi suficiente para que o filho do engenheiro Luis Jorge colocasse a Argentina no topo do futebol mundial.

"Futebol é fantasia, beleza, mas é, antes de tudo, equilíbrio. É simples. Equilíbrio. Quando eu jogava bola com meu pai em um campo de pequenas dimensões, ele me chamava a atenção a um detalhe. Sabe quando ele poderia fazer um gol contra mim? Quando eu tinha a bola. Porque se ele conseguisse roubá-la perto da minha trave, poderia facilmente marcar. Mas se ele tivesse a bola, eu estaria atento e posicionado. Ele nunca conseguiria fazer o gol, mesmo sendo mais alto e forte do que eu", ressalta.

Equilíbrio foi expressão que Sabella passou a Copa inteira repetindo, assim como "ocupar espaços".

Os próprios jogadores assumiram o discurso em vários momentos. Alguns ganharam vaga na equipe durante o torneio por causa disso e pelo conceito de que não errar passes e dar a bola para o adversário era a parte mais importante do jogo.

"A gente queria muito dar este título ao povo argentino e a Alejandro, que nos guiou até aqui. Infelizmente, no final, cedemos espaço para os alemães", lamentou, com lágrimas nos olhos, Biglia após a derrota no Maracanã.

Vários jogadores choraram depois do apito final. O volante Mascherano falou à imprensa com a voz embargada. O goleiro Romero se emocionou. Zabaleta se irritou e xingou um jornalista que o questionou se o lateral se sentia responsável pelo gol da Alemanha, nascido em cruzamento do setor direito da defesa argentina.

Sabella estava triste. Não poderia ser diferente. Sua equipe teve três oportunidades de ouro para ganhar a partida e não aproveitou. Mas a palavra que melhor descreve o treinador após o triunfo germânico é "serenidade".

Assim que acabou a decisão, uma das câmeras da Fifa o flagrou olhando para o céu. É a mesma coisa que fez em 29 de agosto de 2009. Aquele sim foi o pior dia da sua carreira, apesar de, ironicamente, ter terminado com vitória.

Ele dirigiu o Estudiantes no clássico de La Plata contra o Gimnasia. Venceu por 3 a 0 e os seus jogadores lhe dedicaram o resultado. No dia anterior, Luis Jorge, pai de Sabella, havia morrido.

"Ele me deu conceitos fundamentais para a vida e para o futebol", confessa.

Um deles, o equilíbrio em um pequeno campo de futebol improvisado, quase lhe rendeu o título da Copa do Mundo.

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