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Goleira da seleção americana teme zika e diz que não viria ao Rio hoje

Wang Lili/Xinhua
A goleira da seleção americana de futebol, Hope Solo, durante partida do Mundial, em 2015
A goleira da seleção americana de futebol, Hope Solo, durante partida do Mundial, em 2015

Bicampeã olímpica de futebol e grande destaque da seleção americana, a goleira Hope Solo afirmou que teme a epidemia do vírus da zika e que isso pode deixá-la fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.

"Se eu tivesse de fazer uma escolha hoje, eu não iria para a Olimpíada", disse a atleta em entrevista ao site da revista "Sports Illustrated".

A jogadora mostra-se muito preocupada com a relação existente entre o vírus e os diversos casos registrados no Brasil e em outros países de microcefalia, má-formação cerebral que faz com o que o crânio do bebê não se desenvolva de forma normal e que pode causar deficiência mental, limitação na fala, audição e movimentos.

"Eu nunca assumiria o risco de ter uma criança não saudável. Eu não sei que dia eu e Jerramy (marido) teremos um filho, mas eu pessoalmente me reservo o direito de ter um bebê saudável. Nenhum atleta competindo no Rio deveria enfrentar este dilema. Atletas mulheres já enfrentam muitos dilemas e dificuldades que esportistas homens não têm de encarar", disse Hope Solo.

"Não aceito ser forçada em tomar uma decisão entre competir pelo meu país e sacrificar o potencial de saúde da minha criança, ou ficar em casa e desistir de meus sonhos como atleta. Competir nos Jogos Olímpicos deveria ser seguro para todos os atletas, homens ou mulheres. Mulheres não deveriam ser forçadas a tomar uma decisão que pode sacrificar a saúde de uma criança", disparou.

Não há comprovação científica de que mulheres contaminadas pelo vírus da zika possam ter bebês com microcefalia em gestações posteriores à contaminação.

Na segunda-feira (8), a agência Reuters disse que os Estados Unidos também podem deixar de participar da Olimpíada por causa do zika. A informação, porém, foi negada pelo Comitê Olímpico dos EUA (USOC, na sigla em inglês).

O Comitê Rio-2016 se mostra tranquilo e afirma que a Olimpíada acontecerá no inverno, em um período em que é difícil a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Entretanto, os jogos de futebol serão realizados em cidades quentes durante todo o ano e nas quais o combate pode ser mais complicado, como é o caso de Manaus e Salvador. Belo Horizonte, Brasília e São Paulo também receberão partidas.

Uma outra jogadora da seleção americana que não quis se identificar fez um alerta quanto a isso e demonstrou muita preocupação.

"Poderemos jogar em Manaus, que provavelmente estará cheia de mosquitos. Estou certa que nossos médicos nos informarão sobre o que está acontecendo e como nos prevenirmos, mas o vírus [da] zika é definitivamente uma preocupação para mim", afirmou.

A seleção dos Estados Unidos ainda não está classificada para a Olimpíada. A partir desta terça, o time disputa no Texas o qualificatório da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e do Caribe) e é favorita para ficar com um das duas vagas em disputa.

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